domingo, junho 28, 2009

sábado, junho 27, 2009

Governo tem de qualificar mil por dia para cumprir Novas Oportunidades

Aguardo com enorme curiosidade o relatório de Roberto Carneiro que lidera uma equipa que avaliará a execução do programa escolar Novas Oportunidades. Chamar "qualificação" a um programa que em nada qualifica as pessoas, e que se resume a uma mera certificação administrativa, é uma burla, uma fraude, que tem de ser desmascarada.

quinta-feira, junho 25, 2009

Ministério da Educação mantém-se intransigente

Ministério da Educação assume que acordo com sindicatos não é possível quanto à revisão do Estatuto da Carreira Docente, uma vez que "para os sindicatos tudo o que não seja a abolição das duas categorias não é valorizado".

Comentário - Não querem negociar? Tudo bem. Em Outubro, os professores darão a resposta devida à prepotência do ME.

quarta-feira, junho 24, 2009

Economia e educação: pode o Governo estar contra a nação?

Público

No mundo ideal devíamos andar contentes

"No mundo ideal devíamos andar contentes. Os técnicos do Ministério da Educação que elaboraram os exames de Matemática do 9º ano, por exemplo, acreditam nisso e gostariam que vivêssemos nesse mundo.
O mundo não está para exigências suplementares nem para construirmos a 'excelência' sobre os escombros do Ensino Básico. A Matemática lá se há de fazer. Devagar. E o Português também. E o que vier. O Ministério, coitado, enfrenta uma série de gente zangada com o mundo e que protesta sempre nesta altura dos exames. São uns chatos, uns aborrecidos.
O que importa é desenrascar, ir fazendo, ter bom aproveitamento, passar de ano, engordar a felicidade das estatísticas. Daqui a um mês, os resultados vão aparecer, luminosos e positivos. O que eles são, senhora ministra, é uns invejosos".

Francisco José Viegas
CM

terça-feira, junho 23, 2009

O que pensa a SPM sobre as provas de Matemática, realizadas hoje.

"As resoluções propostas pela Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) estão nas palavras subinhadas. Quanto ao que a SPM pensa sobre as mesmas...
... o exame de Matemática A "é mais razoável que a do ano anterior. Sem ser difícil, não é escandalosamente fácil". A parte sobre os números complexos estava bem concebida; sobre as questões de probabilidades as perguntas não são difíceis. A matéria de trigonometria "é tratada marginalmente". A parte de funções tem perguntas "razoáveis, mas pouco exigentes no cálculo (predominância de equações lineares)". O raciocínio dedutivo continua a estar praticamente ausente da prova.A SPM questiona a duração de prova de três horas. "Apesar de o exame não ser trivial e testar adequadamente algumas partes do programa, não nos parece ainda que, na sua globalidade, cubra bem as matérias, com o grau de exigência necessário. Um desempenho positivo nesta prova não é ainda garantia de uma preparação adequada à saída do ensino secundário e entrada no superior".
... o exame de Matemática B "não tem incorrecções científicas e contempla bem os diversos tópicos do programa", à excepção da Estatística, que apenas surge numa pergunta "trivial" (questão 2 do grupo II). "O enunciado de algumas questões é desnecessariamente complicado e palavroso: são exemplos o grupo I e o grupo IV. Neste último, à força de se tentar ser preciso, acaba-se por gerar um texto que pode confundir os alunos. A tentativa de encontrar a qualquer preço aplicações da Matemática às chamadas “questões da vida real” tem o seu expoente máximo no grupo II, formado por uma série de questões desconexas."Muitas questões são "excessivamente fáceis": o grupo I está ao nível de um 7º ano de escolaridade e o grupo V ao nível do 9º ano. Mesmo as perguntas sobre tópicos do secundário são "tão elementares que não permitem distinguir os alunos que dominam realmente bem a matéria daqueles que têm apenas os conhecimentos mínimos".

segunda-feira, junho 22, 2009

Para não variar, o exame de Matemática do 9º ano foi fácil

"A Sociedade Portuguesa de Matemática considera que o exame a esta disciplina que foi hoje realizado pelos alunos do 9º ano do ensino básico “é de novo demasiado elementar”.
“Há uma pergunta que “está ao nível do 3º ano de escolaridade” e em quase todas as questões “os conceitos são testados com exemplos demasiado elementares”. No seu parecer, a SPM indica que “grande parte da matéria do 9ºano de escolaridade não foi coberta por esta prova”.
“Não há problema algum em introduzir num exame perguntas de anos anteriores ou de grau de dificuldade baixo. O que é prejudicial é que um número exagerado de perguntas corresponde a tópicos que deveriam estar sabidos anos antes e que todas ou quase todas as perguntas tenham um grau de dificuldade muito baixo". Para a SPM, “o que exames deste tipo transmitem é a ideia de que não vale a pena estudar mais do que as partes triviais". “Tanto os jovens que prosseguem os seus estudos no Secundário como os que terminam aqui a sua escolaridade não podem concluir estar bem preparados pelo facto de conseguirem um resultado satisfatório neste exame”, frisa a SPM, que alerta para o seguinte: “uma prova demasiado elementar como esta não serve o progresso do ensino. Pelo contrário, cria precedentes difíceis de contrariar”.

Público

Comentário - Até agora ainda não ouvi ninguém dos envolvidos nos exames, sejam alunos ou professores, a dizerem que as provas têm sido difíceis. Pelo contrário. Até a Sociedade Portuguesa de Matemática e a Associação de Professores de Português têm alertado para a facilidade dos exames. É pelo caminho do facilitismo que o Ministério da Educação quer fazer progredir o ensino em Portugal. Eu prefiro dizer que é assim que estamos a criar um país de ignorantes.

Exames mais fáceis levam alunos a cancelar matrícula

"Este ano houve mais alunos do 12.º ano a cancelar a matrícula em matemática e a propor-se directamente para exame. Uma consequência da "subida de seis valores da média de notas nos últimos dois anos", diz Nuno Crato, presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática. "Muitos alunos cancelaram a matrícula porque estão convencidos que vão ter melhores notas". Estão inscritos 56 925 alunos nas provas de matemática A e B, que se realizam amanhã. Mas já hoje, 97 mil alunos do 9.º ano testam os seus conhecimentos.
A Sociedade Portuguesa de Matemática acredita que o nível das provas de matemática do 12.º deverá ser semelhante ao do ano passado. "Se tivermos o exemplo das provas de aferição realizados, podemos calcular que os exames vão manter-se muito simples", diz.
As consequências de se colocar uma fasquia mais baixa não são as melhores, garante: "nem os melhores nem os piores alunos beneficiam e depois há os que cancelam a matrícula porque sabem que não precisam de trabalhar tanto nem de ir às aulas", lamenta.
O Ministério da Educação não possuí dados sobre o número de alunos que não se matricularam. No entanto, fonte da tutela contestou que um eventual aumento se devesse ao facilitismo dos exames: "foram tomadas medidas para melhorar os resultados. Houve mais investimento no sistema, no plano de acção e uma melhoria na qualidade das provas", disse.
Também Rita Bastos, ex-presidente da Associação dos Professores de Matemática acredita que o nível dos exames do 9.º ano e do 12.º se vai manter. "Não houve grandes mudanças, por isso devem ser acessíveis". Nuno Crato refere que o grau de exigência das aulas é superior ao dos exames. "A média subiu muito e isto não corresponde a uma melhoria real e nem sequer permite compara resultados dos últimos anos", frisa.
Mesmo no 9.º ano, teme que "o facilitismo tenha vindo para ficar". No ano passado, 44,9% obtiveram nota negativa no exame do 9.º ano, muito abaixo dos 72,2% de 2007. A média da matemática A, de 12.º , subiu três valores num ano".

DN

domingo, junho 21, 2009

Educação: Sindicatos fazem balanço "muito negativo" do ano lectivo

"As duas maiores federações sindicais fazem um balanço muito negativo do ano lectivo que agora termina, enquanto a Associação Nacional de Professores afirma que não se perdeu apenas um ano nas relações dos docentes com o Governo, mas toda uma legislatura.
Em declarações à Agência Lusa, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) faz um balanço "completamente negativo" deste ano lectivo, reprovando a actuação do Governo com uma classificação "baixissíma", nota 1 numa escala até 5.
"A grande atitude dos professores e o seu profissionalismo, apesar dos ataques e injúrias de que foram alvo, é o aspecto mais positivo do ano lectivo. Lutaram como nunca, mas mantiveram uma atitude irrepreensível de forma a que os alunos não perdessem o ano", afirmou Mário Nogueira .
Já João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), faz um balanço "extremamente negativo" do ano lectivo, sublinhando a "mudança significativa" no clima interno das escolas.
"Deterioraram-se as relações entre as pessoas por imposição de um estatuto da carreira que não responde às necessidades das escolas. Deteriorou-se o clima de autoridade dos professores em relação aos alunos", exemplificou, atribuindo nota quatro (numa escala até 20) à forma como decorreu o ano lectivo, mas também toda a legislatura.
João Grancho, presidente da Associação Nacional de Professores (ANP) classifica o Governo com um 9,5, reconhecendo o cumprimento de alguns pontos positivos, como a requalificação do parque escolar, o alargamento da acção social escolar ou o plano tecnológico da educação.
No entanto, no relacionamento entre docentes e tutela, considera que "não se perdeu apenas um ano, mas toda a legislatura".
Para João Dias da Silva também existem aspectos positivos ao longo da legislatura, como a generalização do Inglês, a distribuição de computadores ou o redimensionamento da rede escolar, por exemplo.
No entanto, adivinha que o desafio na próxima legislatura passa por pacificar a escola e reganhar os trabalhadores docentes e não docentes, ao mesmo tempo que apela a uma "maior responsabilização dos políticos pelas decisões que tomam e pelo seu impacto".
"Se for negativo, que sofram politicamente consequências pelas suas decisões", afirmou.
Como aspectos muito negativos, Mário Nogueira destaca um ano lectivo de grandes conflitos e muito negativo para as escolas, pela implementação do novo diploma de gestão escolar, "que veio retirar autonomia aos estabelecimentos de ensino".
"Era o ano em que deveria estar implementada a escolaridade obrigatória de 12 anos e a cobertura de 100% para as crianças de cinco anos. Não está. O cumprimento deste compromisso do programa do Governo é o reconhecimento do fracasso das políticas", acrescentou".

Expresso Online

Ministério da educação faz auto-avaliação

"O Governo lançou um documento intitulado "A a Z da Educação", no qual relembra o trabalho feito e os resultados obtidos durante quatros anos de legislatura que permitiram, segundo afirma, "mais e melhor serviço público de Educação".
Em cerca de 62 duas páginas, o Ministério da Educação (ME) inumera as áreas em que foram introduzidas novas medidas como a Acção Social Escolar, o ensino profissional, a gestão escolar, o pré-escolar e o 1º ciclo, a modernização dos estabelecimentos de ensino, a carreira dos professores ou o Plano Tecnológico.
"Não é a história do meu mandato. É apenas um documento de divulgação mais ampla que refere as medidas de política mais emblemáticas, com mais impacto na vida das escolas e das pessoas", afirmou a ministra da Educação à Agência Lusa.
Para Maria de Lurdes Rodrigues, "é importante prestar contas e fazer balanços, bem como divulgá-los". "Na minha opinião, os ministérios têm o dever de o fazer", acrescentou.
No documento, o Governo recorda, por exemplo, o aumento do número de alunos matriculados em todos os níveis ddo ensino básico e secundário, o alargamento do número de beneficiários da Acção Social Escolar, os processos de avaliação do sistema educativo, o alargamento da oferta de cursos profissionais ou a oferta generalizada do enriquecimento curricular.
"Mais eficiência na organização das escolas, novas lideranças, escolas mais orientadas para os alunos e para as suas famílias, mais estudantes e melhores resultados, menos abandono e menos insucesso escolar é o que encontramos hoje no nosso sistema educativo", escreve a ministra, na nota de abertura do documento.
Maria de Lurdes Rodrigues não deixa de dirigir "um voto de apreço ao empenho dos professores, do pessoal não docente e dos órgãos de gestão das escolas e das autarquias".
Segundo a ministra, estes "têm vindo a fazer um trabalho persistente no combate ao insucesso escolar e ao abandono precoce, com resultados visíveis para milhares de jovens e respectivas famílias, que encontram hoje nas escolas respostas mais ajustadas às suas expectativas".
"I"

sexta-feira, junho 19, 2009

Esta mulher é execrável

Depois de José Sócrates ter dito que tinha errado ao ter imposto aos professores um modelo de avaliação complexo, pesado e burocrático, vem agora Maria de Lurdes dizer que o tal modelo pode voltar a ser aplicado no próximo ano. Eu aconselhava José Sócrates a pôr um travão na ministra, isto se quiser ainda sonhar com a hipótese de ganhar as eleições, pois caso contrário o PS irá levar uma vassourada como nunca se assistiu em Portugal com nenhum partido.

Entrevista de Sócrates não convenceu professores

"A nova postura de José Sócrates, assumida anteontem numa entrevista à SIC, em que reconheceu que se pode ter instalado a ideia de que o Governo agiu contra algumas classes profissionais, como os juízes ou professores, mas que tal não era verdade, não convenceu aqueles profissionais.

"Errámos ao propor uma avaliação tão exigente, tão complexa e tão burocrática. Corrigimos logo a seguir, mas o erro ficou feito", admitiu José Sócrates.

No entanto, para o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores, Mário Nogueira, "o modelo não é exigente, nem rigoroso, não é nada". E acrescentou que, se José Sócrates "reduz os problemas da Educação à avaliação, bem pode preparar-se para levar outra cacetada daqui a dois ou três meses", referindo-se aos maus resultados do PS nas eleições europeias e aos próximos actos eleitorais.

"O problema não é de palavras é de políticas", vincou, por sua vez, João Dias da Silva, da Federação Nacional de Educação. João Grancho, da Associação Nacional de Professores, concorda. "A mudança de atitude para ser verdadeira tem que assumir consequências práticas".

JN

Parece que vamos ter de preencher novas fichas de auto-avaliação

O DN noticia que o Ministério da Educação informou as escolas de que vai enviar novas fichas de auto-avaliação para os professores. Numa altura em que muitos professores já entregaram as ditas e outros tantos já quase concluiram o seu preenchimento, é caso para dizer que a tríade ministerial não se cansa de brincar com a dignidade dos professores. Só mentes completamente distorcidas se dão o trabalho de criar uma confusão destas. O desnorte que paira naquele Ministério é de tal ordem que, a nós professores, só nos resta desejar que não tarde o dia em que nos possamos ver livres desta cambada.

Resultados das provas de aferição do 1º e 2º ciclos

"Repetem-se os bons resultados do ano passado. Nove em cada dez alunos do 4.º ano teve nota positiva nas provas de aferição de Língua Portuguesa e de Matemática. Os do 6.º também chegam aos 90 por cento na Língua Portuguesa, mas é a Matemática que continua a ser o seu calcanhar de Aquiles, com dois em cada dez estudantes com nota negativa. Contudo, a Matemática há uma ligeira subida das negativas, quer no 4.º como no 6.º ano, revelam os dados do Ministério da Educação, disponibilizados esta tarde.
Em termos globais, os estudantes do 4.º ano obtiveram 89 por cento de notas iguais ou superiores a “satisfaz” a Matemática e 91 por cento a Língua Portuguesa. O ano passado, conseguiram 90,8 e 89,5 a Matemática e a Língua Portuguesa, respectivamente.
Quanto aos alunos do 6.º ano, desceram de 93,4 para 90 por cento a Língua Portuguesa. O mesmo movimento se verifica a Matemática: no ano passado, 81,8 por cento tiveram um desempenho positivo, valor que caiu este ano caiu para 79 por cento".

Público

quarta-feira, junho 17, 2009

Na Escola da Ponte, o eduquês vive no paraíso

"Todas as semanas há debates na Assembleia de Escola. A avaliação não é feita com testes iguais para todos. São os alunos que fazem o seu plano de trabalho diário. E são eles que tentam procurar a informação referente ao tema escolhido. Se precisam de ajuda, recorrem aos livros, a seguir aos colegas e só depois aos professores.
Desde logo, o ritmo dos alunos não se rege por toques de campainha. O período lectivo começa às 8h30 e termina às quatro da tarde. Os miúdos têm actividades extra-curriculares tão diversas como defesa do património cultural, xadrez, música, informática.
Dentro de cada sala estão normalmente alguns professores e mais de 50 alunos, independentemente do seu grau de escolaridade. Estão divididos por três categorias.
Cada estudante faz parte de um “grupo de responsabilidade” que toma conta dos livros, dos computadores, do recreio, do refeitório, dos jardins, etc".

Escolas portuguesas precisam de mais avaliação e disciplina

"Portugal é dos países onde os professores gastam mais tempo a manter a ordem na sala de aula e em tarefas administrativas e menos tempo a ensinar.
Este é um dos resultados evidenciados pelo inquérito internacional sobre ensino e aprendizagem divulgado hoje pela OCDE , com base no TALIS, um instrumento de análise elaborado para avaliar e comparar professores, ensino e aprendizagem em diferentes países.
Os primeiros resultados do estudo hoje divulgado (ver link no final do artigo), levado a cabo em 23 países membros daquela organização, apontam ainda a avaliação e reconhecimento do trabalho dos professores como um elemento importante para um melhor desempenho.
Os inquéritos, levados a cabo em 200 escolas de cada país durante o ano lectivo 2007/2008, permitiram concluir que, em Portugal, 75% do tempo de aula é efectivamente dedicado ao ensino, o quinto valor mais baixo entre os países analisados. Em contrapartida, é dos países onde os professores perdem mais tempo a manter a ordem na sala de aula e em tarefas administrativas.
Além disso, 69% dos professores portugueses trabalham em escolas onde os respectivos directores dizem que os distúrbios na sala de aula prejudicam a aprendizagem, processo que é afectado em 50% dos casos pelo absentismo dos estudantes.
Portugal é igualmente dos países em que um maior elevado número de professores e directores de escola diz não ter havido qualquer tipo de avaliação interna ou externa durante os cinco anos anteriores ao estudo. E quando essa avaliação é feita, o resultado mais valorizado é o número de alunos reprovados, as notas e outros aspectos, enquanto nos demais se dá em média uma importância inversa a estes critérios.
O estudo da OCDE evidencia que os professores que vêem o seu trabalho reconhecido pelos directores das escolas e pelos colegas apresentam um melhor desempenho e conclui que nível do sistema de ensino de um país não pode ser superior ao da qualidade dos professores e do seu trabalho, pelo que defende a necessidade do reforço do treino e formação dos docentes".

Expresso Online

terça-feira, junho 16, 2009

Exame de Português

As primeiras reacções ao exame de Português são unânimes: muito fácil. Quer isto dizer que Maria de Lurdes está a trabalhar para as estatísticas, como aliás era previsível.

Fenprof quer que notas de avaliação de desempenho não produzam efeitos

"A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) sugeriu hoje ao Governo que as classificações a atribuir este ano aos docentes no âmbito da avaliação de desempenho não produzam qualquer efeito, assumindo apenas carácter experimental para a revisão do modelo".

Público

segunda-feira, junho 15, 2009

Amanhã há exames

Amanhã começa uma nova época de exames e o governo não vai perder o ensejo de voltar a manipular os resultados. À semelhança do que se verificou no ano lectivo transacto, com particular incidência na Matemática, as provas vão ser descaradamente acessíveis, por forma a se obterem os resultados desejáveis e assim criar a ideia na população de que a qualidade do ensino está a melhorar, quando de facto piora a olhos vistos. Como aliás o PISA, mais uma vez, irá demonstrar.

A pressão dos exames

"Periodicamente, psicólogos e pedagogos mencionam a pressão que os adolescentes vivem durante os exames como se fosse um perigo a afastar ou uma maldade inútil a que é preciso pôr termo. Em Outubro, aparecerão os mesmos a falar das ‘crises nervosas’ das crianças que enfrentam o primeiro dia de aulas.
O ideal seria, suponho, que não existissem nem uma coisa nem outra. Ao contrário: a pressão é necessária ao amadurecimento. Não só a pressão; também as dificuldades e o trabalho. A época de exames (que começa amanhã) funciona como um período especial na vida das famílias e dos adolescentes, uma antecâmara de anos futuros e das férias do verão.
De certa maneira, é também um rito de passagem, um desafio e uma fronteira que se ultrapassam – ou não. Não há calendário digno sem isto".

Francisco José Viegas
Correio da Manhã

sábado, junho 13, 2009

Os exames estão fáceis


Expresso

Professores com Bom não fazem prova de ingresso

"A prova de ingresso para se aceder à carreira docente deverá ser feita depois de conhecidas as avaliações e antes do concurso de contratação dos professores, até Janeiro. O anúncio foi feito ontem pelo secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, segundo quem podem ser dispensados da prova os professores que tiverem classificação de Bom ou mais na avaliação. Estão também em condições de dispensa os docentes com quatro anos de serviço e que tenham trabalhado no último ano".

Correio da Manhã

sexta-feira, junho 12, 2009

Consequências do alargamento da escolaridade obrigatória

1. Baixa a qualidade do ensino com o incremento de uma menor exigência para que mais alunos completem a escolaridade obrigatória;
2. Alunos pior preparados para entrar na Universidade;
3. Aumento da indisciplina e violência escolar face ao desinteresse dos alunos que vão ser obrigados a estar numa escola que é completamente alheia aos seus interesses e motivações;
4. De uma fase de analfabetismo passaremos para uma fase de iliteracia funcional.

quinta-feira, junho 11, 2009

Os professores têm de desempenhar menos taferas burocráticas

Resposta à entrevista de Ana Maria Bettencourt, presidente do Conselho Nacional de Educação.

"1. Para quem não sabe, o horário dos professores é composto pelas componentes lectiva e não lectiva (desdobrando-se esta em duas componentes: não lectiva de trabalho a nível de estabelecimento e não lectiva de trabalho individual), remetendo, cada uma delas para inúmeras tarefas que todos os professores, sem excepção, têm de desempenhar. A senhora presidente do Conselho Nacional da Educação terá em mente que os professores trabalhem mais nas duas componentes ou só numa dela e, se for este o caso, em qual delas?
2. Neste momento, esses professores que conheço dizem-me, e eu acredito, que não podem trabalhar mais, que lhes é humanamente impossível acrescentar mais tempo e mais tarefas ao que já fazem.
3. Acresce que esses professores, por se importarem com as aprendizagens e com os seus alunos, denotam uma fadiga extrema e um desapontamento enorme por sentirem que, apesar de todos os seus esforços, não conseguiram, durante o ano, fazer o que acham que deviam ter feito: ensinar bem.
4. Esses professores também me manifestam perplexidade, porque, à semelhança da senhora presidente do Conselho Nacional da Educação, toda a gente lhes diz que têm de ensinar “de outras maneiras”, de “ir mudando os percursos”, como se se soubesse, obviamente, quais são eles. Porém, a verdade é que ninguém, por mais especialista que se apresente, se atreve a dizer quais são essas “outras maneiras”, esses “percursos” que se insinua resolverem os problemas com que os professores se confrontam no dia-a-dia.

Não, os professores não “têm que trabalhar mais”: os professores têm, sobretudo, de desempenhar menos tarefas burocráticas. E as tarefas que lhe são atribuídas têm de ser menos dispersas, e convergir para a função de ensino. Isto para que os professores possam trabalhar melhor.

Nota: O leitor que tenha curiosidade em conhecer melhor as funções que estão atríbuídas aos professores, deve consultar o Decreto-Lei n.º 15/2007, de 19 de Janeiro (Estatuto da Carreira Docente) e o Despacho n.º 19117/2008 de 17 de Julho (que orienta a elaboração dos horários dos docentes). Estes documentos, apenas darão uma pequena visão das totalidade de tarefas que os professores efectivamente desempenham".

quarta-feira, junho 10, 2009

Ingerência política na nomeação dos novos directores em escolas do Algarve

"A eleição dos novos directores nos 68 agrupamentos e escolas secundárias da região está a gerar polémica. Há dezenas de reclamações e os docentes queixam--se de ingerência política no processo. Numa escola do Sotavento foi eleito um professor inibido do uso de livro de cheques.
Luís Correia, director regional de Educação, diz ser "extemporânea qualquer informação, por decorrer o prazo para reclamações".
"Temos conhecimento de vários casos e estamos disponíveis para apoiar juridicamente os professores prejudicados", afiança Rui Sousa, vice-presidente da Fenprof.
O sindicalista não estranha a contestação, criada pelo novo decreto-lei de gestão, denunciando "as escolhas político--partidárias, motivadas pela força que foi dada às forças vivas externas às escolas".
"O Governo criou uma situação trágica para as escolas. Quando outras câmaras acordarem, então a ingerência ainda será maior", diz.
Raul Pina, professor da EB 2,3 D. José I, de Vila Real de Santo António, é um dos professores prejudicados. "Houve várias irregularidades e erros de forma". Pina reclama "a falta de imparcialidade da edilidade, que entregou o processo a um advogado para defender a outra parte".
Luís Gomes, presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, recusou falar sobre o caso".

Correio da Manhã

segunda-feira, junho 08, 2009

Falta de chá e sentido democrático

"Maria de Lurdes Rodrigues, a ministra da falta de Educação, revelou-se, mais uma vez, agora à porta do Altis: "Boa noite senhora ministra...", perguntou-lhe a repórter. "Saia-me da frente", respondeu a ministra".

domingo, junho 07, 2009

Enorme derrota de Sócrates e do PS

As projecções são unânimes: o PS perdeu as eleições. A confirmar-se esta previsão, será uma boa notícia para o país. Os portugueses estão cansados deste governo que tão mal os tem tratado e por isso decidiram penalizá-lo. A prepotência, a arrogância e o autoritarismo, tiverem a resposta merecida. Só espero é que nas legislativas a dimensão desta derrota seja ainda maior.

Curiosidade

Bem sei que é impossível, mas muito gostava eu de saber quantos professores vão hoje votar no PS.

sexta-feira, junho 05, 2009

Entrevista da presidente do Conselho Nacional da Educação

Ana Maria Bettencourt, presidente do Conselho Nacional da Educação, dispara sobre os professores. A ler aqui e aqui.

quinta-feira, junho 04, 2009

Isto é só uma pequena amostra do que vai acontecer no futuro

"O PS de Vila Nova de Famalicão acusa a câmara local de "intrometer-se abusivamente na eleição dos directores das escolas" e vai denunciar as situações de que tem conhecimento à Direcção Regional de Educação do Norte e à Inspecção-Geral de Educação.
A estrutura política garante, em comunicado, que a autarquia "prometeu o 'lugar' de director a este ou àquele professor", "pressionou os representantes dos pais e encarregados de educação a votarem neste ou naquele candidato, a troco de subsídios e lugares futuros". "Refere-se um caso em que o mesmo lugar de director foi 'prometido' a duas pessoas distintas", acrescenta. O PS adianta ainda que os representantes camarários saíram dos actos eleitorais "zangados e abespinhados quando as votações não correrem de feição".
O vereador da Educação da Câmara de Famalicão, Leonel Rocha, do PSD, "repudia" as acusações e revela que vai pedir às associações de pais e outras da comunidade local que coloquem por escrito se foram ou não pressionadas, para então decidir se levará o assunto a tribunal por difamação. "A câmara está indignada e revoltada com o tipo de insinuações, feitas numa altura de campanha eleitoral, e que nada concretizam". "Como é que num escrutínio secreto se pode pressionar seja que for?", questiona. O responsável deixa claro que a câmara, com direito a três dos 21 votos para a eleição dos directores escolares, "não abdica de pensar pela sua cabeça e de escolher os melhores candidatos para as escolas".

Público

terça-feira, junho 02, 2009

Uma, e outra, e outra vez – as vozes de quem faz a escola pública

"Vieram de novo, aos milhares, de todos os pontos do país. Voltaram a encher as ruas de Lisboa com a sua luta, e a sua perseverança na defesa de um modelo democrático da escola pública. Dizendo "categoria só há uma - professor e mais nenhuma". Nem mais.
Ao longo destes últimos quatro anos, os professores têm sido a voz mais forte e mais ousada na contestação ao Governo. E são-no porque têm sido eles a experimentar, mais do que em qualquer outro sector, o que significa a "empresarialização" dos serviços públicos.
Alguém pensou: "temos que alcançar os níveis europeus em matéria de resultados escolares, mas sem fazer o esforço de investimento que fizeram os outros países europeus". A solução do Governo PS: indicar um culpado, os professores; pressionar os resultados; e juntar a propaganda.
Quatro anos do triunvirato Mª Lurdes Rodrigues - Valter Lemos - Jorge Pedreira, resumem-se a isso. Resume-se a duas ideias centrais: primeiro, uma escola organizada como uma cadeia de comando capaz de produzir, rapidamente, resultados "politicamente" simpáticos para quem governa; e segundo, uma classe docente domesticada pelo medo e pela concorrência interpares, que cumpra ordens sem pinga de crítica, e saia baratinha na factura salarial do Ministério da Educação (ME). Toda a arquitectura legislativa, toda a orientação política do ME seguiu neste sentido. Modelo de avaliação, modelo de gestão, estatuto do aluno, e o Magalhães para ajudar à festa...
Quando se provou que os professores não se iriam deixar humilhar e enxovalhar pelo Governo, e que estavam dispostos a lutar, veio a chantagem e as ameaças do ME - ameaça de processos disciplinares, de não progressão na carreira, o afastamento e a intimidação de Conselhos Executivos que não vergavam.
Mesmo assim, uma, e outra, e outra vez, os professores saíram à rua. Porque sabem o que está em causa. Sabem que hoje a escola pública enfrenta uma crise, mas que não pode perder a confiança da opinião pública. Sabem que a multiplicação burocrática não trouxe rigor nem exigência às práticas escolares, apenas aumentou o espaço de manobras dos burocratas políticos de serviço. Sabem que se criaram e inventaram novos problemas, sem nunca resolver os velhos e determinantes problemas do sistema educativo português - o abandono e o insucesso escolar. Sabem que hoje as escolas enfrentam todos os desafios - a herança da iliteracia e a globalização mediática - ; sabem que à escola se pede todas as funções, da educação clássica, às novas competências, e ao apoio social às famílias e aos excluídos; e sabem que lhes faltam todos os instrumentos para fazer esse combate, e essa tarefa.
Quem saiu à rua sabe exactamente o que quer - pacificar as escolas, esquecer Maria de Lurdes Rodrigues, investir no sistema educativo e nos profissionais que fazem a escola pública. Em Setembro ou Outubro, os professores sairão de novo à rua. De outra maneira voltarão a dizer ao PS que não aceitam ser humilhados e perseguidos. Tenho a sensação que dessa vez o PS vai ouvir com muito mais atenção.

Ana Drago

Os planos de recuperação no ensino secundário

Valter Lemos disse há dias atrás que o Ministério da Educação estava a pensar alargar os planos de recuperação ao ensino secundário, tal o êxito que, segundo ele, estes têm tido no ensino básico.
É sabida a carga burocrática que envolve um plano de recuperação que tem como principal objectivo complicar e atrapalhar a tarefa do professor e não ajudar o aluno a superar as suas dificuldades. Ora todo este peso burocrático tem uma razão subjacente: levar a que os professores não apresentem planos de recuperação por forma a que os alunos transitem automaticamente de ano, uma vez que aluno sem plano de recuperação não pode ficar retido.
Resulta daqui que se esta medida vier a ser concretizada, pais e alunos poderão dormir descansados, já que desta forma a taxa de insucesso vai baixar consideravelmente, mesmo que não seja pelas melhores razões. Pouco importa. O que interessa é compor as estatísticas a qualquer preço.

segunda-feira, junho 01, 2009

Professores avaliadores só com especialização

"Os professores avaliadores devem fazer uma nova formação de médio ou longo prazo ao nível do ensino superior. Esta é a recomendação do Conselho Científico para a Avaliação dos Professores (CCAP) que considera que, actualmente, muitos não possuem experiência, competência nem perfil para avaliar os colegas, como prevê o modelo de avaliação. O relatório deste órgão consultivo do Ministério da Educação será apresentado à tutela nos próximos dias.
O Conselho não especifica o modelo dessa formação, que pode, por exemplo, passar por uma pós graduação. "Não nos compete propor o modelo dessa formação. Apenas propomos uma formação de médio ou longo prazo, numa instância do Ensino Superior. E dizemos que esta é uma das debilidades do sistema que dificulta a operacionalização da avaliação de desempenho", avançou ao DN Alexandre Ventura. O presidente do CCAP sublinha ainda que acções de formação pontuais e de algumas dezenas de horas não são suficientes para dotar os avaliadores das competências necessárias.
"Há professores que podem dar boas aulas e não ser bons coordenadores nem bons a avaliar os colegas", afirma. Muitos alegam falta de experiência, pouco à vontade para apreciar o trabalho dos seus pares, que se reflecte no receio de que isso afecte o relacionamento interpessoal, ou falta de perfil, explica Alexandre Ventura. Outros problemas e "tensões", acrescenta, advêm ainda de alguns avaliados não reconhecerem competências pedagógicas aos avaliadores".

DN