segunda-feira, junho 30, 2014

Mário Nogueira diz que 4% dos docentes poderá aceitar rescisão amigável

"Depois de 2.600 docentes terem aderido, até fevereiro, à proposta de rescisões amigáveis com o Estado, o representante da Fenprof revela que, terminado hoje o prazo, 4% dos professores do quadro poderá vir a aceitar a rescisão.
Em declarações à TSF, Mário Figueiredo diz que esta proposta do Estado poderá ser aceite por quatro mil docentes, mas realça que o alargamento do prazo está a prejudicar a preparação do próximo ano letivo.
“Em algumas escolas, em que se começa a preparar o ano letivo e ter de se saber com que professores se conta e a quem se distribui serviço, isso naturalmente causa perturbação”, destaca.
O líder da Fenprof destaca ainda que o alargamento do prazo se deveu ao facto de os números conhecidos estarem abaixo das perspetivas do Ministério da Educação.
O prazo para os professores pedirem a rescisão de contrato com o Estado termina esta segunda-feira, mas em fevereiro – data em que 2.600 professores aderiram – o Governo garantiu que o número de pedidos recebidos era suficiente para assegurar os objetivos de poupança definidos".

Notícias ao Minuto

quarta-feira, junho 25, 2014

OCDE: Professores não se sentem valorizados mas estão satisfeitos com o seu trabalho

A maioria dos professores portugueses acredita no seu trabalho, mas apenas 10,5% dos inquiridos num estudo da OCDE sente que a profissão é valorizada pela sociedade, um número abaixo da média de outros países.
A OCDE divulgou esta quarta-feira os números do inquérito internacional TALIS 2013 (Teaching and Learning International Survey) que apontam para um sentimento de desvalorização profissional e, quando comparada com a média dos mais de 30 países envolvidos no estudo, esta indica que 30,9% dos inquiridos acredita ser valorizado.
Ainda assim, os professores portugueses declaram-se satisfeitos com o seu trabalho - 94,1% -, desta vez acima da média de 91,1% da OCDE.
Outro dado curioso: há 16% que preferiam ter escolhido outra profissão. A média na OCDE desce quase para metade, fica-se pelos 9,5% e só na Coreia e na Suécia há descontentamento maior.
Um quarto de tempo perdido a manter a disciplina nas aulas
Quanto ao aproveitamento das aulas, os professores portugueses afirmam que 25% se perde em tarefas administrativas, como a contabilização e registo de presenças, e a manter a ordem dentro da sala.
Sobra 75% para lecionar, uma realidade próxima da média do estudo - 78,7% do tempo de aula dedicado ao ensino.
Mais tempo a trabalhar
Quanto aos horários, o TALIS conclui que os professores portugueses são dos que dedicam mais horas ao trabalho - aulas, preparação e correção de trabalhos. Os docentes portugueses dizem que trabalham 44,7 horas por semana, contra uma média de 38,3 na OCDE.

O TALIS envolveu mais de 100 mil docentes do 3.º ciclo do ensino básico e diretores de 34 países e economias.                         

sexta-feira, junho 13, 2014

4.º ano melhora média a Português e 6.º ano baixa notas a Matemática

Os resultados médios das provas finais do 4.º e 6.º anos a Português e Matemática mostram que os mais novos melhoraram a Português, face a 2012-2013, e que os mais velhos baixaram a média a Matemática.
Os alunos do 4.º ano obtiveram, na 1.ª fase das provas finais, notas médias positivas a Português (62,2%) e Matemática (56,1%), mas, no 6.º ano, apenas Português teve um registo médio positivo (57,9%), com a Matemática a ter média negativa (47,3%). Os resultados foram divulgados hoje pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), que destaca, em comunicado, as melhorias registadas a Português, mais significativas entre os alunos mais novos.
Em 2013, a nota média nacional das provas finais do 4.º ano, na disciplina de Português, tinha ficado próxima dos 49%, tendo os alunos do 1.º ciclo obtido melhores resultados a Matemática, com um registo médio de 57%. No final do ano letivo de 2012-2013, depois de conhecidos os resultados das provas finais do 4.º ano, o ministro da Educação, Nuno Crato, considerou os resultados dos mais novos insatisfatórios e reveladores do muito trabalho ainda a fazer com os alunos. A Português, a média do 6.º ano em 2013 foi de 52% e a de Matemática de 49%, superior à média deste ano.

quarta-feira, junho 11, 2014

Chumbos prejudicam o desempenho dos alunos a longo prazo, concluem economistas do Banco de Portugal

"Dois economistas do Banco de Portugal aconselham a que não se chumbem os alunos do ensino básico, por ser prejudicial para o seu desempenho educativo a longo prazo. Esta é uma das principais conclusões de um estudo sobre a retenção escolar no ensino básico em Portugal, que foi publicado junto com o Boletim Económico de junho desta instituição.
De acordo com o estudo realizado por Manuel Coutinho Pereira e Hugo Reis, a existência de alunos repetentes implica custos adicionais, “incluindo a despesa de fornecer um ano adicional de educação, bem como o custo para a sociedade em atrasar a entrada do aluno no mercado de trabalho”. Em quase todos os países europeus a legislação prevê a possibilidade de um aluno repetir o ano durante o ensino básico. Mas a Noruega e a Islândia decidiram instituir a “progressão automática ao longo de toda a escolaridade obrigatória” e os resultados, dizem os autores, são visíveis:
“Nos países escandinavos e na Itália, menos de 5% dos alunos com 15 anos de idade repetiram alguma vez no ensino básico, enquanto em países como Portugal, a França, a Espanha e o Luxemburgo os números estão acima dos 30%”.
Nota importante é que o estudo se baseia nos dados do relatório PISA (da OCDE), mas de 2003 e 2009 – sem refletir os dados do último destes relatórios, publicado em 2013.
Os economistas consideram que, em alternativa à retenção escolar, uma solução mais vantajosa para evitar o insucesso escolar seria a substituição parcial desta prática por programas alternativos de apoio aos alunos que revelem dificuldades de aprendizagem no início da vida escolar. Em Portugal, um exemplo deste tipo de modelos é o Programa Mais Sucesso Escolar, “cujo objetivo consiste em apoiar o desenvolvimento de projetos de prevenção e combate ao insucesso escolar no ensino básico”. O programa foi lançado no ano letivo de 2009/2010, enquanto Isabel Alçada era Ministra da Educação.
O estudo considera ainda que as “características individuais, de família e dos colegas assumem um papel de relevo” no sucesso escolar do aluno. Em Portugal, os alunos com menor maturidade e com piores condições socioeconómicas têm uma maior probabilidade de repetir o ano escolar. Além dos aspetos socioeconómicos, “as características da escola e das diferenças ao nível regional e ao nível do país” também influenciam a repetição, ou não, do aluno".

Jornal Observador