sábado, julho 31, 2010
sexta-feira, julho 30, 2010
quinta-feira, julho 29, 2010
Crise está a empurrar alunos do ensino privado para o público
O director executivo da Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo considera que a crise está a obrigar muitas famílias, sobretudo de classe média, a optar pelo ensino público.
«Há famílias com problemas de desemprego de um dos membros do agregado e não conseguem manter os seus filhos no ensino particular e cooperativo», adiantou Rodrigo Queiroz e Melo, citado pela Renascença.
«Nas grandes cidades, a procura continua em níveis semelhantes aos de anos anteriores; nas periferias das grandes cidades há bem menos procura e nos meios mais rurais essa procura diminuiu substancialmente», acrescentou.
O responsável não tem números concretos para esta tendência. Ainda assim, acredita que, se a situação piorar, ficam em risco postos de trabalho no ensino privado
«Há famílias com problemas de desemprego de um dos membros do agregado e não conseguem manter os seus filhos no ensino particular e cooperativo», adiantou Rodrigo Queiroz e Melo, citado pela Renascença.
«Nas grandes cidades, a procura continua em níveis semelhantes aos de anos anteriores; nas periferias das grandes cidades há bem menos procura e nos meios mais rurais essa procura diminuiu substancialmente», acrescentou.
O responsável não tem números concretos para esta tendência. Ainda assim, acredita que, se a situação piorar, ficam em risco postos de trabalho no ensino privado
quarta-feira, julho 28, 2010
Menos 701 escolas
A crer no Ministério da Educação, é para garantir "igualdade de oportunidades" a todos os alunos que, "em estreita colaboração com associações de pais (...) e autarquias", irão ser encerradas a partir de Setembro mais 701 escolas do 1º Ciclo, a juntar às 5 172 encerradas desde 2000.
Apesar de o anúncio ter sido feito com meio país a banhos, sucedem-se, de Norte a Sul, os protestos das associações de pais e autarquias "em estreita colaboração" com as quais o ME teria preparado a coisa.
A seguir a centros de saúde, maternidades, urgências e estações de CTT, 701 pequenas comunidades rurais do desertificado interior ficarão agora sem escola e 10 mil crianças dos 6 aos 10 anos serão forçadas a percorrer todos os dias dezenas de quilómetros até chegarem, exaustas e sonolentas, às indiferenciadas linhas de produção educativa que são as "mega-escolas" dos centros urbanos.
O presidente da Câmara de Bragança fala de casos, no concelho, em que as crianças terão que fazer diariamente duas viagens de mais de hora e meia para ir à escola. Só por humor negro alguém pode chamar a isso "igualdade de oportunidades".
Apesar de o anúncio ter sido feito com meio país a banhos, sucedem-se, de Norte a Sul, os protestos das associações de pais e autarquias "em estreita colaboração" com as quais o ME teria preparado a coisa.
A seguir a centros de saúde, maternidades, urgências e estações de CTT, 701 pequenas comunidades rurais do desertificado interior ficarão agora sem escola e 10 mil crianças dos 6 aos 10 anos serão forçadas a percorrer todos os dias dezenas de quilómetros até chegarem, exaustas e sonolentas, às indiferenciadas linhas de produção educativa que são as "mega-escolas" dos centros urbanos.
O presidente da Câmara de Bragança fala de casos, no concelho, em que as crianças terão que fazer diariamente duas viagens de mais de hora e meia para ir à escola. Só por humor negro alguém pode chamar a isso "igualdade de oportunidades".
Manuel António Pina
JN
terça-feira, julho 27, 2010
As Novas Oportunidades - uma fantochada
"Em Matosinhos, durante uma cerimónia de entrega de diplomas a alunos das Novas Oportunidades (NO), o eng. Sócrates confessou sentir "um nó na garganta".
Engraçado. Eu também fiquei assim depois de ler, um destes dias, o primeiro estudo editado pela prestimosa Fundação Francisco Manuel dos Santos (e pela Relógio d'Água), O Ensino do Português, de Maria do Carmo Vieira. O capítulo dedicado às NO relembrou-me não apenas que as NO existem como aquilo que, evidentemente, são: uma das maiores anedotas já perpetradas contra a educação em Portugal.
Na prática, as NO consistem na troca dos currículos associados ao ensino básico ou secundário por uma "abordagem autobiográfica", na qual os alunos (?) descrevem, com o caos gramatical e narrativo facilmente imaginável, a história das suas vidas e o que se acham capazes de fazer. Dito de outra forma, elimina-se a necessidade de se reter uns rudimentos de ciências e letras, em princípio adquiridos ao longo de anos, e passa-se a avaliar as pessoas através de uma redacção confessional que culmina três ou seis meses de uma espécie de aulas. Dito ainda de uma terceira forma: não se avalia ninguém.
De resto, seria complicado uma criatura ser avaliada por quem lhe pede um "portefólio reflexivo de aprendizagens", conceito que só por si ilustra a literacia dos próprios inventores das NO. Talvez por isso, essas sumidades assumem que as "aprendizagens" em causa incluem, juro, o preenchimento de formulários, o domínio de uma torradeira eléctrica e a capacidade de ingerir um analgésico para combater a dor de cabeça. Ou seja, um sujeito que consiga fazer uma tosta mista ou tomar um comprimido é praticamente catedrático.
E, se não conseguir nenhuma das proezas acima, as NO sempre oferecem o Curso de Jogador(a) de Futebol, que "dá" equivalência ao 9.º ano e que permite aos felizes beneficiários "utilizarem a imagem pública na construção da carreira e do êxito pessoal, na divulgação da equipa que representam".
Não admira que, no final da cerimónia de Matosinhos, o eng. Sócrates, ele próprio possuidor de um diploma de valor comparável aos que distribui, tenha afirmado que "Isto é que é importante para o País", que "A política assim vale a pena" e que saía dali "com uma luz no coração". Obviamente, o nó não lhe bloqueia a garganta. De resto, o Ben-u-ron ajuda".
Engraçado. Eu também fiquei assim depois de ler, um destes dias, o primeiro estudo editado pela prestimosa Fundação Francisco Manuel dos Santos (e pela Relógio d'Água), O Ensino do Português, de Maria do Carmo Vieira. O capítulo dedicado às NO relembrou-me não apenas que as NO existem como aquilo que, evidentemente, são: uma das maiores anedotas já perpetradas contra a educação em Portugal.
Na prática, as NO consistem na troca dos currículos associados ao ensino básico ou secundário por uma "abordagem autobiográfica", na qual os alunos (?) descrevem, com o caos gramatical e narrativo facilmente imaginável, a história das suas vidas e o que se acham capazes de fazer. Dito de outra forma, elimina-se a necessidade de se reter uns rudimentos de ciências e letras, em princípio adquiridos ao longo de anos, e passa-se a avaliar as pessoas através de uma redacção confessional que culmina três ou seis meses de uma espécie de aulas. Dito ainda de uma terceira forma: não se avalia ninguém.
De resto, seria complicado uma criatura ser avaliada por quem lhe pede um "portefólio reflexivo de aprendizagens", conceito que só por si ilustra a literacia dos próprios inventores das NO. Talvez por isso, essas sumidades assumem que as "aprendizagens" em causa incluem, juro, o preenchimento de formulários, o domínio de uma torradeira eléctrica e a capacidade de ingerir um analgésico para combater a dor de cabeça. Ou seja, um sujeito que consiga fazer uma tosta mista ou tomar um comprimido é praticamente catedrático.
E, se não conseguir nenhuma das proezas acima, as NO sempre oferecem o Curso de Jogador(a) de Futebol, que "dá" equivalência ao 9.º ano e que permite aos felizes beneficiários "utilizarem a imagem pública na construção da carreira e do êxito pessoal, na divulgação da equipa que representam".
Não admira que, no final da cerimónia de Matosinhos, o eng. Sócrates, ele próprio possuidor de um diploma de valor comparável aos que distribui, tenha afirmado que "Isto é que é importante para o País", que "A política assim vale a pena" e que saía dali "com uma luz no coração". Obviamente, o nó não lhe bloqueia a garganta. De resto, o Ben-u-ron ajuda".
Alberto Gonçalves
DN
domingo, julho 25, 2010
sexta-feira, julho 23, 2010
Aprovado o novo Estatuto do Aluno
"O novo Estatuto do Aluno foi ontem aprovado no Parlamento com os votos favoráveis de PS e CDS-PP, e com os restantes partidos a votarem contra. A alteração ao regime de faltas – com o regresso da distinção entre faltas justificadas e injustificadas – e o fim das tão contestadas provas de recuperação são algumas das medidas que se destacam na nova lei.
Já o aumento da responsabilização dos pais é um dos aspectos dominantes no novo Estatuto do Aluno, que prevê que os pais sejam chamados à escola sempre que os filhos atinjam metade do limite de faltas. Caso os encarregados de educação não compareçam, o director está, a partir de agora, obrigado a comunicar a falta de assiduidade à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens. "Quisemos responsabilizar outros agentes para além da escola quando os pais não acompanham o percurso escolar dos filhos", explicou ao CM a deputada socialista Paula Barros.
No Parlamento, o CDS-PP cantou vitória. "95 por cento das nossas propostas estão vertidas no novo estatuto", afirmou o deputado José Manuel Rodrigues. O PSD reconheceu que o fim das provas de recuperação e o novo regime de faltas são aspectos positivos, mas frisou que o novo estatuto foi "uma oportunidade perdida". "Propusemos que fossem criadas 10 equipas multidisciplinares no País para lidar com os casos de indisciplina, que custariam não mais de 1,5 milhões de euros, mas foi rejeitado", disse ao CM o deputado do PSD Emídio Guerreiro. PS e CDS comprometeram-se a apresentar propostas autónomas sobre a criação dessas equipas. A deputada Paula Barros disse ao CM que a proposta do PS deu ontem entrada na Assembleia da República. Miguel Tiago (PCP) disse que este estatuto tem ganhos face ao anterior, mas "responsabiliza o aluno por tudo" e "não traz soluções para a indisciplina".
Também Ana Drago (BE) disse que se trata de uma "resposta ilusória às questões de indisciplina": "Era fundamental pôr equipas multidisciplinares nas escolas."
Já o aumento da responsabilização dos pais é um dos aspectos dominantes no novo Estatuto do Aluno, que prevê que os pais sejam chamados à escola sempre que os filhos atinjam metade do limite de faltas. Caso os encarregados de educação não compareçam, o director está, a partir de agora, obrigado a comunicar a falta de assiduidade à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens. "Quisemos responsabilizar outros agentes para além da escola quando os pais não acompanham o percurso escolar dos filhos", explicou ao CM a deputada socialista Paula Barros.
No Parlamento, o CDS-PP cantou vitória. "95 por cento das nossas propostas estão vertidas no novo estatuto", afirmou o deputado José Manuel Rodrigues. O PSD reconheceu que o fim das provas de recuperação e o novo regime de faltas são aspectos positivos, mas frisou que o novo estatuto foi "uma oportunidade perdida". "Propusemos que fossem criadas 10 equipas multidisciplinares no País para lidar com os casos de indisciplina, que custariam não mais de 1,5 milhões de euros, mas foi rejeitado", disse ao CM o deputado do PSD Emídio Guerreiro. PS e CDS comprometeram-se a apresentar propostas autónomas sobre a criação dessas equipas. A deputada Paula Barros disse ao CM que a proposta do PS deu ontem entrada na Assembleia da República. Miguel Tiago (PCP) disse que este estatuto tem ganhos face ao anterior, mas "responsabiliza o aluno por tudo" e "não traz soluções para a indisciplina".
Também Ana Drago (BE) disse que se trata de uma "resposta ilusória às questões de indisciplina": "Era fundamental pôr equipas multidisciplinares nas escolas."
CM
quarta-feira, julho 21, 2010
Saldos dos salários
Nos últimos meses, desde que a crise do euro colocou em causa a posição de Portugal, muitos economistas, nacionais ou estrangeiros, propuseram uma magnífica cura para todos os nossos males: descer os salários nacionais.
Alguns falam em 10 por cento, outros em 15, e outros, mais afoitos, chegam a falar em 20 ou mesmo 30 por cento. A lógica desta "medida" é de uma simplicidade encantadora: como a produtividade dos portugueses não cresce, e já não é possível desvalorizar a moeda, então a única forma de sermos competitivos é uma descida geral dos salários, para tornar toda a nossa economia, mais… ups, está-me a faltar a palavra, é isso, "competitiva"!
Quando ouço essas luminárias a propor semelhante remédio para a nossa doença, desconfio logo de que se trata, certamente, de pessoas bem pagas. Se eu ganhar 20 ou 30 mil euros, descer os salários em 2 ou 3 mil euritos não vai mudar muito a minha vida. Contudo, se eu ganhar mil euros, ou seiscentos, perder 20 por cento do meu salário é capaz de já me fazer muita diferença, não é verdade?
Mas, esqueçamos por uns segundos os rendimentos das luminárias, e examinemos o que cada um de nós faria com menos 20 por cento do salário. A maioria dos portugueses, além de vir para a rua furioso em manifestações (o que até podia ser divertido), só tinha uma coisa a fazer: cortava nas suas despesas. Fazia menos compras nos supermercados, em gasolina, em despesas domésticas e familiares, etc., etc. Ou seja, o efeito combinado de milhões de portugueses a baixarem as suas despesas provocava uma tremenda recessão no consumo. E, como se tratava de uma medida permanente, na verdade descíamos todos para um patamar abaixo, para sempre. Para agravar ainda mais o cenário, convém lembrar que as nossas dívidas não baixavam 20 por cento, e teríamos de continuar a pagá-las, desse por onde desse.
Exportaríamos mais, com essa queda nos salários? É duvidoso, pois não é garantido que os preços das exportações descessem 20 por cento, nem que os estrangeiros nos comprassem mais só por causa disso. Os saldos salariais são pois uma ideia idiota, saída de cérebros desprovidos de qualquer preocupação social. São uma ideia desesperada, de quem se recusa a reconhecer a evidência de que o euro, com as regras que tem, teve efeitos nefastos em Portugal. Infelizmente, é sempre mais fácil negar a realidade com truques de ilusionistas do que enfrentá-la.
Alguns falam em 10 por cento, outros em 15, e outros, mais afoitos, chegam a falar em 20 ou mesmo 30 por cento. A lógica desta "medida" é de uma simplicidade encantadora: como a produtividade dos portugueses não cresce, e já não é possível desvalorizar a moeda, então a única forma de sermos competitivos é uma descida geral dos salários, para tornar toda a nossa economia, mais… ups, está-me a faltar a palavra, é isso, "competitiva"!
Quando ouço essas luminárias a propor semelhante remédio para a nossa doença, desconfio logo de que se trata, certamente, de pessoas bem pagas. Se eu ganhar 20 ou 30 mil euros, descer os salários em 2 ou 3 mil euritos não vai mudar muito a minha vida. Contudo, se eu ganhar mil euros, ou seiscentos, perder 20 por cento do meu salário é capaz de já me fazer muita diferença, não é verdade?
Mas, esqueçamos por uns segundos os rendimentos das luminárias, e examinemos o que cada um de nós faria com menos 20 por cento do salário. A maioria dos portugueses, além de vir para a rua furioso em manifestações (o que até podia ser divertido), só tinha uma coisa a fazer: cortava nas suas despesas. Fazia menos compras nos supermercados, em gasolina, em despesas domésticas e familiares, etc., etc. Ou seja, o efeito combinado de milhões de portugueses a baixarem as suas despesas provocava uma tremenda recessão no consumo. E, como se tratava de uma medida permanente, na verdade descíamos todos para um patamar abaixo, para sempre. Para agravar ainda mais o cenário, convém lembrar que as nossas dívidas não baixavam 20 por cento, e teríamos de continuar a pagá-las, desse por onde desse.
Exportaríamos mais, com essa queda nos salários? É duvidoso, pois não é garantido que os preços das exportações descessem 20 por cento, nem que os estrangeiros nos comprassem mais só por causa disso. Os saldos salariais são pois uma ideia idiota, saída de cérebros desprovidos de qualquer preocupação social. São uma ideia desesperada, de quem se recusa a reconhecer a evidência de que o euro, com as regras que tem, teve efeitos nefastos em Portugal. Infelizmente, é sempre mais fácil negar a realidade com truques de ilusionistas do que enfrentá-la.
Domingos Amaral, director do "GQ"
CM
terça-feira, julho 20, 2010
A Escola - um atraso de vida
"Parece que se discute agora a obrigatoriedade da disciplina da Educação Sexual nas escolas. É um assunto obviamente delicado mas, convenhamos, também é coisa do século passado. Quando fui aluno do secundário, há mais de 30 anos, projectava-se a existência de uma disciplina desse tipo. Ao fim deste tempo todo estamos exactamente no mesmo sítio, a discutir se sim, se não. Um atraso de vida, constata-se.
A famosa reforma educativa de Maria de Lurdes Rodrigues, espremida, não significava mais do que arranjar maneira de reduzir as despesas do Estado com a educação pública. O resto, imaginativo, erudito e hipócrita, era um exercício de malabarismo para defender, ideológica, legal e pedagogicamente, a odisseia. Quantos governos PS ou PSD, anteriormente, tentaram o mesmo? Todos, com menos estardalhaço mas igual insucesso. Um atraso de vida, confirma-se.
As notas dos exames no secundário foram baixas. Nas disciplinas de Português as médias variaram, conforme os cursos, de 10,1 a 10,5 valores. Na Matemática foram de 8,7 a 10,8. A Física e Química 8,1... Uma normalidade, de décadas, com pequenas variações. Nela assistimos a uma tragédia incompetente, caucionada, no entanto, pela constante e milagrosa diminuição de chumbos. Um atraso de vida, portanto.
O nosso sistema de ensino, apesar de andar a distribuir um computador por cabeça, ignora ou apenas finge que dá atenção a elementos básicos de cultura geral. Quantos alunos aprenderam a tocar uma simples flauta de bisel na escola pública? Quantos alunos aprenderam uma dança, a entender um bailado, a perceber uma ópera? Quantos alunos conseguem identificar uma obra de arte famosa de Leonardo da Vinci, Goya ou Picasso?
Pior: A maioria dos alunos sabe construir um banco de madeira? Não! Cozinhar um ovo estrelado? Não! Cuidar de um cão? Não! Plantar uma árvore? Não! Isto já nem é do século passado, cheira a século XIX. Um atraso de vida, fossilizado.
Portugal é um atraso de vida? É. Como podia deixar de o ser? Bastava ensinar os estudantes a descodificar, a criticar e a valorizar as mensagens da comunicação social, dos jornais, da TV, da Web, da rádio e do que os poderosos - da política, do jornalismo, da economia, da cultura, do desporto - dizem através deles. Devia ser tão obrigatório como ensinar a compreender Luís de Camões ou Eça de Queirós. Com um povo que deixasse de ir em conversas demagógicas, que soubesse ler as entrelinhas do discurso de quem manda, este atraso de vida, por fim, terminava. Assim, prosseguimos, ignorantes mas serenos... e a votar nos mesmos".
A famosa reforma educativa de Maria de Lurdes Rodrigues, espremida, não significava mais do que arranjar maneira de reduzir as despesas do Estado com a educação pública. O resto, imaginativo, erudito e hipócrita, era um exercício de malabarismo para defender, ideológica, legal e pedagogicamente, a odisseia. Quantos governos PS ou PSD, anteriormente, tentaram o mesmo? Todos, com menos estardalhaço mas igual insucesso. Um atraso de vida, confirma-se.
As notas dos exames no secundário foram baixas. Nas disciplinas de Português as médias variaram, conforme os cursos, de 10,1 a 10,5 valores. Na Matemática foram de 8,7 a 10,8. A Física e Química 8,1... Uma normalidade, de décadas, com pequenas variações. Nela assistimos a uma tragédia incompetente, caucionada, no entanto, pela constante e milagrosa diminuição de chumbos. Um atraso de vida, portanto.
O nosso sistema de ensino, apesar de andar a distribuir um computador por cabeça, ignora ou apenas finge que dá atenção a elementos básicos de cultura geral. Quantos alunos aprenderam a tocar uma simples flauta de bisel na escola pública? Quantos alunos aprenderam uma dança, a entender um bailado, a perceber uma ópera? Quantos alunos conseguem identificar uma obra de arte famosa de Leonardo da Vinci, Goya ou Picasso?
Pior: A maioria dos alunos sabe construir um banco de madeira? Não! Cozinhar um ovo estrelado? Não! Cuidar de um cão? Não! Plantar uma árvore? Não! Isto já nem é do século passado, cheira a século XIX. Um atraso de vida, fossilizado.
Portugal é um atraso de vida? É. Como podia deixar de o ser? Bastava ensinar os estudantes a descodificar, a criticar e a valorizar as mensagens da comunicação social, dos jornais, da TV, da Web, da rádio e do que os poderosos - da política, do jornalismo, da economia, da cultura, do desporto - dizem através deles. Devia ser tão obrigatório como ensinar a compreender Luís de Camões ou Eça de Queirós. Com um povo que deixasse de ir em conversas demagógicas, que soubesse ler as entrelinhas do discurso de quem manda, este atraso de vida, por fim, terminava. Assim, prosseguimos, ignorantes mas serenos... e a votar nos mesmos".
Pedro Tadeu
DN
segunda-feira, julho 19, 2010
Ao contrário de Portugal, lá fora aposta-se no regresso a escolas mais pequenas
"A criação de grandes agrupamentos escolares que irá começar a tomar forma em Portugal no próximo ano lectivo está em queda noutros países, que já viveram a experiência e tiveram maus resultados. Na Finlândia, a pequena dimensão é apontada como uma das marcas genéticas de um sistema de ensino que se tem distinguido pelos seus resultados de excelência.
Em Portugal, para já, os novos agrupamentos, que juntam várias escolas sob uma mesma direcção, terão uma dimensão média de 1700 alunos, in- dicou o secretário de Estado da Educação, João Trocado da Mata. O número limite fixado foi de três mil estudantes.
Em Nova Iorque, o mayor Michael Bloomberg tem vindo a fazer precisamente o oposto. Desde 2002 foram fechados ou estão em processo de encerramento 91 estabelecimentos. Entre estes figuram mais de 20 das grandes escolas públicas secundárias da cidade, que foram substituídas por 200 novas unidades. Nas primeiras chegavam a coabitar mais de três mil alunos. Nas novas escolas, o número máximo vai pouco além dos 400.
Em algumas das grandes escolas que fecharam portas eram menos de 40 por cento os alunos que tinham êxito nos estudos. No conjunto das escolas da cidade, esta percentagem é de 60 por cento, mas entre os estudantes que estão nas novas unidades já subiu para os 69 por cento, revela um estudo financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, divulgado no final do mês passado.
A fundação criada pelo dono da Microsoft tem sido um dos parceiros da administração do mayor Bloomberg na implementação da reforma lançada há oito anos. O estudo, desenvolvido pelo centro de investigação MDRC, abrangeu 21 mil estudantes, dos quais cerca de metade está já a frequentar as novas escolas. Uma das conclusões: entre estes, a taxa de transição ou de conclusão dos estudos é superior em sete pontos à registada entre os alunos inquiridos que frequentam outros estabelecimentos de ensino".
Em Portugal, para já, os novos agrupamentos, que juntam várias escolas sob uma mesma direcção, terão uma dimensão média de 1700 alunos, in- dicou o secretário de Estado da Educação, João Trocado da Mata. O número limite fixado foi de três mil estudantes.
Em Nova Iorque, o mayor Michael Bloomberg tem vindo a fazer precisamente o oposto. Desde 2002 foram fechados ou estão em processo de encerramento 91 estabelecimentos. Entre estes figuram mais de 20 das grandes escolas públicas secundárias da cidade, que foram substituídas por 200 novas unidades. Nas primeiras chegavam a coabitar mais de três mil alunos. Nas novas escolas, o número máximo vai pouco além dos 400.
Em algumas das grandes escolas que fecharam portas eram menos de 40 por cento os alunos que tinham êxito nos estudos. No conjunto das escolas da cidade, esta percentagem é de 60 por cento, mas entre os estudantes que estão nas novas unidades já subiu para os 69 por cento, revela um estudo financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, divulgado no final do mês passado.
A fundação criada pelo dono da Microsoft tem sido um dos parceiros da administração do mayor Bloomberg na implementação da reforma lançada há oito anos. O estudo, desenvolvido pelo centro de investigação MDRC, abrangeu 21 mil estudantes, dos quais cerca de metade está já a frequentar as novas escolas. Uma das conclusões: entre estes, a taxa de transição ou de conclusão dos estudos é superior em sete pontos à registada entre os alunos inquiridos que frequentam outros estabelecimentos de ensino".
Público
domingo, julho 18, 2010
sexta-feira, julho 16, 2010
Nenhum aluno do 8º ano com mais de 15 anos concluiu o ensino básico
O Ministério da Educação (ME) revelou, esta sexta-feira, que nenhum aluno do 8º ano com mais de 15 anos de idade concluiu o ensino básico ao abrigo do regime excepcional que o Executivo criou este ano lectivo.
«Dos alunos do 8.º ano, maiores de 15 anos, que se auto-propuseram a exames do 9.º ano, informa-se que, apesar de se terem registado algumas notas positivas nos exames nacionais de Língua Portuguesa e Matemática, nenhum destes alunos concluiu o ensino básico por esta via», informou fonte do ME citada pela edição online do i.
«Dos alunos do 8.º ano, maiores de 15 anos, que se auto-propuseram a exames do 9.º ano, informa-se que, apesar de se terem registado algumas notas positivas nos exames nacionais de Língua Portuguesa e Matemática, nenhum destes alunos concluiu o ensino básico por esta via», informou fonte do ME citada pela edição online do i.
quinta-feira, julho 15, 2010
Grito de alma
"Escolhi a minha profissão. Escolhi ser professora. E escolhi assim porque encontrei alma nesta profissão, na relação com os alunos, na relação com as famílias e também na relação com os outros professores. Olhar para cada criança ou jovem como um ser único e estabelecer com ela(e) uma relação que vai para além do vocabulário e das estruturas gramaticais do Inglês que ensino, mas que é fundamental para a sua aprendizagem. Ser procurada pelos alunos, particularmente nos seus momentos maus, nos seus problemas, relacionados ou não com a escola, quando se conquistou a confiança deles. Ajudá-los a resolver os problemas quando é possível, ouvi-los, pelo menos, quando mais não se pode fazer.
Estabelecer uma relação com as famílias como directora de turma. Conhecer, assim, melhor, cada aluno, e conquistar a confiança e criar laços com os pais, fazendo com que haja clima para analisar os problemas dos seus educandos e encontrar estratégias de resolução em que a família, os alunos e os professores entrem, cada um de acordo com as suas responsabilidades e o seu papel. Atendimentos, reuniões de pais e alunos, projectos desenvolvidos para além do horário, da remuneração e do reconhecimento de quem não as/os vive(u), nas horas de alma e com alma. Fazer de cada turma uma família com alunos, mas também com pais e professores, em que a escola é, de facto, uma segunda casa, não apenas nem sobretudo pela quantidade de tempo que se lá passa, mas pela sua qualidade.
Ser professor é ter uma profissão eminentemente relacional, que se constrói na vivência da relação. Não estou a esquecer-me da necessidade do conhecimento científico do professor e da necessidade de ele saber trabalhar esse conhecimento do ponto de vista pedagógico, para que os alunos possam aprender. Estou apenas e tão-só a salientar a importância da dimensão humana e relacional do processo de ensino-aprendizagem e, consequentemente, da profissão docente.
A minha profissão está a perder alma. A escola está a perder alma. Eu estou a perder alma. Cada novo diploma legal (e são tantos) acrescenta mais um tanto de burocracia à profissão, com o argumento do rigor. São fichas e papéis para tudo e... para nada: para as faltas dos alunos, contadas das mais diversas formas e nos mais variados documentos; para informar os pais sobre tudo e mais alguma coisa, com prazos reduzidíssimos; para justificar cada negativa que se dá; para fazer planos de recuperação de cada negativa que se dá; para tomar medidas disciplinares; para as justificar; para...; para...; para... São reuniões atrás de reuniões para tratar de mais burocracias, em que o tempo é sempre mais longo do que o previsto (mas não remunerado) e os assuntos que verdadeiramente interessam, aqueles que têm alma, já não têm tempo de ser abordados. Convencemos os pais dos alunos de que devem passar tempo com os seus filhos, após a escola, e nela permanecemos nós, depois do horário das aulas, em reuniões sem fim, com os filhos à espera, na ama, sozinhos em casa, ou com alguém que não nós. Tudo isto, sem que tenha diminuído o número das outras tarefas. Essas, aquelas em que eu encontro alma, vão perdendo espaço e valor.
Entra-se numa sala de professores e só se ouve: "Já não tenho tempo para preparar aulas como gostava. Agora, reutilizo as coisas que fui fazendo ao longo dos anos.", "Já não consigo tempo para ir às livrarias e nem sequer para ler.", "Não consigo nem um bocadinho para pesquisar na net coisas novas.", "Não tenho tempo para a família e nem para mim." E logo depois, também se ouve: "Não foi para isto que vim para professor." Olha-se à volta e vêem-se colegas de profissão, um pouco mais velhos, sempre dedicados ao trabalho, de corpo e alma, respeitados na escola e a ela fazendo imensa falta, calculando o que perdem com uma reforma antecipada. Querem ir embora enquanto a burocracia não lhes rói a alma e acabam por o fazer, de lágrimas nos olhos, enquanto muitos outros já partiram mesmo.
Por mim, tenho vindo a procurar não perder a alma, aguentando o tal trabalho relacional, invisível, não reconhecido nem remunerado, acumulando-o com o obrigatório, cada vez mais burocrático. Também eu penso, digo e repito cada uma das frases que ouço aos outros. E, por incrível que pareça, até já me apanhei a pensar "Quem me dera ser mais velha!". Na verdade, nunca me quis imaginar na reforma, como muitos destes dedicados professores também não. Mas entre a alma/saúde mental e esta burocratização crescente da escola, então há que salvar o principal. Vejo os meus colegas partirem ou preparem-se para a partida. Quando tal acontecia, em tempos não muito remotos, todos se sentiam nostálgicos e a partida era discreta. Hoje há efusivos parabéns a quem conseguiu e uma inveja (mal) calada de quem tem que ficar.
Estas palavras são as lágrimas que não choro e que transcrevo para a solidão do papel para que ajudem a fortalecer uma alma-professora que luta por si própria, pela sua sobrevivência, e pela escola-alma com verdadeira alma, mesmo alma".
Estabelecer uma relação com as famílias como directora de turma. Conhecer, assim, melhor, cada aluno, e conquistar a confiança e criar laços com os pais, fazendo com que haja clima para analisar os problemas dos seus educandos e encontrar estratégias de resolução em que a família, os alunos e os professores entrem, cada um de acordo com as suas responsabilidades e o seu papel. Atendimentos, reuniões de pais e alunos, projectos desenvolvidos para além do horário, da remuneração e do reconhecimento de quem não as/os vive(u), nas horas de alma e com alma. Fazer de cada turma uma família com alunos, mas também com pais e professores, em que a escola é, de facto, uma segunda casa, não apenas nem sobretudo pela quantidade de tempo que se lá passa, mas pela sua qualidade.
Ser professor é ter uma profissão eminentemente relacional, que se constrói na vivência da relação. Não estou a esquecer-me da necessidade do conhecimento científico do professor e da necessidade de ele saber trabalhar esse conhecimento do ponto de vista pedagógico, para que os alunos possam aprender. Estou apenas e tão-só a salientar a importância da dimensão humana e relacional do processo de ensino-aprendizagem e, consequentemente, da profissão docente.
A minha profissão está a perder alma. A escola está a perder alma. Eu estou a perder alma. Cada novo diploma legal (e são tantos) acrescenta mais um tanto de burocracia à profissão, com o argumento do rigor. São fichas e papéis para tudo e... para nada: para as faltas dos alunos, contadas das mais diversas formas e nos mais variados documentos; para informar os pais sobre tudo e mais alguma coisa, com prazos reduzidíssimos; para justificar cada negativa que se dá; para fazer planos de recuperação de cada negativa que se dá; para tomar medidas disciplinares; para as justificar; para...; para...; para... São reuniões atrás de reuniões para tratar de mais burocracias, em que o tempo é sempre mais longo do que o previsto (mas não remunerado) e os assuntos que verdadeiramente interessam, aqueles que têm alma, já não têm tempo de ser abordados. Convencemos os pais dos alunos de que devem passar tempo com os seus filhos, após a escola, e nela permanecemos nós, depois do horário das aulas, em reuniões sem fim, com os filhos à espera, na ama, sozinhos em casa, ou com alguém que não nós. Tudo isto, sem que tenha diminuído o número das outras tarefas. Essas, aquelas em que eu encontro alma, vão perdendo espaço e valor.
Entra-se numa sala de professores e só se ouve: "Já não tenho tempo para preparar aulas como gostava. Agora, reutilizo as coisas que fui fazendo ao longo dos anos.", "Já não consigo tempo para ir às livrarias e nem sequer para ler.", "Não consigo nem um bocadinho para pesquisar na net coisas novas.", "Não tenho tempo para a família e nem para mim." E logo depois, também se ouve: "Não foi para isto que vim para professor." Olha-se à volta e vêem-se colegas de profissão, um pouco mais velhos, sempre dedicados ao trabalho, de corpo e alma, respeitados na escola e a ela fazendo imensa falta, calculando o que perdem com uma reforma antecipada. Querem ir embora enquanto a burocracia não lhes rói a alma e acabam por o fazer, de lágrimas nos olhos, enquanto muitos outros já partiram mesmo.
Por mim, tenho vindo a procurar não perder a alma, aguentando o tal trabalho relacional, invisível, não reconhecido nem remunerado, acumulando-o com o obrigatório, cada vez mais burocrático. Também eu penso, digo e repito cada uma das frases que ouço aos outros. E, por incrível que pareça, até já me apanhei a pensar "Quem me dera ser mais velha!". Na verdade, nunca me quis imaginar na reforma, como muitos destes dedicados professores também não. Mas entre a alma/saúde mental e esta burocratização crescente da escola, então há que salvar o principal. Vejo os meus colegas partirem ou preparem-se para a partida. Quando tal acontecia, em tempos não muito remotos, todos se sentiam nostálgicos e a partida era discreta. Hoje há efusivos parabéns a quem conseguiu e uma inveja (mal) calada de quem tem que ficar.
Estas palavras são as lágrimas que não choro e que transcrevo para a solidão do papel para que ajudem a fortalecer uma alma-professora que luta por si própria, pela sua sobrevivência, e pela escola-alma com verdadeira alma, mesmo alma".
Armanda Zenhas
Educare.pt
quarta-feira, julho 14, 2010
Professores de Matemática nunca têm culpa
"Todos os anos a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) é chamada a comentar os resultados dos exames, sejam eles do 12.º ano ou, mais recentemente, do 9.º ano. Os governos mudam e os resultados dos nossos alunos também. Só a posição da SPM continua cristalizada em frases como "ficamos bastante preocupados" ou "a maneira como está a ser feito o ensino da Matemática não é a mais adequada". No ano passado, também por esta altura, aquando da divulgação dos resultados dos exames do 9.º ano, a situação ainda foi mais caricata. A SPM acusou: "Uma prova tão elementar como esta não serve o progresso do ensino." Sobre a mesma prova a APM (Associação Portuguesa de Matemática) disse: "A prova está, na generalidade, de acordo com as orientações curriculares." Sendo todos professores de Matemática e sendo esta uma ciência considerada como exacta, são difíceis de entender opiniões tão distintas como estas.
Além disso, por mais responsabilidade que tenham os titulares da pasta da Educação, as aulas são da responsabilidade dos professores. Por isso, não se compreende também como é que, ano após ano, os docentes de Matemática se limitam a lamentar os resultados dos alunos e as orientações políticas do sector.
Porque a verdade é só uma: por piores que sejam os ministros e os alunos, alguma responsabilidade têm de ter os professores de Matemática no crónico mau desempenho português nesta disciplina".
Além disso, por mais responsabilidade que tenham os titulares da pasta da Educação, as aulas são da responsabilidade dos professores. Por isso, não se compreende também como é que, ano após ano, os docentes de Matemática se limitam a lamentar os resultados dos alunos e as orientações políticas do sector.
Porque a verdade é só uma: por piores que sejam os ministros e os alunos, alguma responsabilidade têm de ter os professores de Matemática no crónico mau desempenho português nesta disciplina".
João Marcelino
DN
terça-feira, julho 13, 2010
É tempo de dizer basta
O antigo ministro das Finanças Ernâni Lopes disse ontem, nas jornadas parlamentares do PSD, que se estivesse no Governo em Portugal seguiria o exemplo irlandês e cortaria 15 ou 20 por cento os salários dos funcionários públicos.
Com tanto economista a apresentar esta solução, como forma de resolver o problema do déficit em Portugal, não há-de vir longe o dia em que os funcionários públicos vão levar um cacetadão nos seus salários com que nunca sonharam. Esta gentalha porventura ainda não se deu conta do que isso representaria para centenas de milhar de famílias, a maioria delas com parcos salários, porque se soubessem não tinham o desplante e a desfaçatez de apresentar "soluções" desta natureza. Têm tanto sítio por onde cortar, mas não, vêm sempre bater na mesma tecla. Isto de serem sempre os mesmo a pagar os erros de milhares de indivíduos que tiveram responsabilidades políticas neste país e que o deixaram no caos em que se encontra, tem de acabar. É tempo de dizer basta, é tempo de o povo se revoltar contra estes indivíduos que só se preocupam em defender os seus próprios interesses e estão pouco preocupados em resolver os verdadeiros problemas do país.
Com tanto economista a apresentar esta solução, como forma de resolver o problema do déficit em Portugal, não há-de vir longe o dia em que os funcionários públicos vão levar um cacetadão nos seus salários com que nunca sonharam. Esta gentalha porventura ainda não se deu conta do que isso representaria para centenas de milhar de famílias, a maioria delas com parcos salários, porque se soubessem não tinham o desplante e a desfaçatez de apresentar "soluções" desta natureza. Têm tanto sítio por onde cortar, mas não, vêm sempre bater na mesma tecla. Isto de serem sempre os mesmo a pagar os erros de milhares de indivíduos que tiveram responsabilidades políticas neste país e que o deixaram no caos em que se encontra, tem de acabar. É tempo de dizer basta, é tempo de o povo se revoltar contra estes indivíduos que só se preocupam em defender os seus próprios interesses e estão pouco preocupados em resolver os verdadeiros problemas do país.
segunda-feira, julho 12, 2010
domingo, julho 11, 2010
sábado, julho 10, 2010
sexta-feira, julho 09, 2010
quinta-feira, julho 08, 2010
Resultados dos exames nacionais
Os resultados das provas saem hoje mas de acordo com informações recolhidas estes não sâo nada famosos. Bem antes pelo contrário.
quarta-feira, julho 07, 2010
terça-feira, julho 06, 2010
CDS propõe substituir provas de aferição do 4.º e 6.º anos por exames nacionais
"O CDS-PP vai apresentar esta quarta-feira à Comissão Parlamentar de Educação um projecto lei para que as provas de aferição de Português e Matemática do 4.º e 6.º anos sejam substituídas por exames nacionais.
Em declarações à agência Lusa, o deputado José Manuel Rodrigues garante que “é para todos os intervenientes no sistema educativo uma evidência que é necessário maior grau de exigência e que a realização de exames nacionais no final dos diversos ciclos deve ser um objectivo implementado”.
O deputado justifica a medida, assegurando que actualmente há provas de aferição no 4.º e 6.º anos que “não contam absolutamente para nada.” Desta forma, para o CDS, o projecto introduz maior exigência no sistema educativo e não constitui qualquer despesa acrescida.
Para o deputado estão assim reunidas todas as condições para que o projecto seja aprovado em Assembleia da República.
Os centristas defendem que quanto mais cedo os exames nacionais aparecerem na vida escolar, “mais cedo se conseguem detectar deficiências que de outro modo se mantêm em todo o percurso escolar”.
Público
Adiada reforma curricular no ensino básico
"Ministério da Educação confirma adiamento e ainda não enviou informação sobre organização do ano escolar para as escolas. Directores preocupados.
A reforma do 3.º ciclo foi adiada. No próximo ano lectivo, tudo ficará tal e qual como está. Ao contrário do que a ministra da Educação Isabel Alçada anunciara, não vão ser introduzidas mudanças nos 7.º, 8.º e 9.º anos e os alunos terão a mesma carga disciplinar, tão criticada pela governante. "Não será introduzida qualquer alteração aos currículos para o próximo ano lectivo", informa a tutela".
A reforma do 3.º ciclo foi adiada. No próximo ano lectivo, tudo ficará tal e qual como está. Ao contrário do que a ministra da Educação Isabel Alçada anunciara, não vão ser introduzidas mudanças nos 7.º, 8.º e 9.º anos e os alunos terão a mesma carga disciplinar, tão criticada pela governante. "Não será introduzida qualquer alteração aos currículos para o próximo ano lectivo", informa a tutela".
Público
segunda-feira, julho 05, 2010
Metade dos alunos já tem risco cardíaco
Cerca de metade dos alunos do ensino secundário de Lisboa tem pelo menos um factor de risco para desenvolver patologias cardiovasculares, de acordo com um estudo-piloto que será apresentado hoje no Instituto Ricardo Jorge, em Lisboa.
O estudo envolveu 854 alunos de oito escolas secundárias da região e, segundo afirmou ao “Diário de Notícias” Mafalda Bourbon, investigadora responsável pelo estudo, “os resultados são alarmantes”: 35 por cento dos jovens dos 15 aos 18 anos já tinham dois factores de risco cardiovascular e outros 12 por cento apresentavam mesmo três. A obesidade, a hipertensão e o tabagismo são os factores mais comuns.“
A grande surpresa foi a prevalência da hipertensão: 11 por cento dos alunos tinham já tensão alta e 28 por cento uma pressão arterial normal alta, ou seja, podem ser considerados pré-hipertensos”, explicou a investigadora ao mesmo jornal, dizendo que estes dados justificam que se avance para um estudo de âmbito nacional, até porque nem todas as regiões são iguais.
O estudo “Coração Jovem”, que envolveu cinco escolas públicas e três privadas de Lisboa, permitiu ainda concluir que 16 por cento dos inquiridos tinham excesso de peso ou obesidade e que 13 por cento fumavam, oito por cento dos quais todos os dias. Mafalda Bourbon acrescentou que 22 por cento dos adolescentes tinham, ainda, níveis de colesterol muito próximos dos limites aconselháveis. Quanto ao exercício físico, 55% praticam menos de uma hora por semana fora da escola e 55% e 61% passam, respectivamente, mais de uma hora por dia a ver televisão ou sentados frente ao computador ou consola de jogos.
Para combater isto, a escola deve ter um papel importante a três níveis. Em primeiro lugar a nível educativo, ensinando nos currículos o que são factores de risco e e importância de hábitos de vida saudável. Depois a nível alimentar já que muitas crianças e adolescentes comem na escola nos bares e cantinas. E finalmente através da promoção do exercício físico.
domingo, julho 04, 2010
Os mega agrupamentos vão obrigar a adequar os projectos educativos
"A criação dos mega-agrupamentos terá reflexos no quotidiano dos alunos e dos seus encarregados de educação, mas sobretudo dos professores e funcionários das escolas. Os docentes passarão a fazer parte de um único quadro de pessoal e podem por isso ter que dar aulas ao mesmo tempo em escolas distantes entre si. "Dentro do agrupamento, o professor pode dar aulas onde for necessário. Já o fazemos agora, mas as distâncias não vão além dos quatro quilómetros", conta Domingos Carvalho, director do agrupamento de escolas de Gandarela de Basto, no distrito de Braga. Com os mega-agrupamentos, os docentes poderão ter que fazer deslocações de dezenas de quilómetros entre as aulas, caso tenham turmas atribuídas em mais do que uma escola. A medida também vai mudar a vida de alguns funcionários, especialmente os administrativos, que podem ter que deixar o actual local de trabalho, para passar a prestar serviço nas escolas-sede.
O agrupamento liderado por Domingos Carvalho vai passar a depender da EB 2-3 de Celorico de Basto, que fica a 15 quilómetros de distância. Do outro lado do concelho, os estudantes do agrupamento da Mota terão que se habituar a deslocações de 11 quilómetros, quando necessitarem de um documento da secretaria com urgência.
"Há situações que só poderão ser tratadas na sede de agrupamento", prevê Domingos Carvalho, comparando à situação à dos Correios. "Também temos um balcão na freguesia, mas só vende selos e envelopes. Para enviar uma carta registada ou fazer um pagamento temos que ir a Celorico", exemplifica.
Os pais estão a fazer contas. "Estamos num meio social extremamente carenciado, onde o poder de compra está 50 por cento abaixo da média nacional", lembra o presidente da associação de pais, Jaime Sousa.
Neste momento são mais as dúvidas do que as certezas, para os professores. "Não sabemos quais serão as competências dos coordenadores de escola", afirma Luís Correia, subdirector do agrupamento de Rio Caldo, que passará a depender do agrupamento de Terras de Bouro, do qual dista 20 quilómetros.
"Será preciso adequar os projectos educativos das escolas. Os objectivos não são coincidentes", antevê aquele responsável, para quem será também mais complicado o trabalho de coordenação entre os professores. "Como é possível funcionar uma reunião de departamento com 80 professores? Desgraçado do coordenador a quem tudo vai cair em cima", ilustra. S.S"
O agrupamento liderado por Domingos Carvalho vai passar a depender da EB 2-3 de Celorico de Basto, que fica a 15 quilómetros de distância. Do outro lado do concelho, os estudantes do agrupamento da Mota terão que se habituar a deslocações de 11 quilómetros, quando necessitarem de um documento da secretaria com urgência.
"Há situações que só poderão ser tratadas na sede de agrupamento", prevê Domingos Carvalho, comparando à situação à dos Correios. "Também temos um balcão na freguesia, mas só vende selos e envelopes. Para enviar uma carta registada ou fazer um pagamento temos que ir a Celorico", exemplifica.
Os pais estão a fazer contas. "Estamos num meio social extremamente carenciado, onde o poder de compra está 50 por cento abaixo da média nacional", lembra o presidente da associação de pais, Jaime Sousa.
Neste momento são mais as dúvidas do que as certezas, para os professores. "Não sabemos quais serão as competências dos coordenadores de escola", afirma Luís Correia, subdirector do agrupamento de Rio Caldo, que passará a depender do agrupamento de Terras de Bouro, do qual dista 20 quilómetros.
"Será preciso adequar os projectos educativos das escolas. Os objectivos não são coincidentes", antevê aquele responsável, para quem será também mais complicado o trabalho de coordenação entre os professores. "Como é possível funcionar uma reunião de departamento com 80 professores? Desgraçado do coordenador a quem tudo vai cair em cima", ilustra. S.S"
Público
sábado, julho 03, 2010
Momentos de humor
"Maria de Lurdes Rodrigues, ex-ministra da Educação, concedeu uma entrevista ao ‘Expresso’ onde destila um desprezo pelos professores que seria impensável em qualquer outra pasta.
Alguém imagina um ministro da Agricultura com particular asco pelos agricultores? E, no entanto, a dra. Rodrigues não tem freio: os professores, para ela, recusam a avaliação porque preferem ser todos iguais.
Que existam milhares de docentes que sejam o contrário desta caricatura e que tenha sido a mediocridade do seu modelo a despertar a ira da classe, eis duas evidências que não perturbam a senhora. Por isso, espanta que o eng. Sócrates, no lançamento de um livro da ex-ministra, tenha apresentado a dra. Rodrigues como uma mulher ‘sem ressentimentos’ e, mais, um exemplo de ‘coragem, grandeza e superioridade’. Sobre os ‘ressentimentos’, aplaude-se o momento de humor. Mas não se aplaude a indelicadeza para com a actual ministra, que passou os primeiros tempos a rasgar as medidas da sua antecessora. Será a dra. Isabel Alçada um exemplo de cobardia, pequenez e inferioridade?"
Alguém imagina um ministro da Agricultura com particular asco pelos agricultores? E, no entanto, a dra. Rodrigues não tem freio: os professores, para ela, recusam a avaliação porque preferem ser todos iguais.
Que existam milhares de docentes que sejam o contrário desta caricatura e que tenha sido a mediocridade do seu modelo a despertar a ira da classe, eis duas evidências que não perturbam a senhora. Por isso, espanta que o eng. Sócrates, no lançamento de um livro da ex-ministra, tenha apresentado a dra. Rodrigues como uma mulher ‘sem ressentimentos’ e, mais, um exemplo de ‘coragem, grandeza e superioridade’. Sobre os ‘ressentimentos’, aplaude-se o momento de humor. Mas não se aplaude a indelicadeza para com a actual ministra, que passou os primeiros tempos a rasgar as medidas da sua antecessora. Será a dra. Isabel Alçada um exemplo de cobardia, pequenez e inferioridade?"
João Pereira Coutinho
CM
sexta-feira, julho 02, 2010
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