Cerca de metade dos alunos do ensino secundário de Lisboa tem pelo menos um factor de risco para desenvolver patologias cardiovasculares, de acordo com um estudo-piloto que será apresentado hoje no Instituto Ricardo Jorge, em Lisboa.
O estudo envolveu 854 alunos de oito escolas secundárias da região e, segundo afirmou ao “Diário de Notícias” Mafalda Bourbon, investigadora responsável pelo estudo, “os resultados são alarmantes”: 35 por cento dos jovens dos 15 aos 18 anos já tinham dois factores de risco cardiovascular e outros 12 por cento apresentavam mesmo três. A obesidade, a hipertensão e o tabagismo são os factores mais comuns.“
A grande surpresa foi a prevalência da hipertensão: 11 por cento dos alunos tinham já tensão alta e 28 por cento uma pressão arterial normal alta, ou seja, podem ser considerados pré-hipertensos”, explicou a investigadora ao mesmo jornal, dizendo que estes dados justificam que se avance para um estudo de âmbito nacional, até porque nem todas as regiões são iguais.
O estudo “Coração Jovem”, que envolveu cinco escolas públicas e três privadas de Lisboa, permitiu ainda concluir que 16 por cento dos inquiridos tinham excesso de peso ou obesidade e que 13 por cento fumavam, oito por cento dos quais todos os dias. Mafalda Bourbon acrescentou que 22 por cento dos adolescentes tinham, ainda, níveis de colesterol muito próximos dos limites aconselháveis. Quanto ao exercício físico, 55% praticam menos de uma hora por semana fora da escola e 55% e 61% passam, respectivamente, mais de uma hora por dia a ver televisão ou sentados frente ao computador ou consola de jogos.
Para combater isto, a escola deve ter um papel importante a três níveis. Em primeiro lugar a nível educativo, ensinando nos currículos o que são factores de risco e e importância de hábitos de vida saudável. Depois a nível alimentar já que muitas crianças e adolescentes comem na escola nos bares e cantinas. E finalmente através da promoção do exercício físico.
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