sábado, julho 05, 2008

Galeria

"ANTES DE MAIS, porquê Dezembro de 1962? Para excluir o ministro da crise académica de 1962 e marcar uma fase “democrática” do salazarismo e marcelismo, com os ministros Galvão Teles, José Hermano Saraiva e Veiga Simão? Ou será porque, contando com o ministro Manuel Lopes de Almeida se tornaria mais difícil à actual titular da pasta bater o recorde da permanência à frente dos destinos da educação nacional? Talvez sim, porque já antes se suspeitava que a ministra, particularmente com os novos e altamente tolerantes critérios de avaliação, andava a trabalhar para as galerias.
De qualquer forma, o singular passadiço do Ministério tem uma vantagem. De agora para o futuro, se alguma instituição ou alguém quiser saber dos regentes pelos dramáticos resultados da educação em Portugal tem o cadastro dos responsáveis relativamente à mão. Alvíssaras! Procura-se! Estão ali. E, tirando muito raras excepções, ali estão os homens e mulheres que deveriam responder pelo abandono e insucesso escolar, pelo baixo desempenho e competência dos jovens portugueses, pela péssima média das habilitações da população, pela insatisfação generalizada com o sistema de educação, por tudo o que faz da educação o maior caso de insucesso de Portugal na Europa.
Ali estão: de um fugaz ministro por um mês ao ministro da Educação que “interviu”, do ministro dos “vigilantes” nas Faculdades à ministra contestada na rua pela “geração rasca”. Todos juntos formam a galeria de um dramático insucesso".

João Paulo Guerra

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