“ Três programas emblemáticos caracterizaram este Governo: o Plano Tecnológico, o Simplex e as Novas Oportunidades. O que de melhor o Governo Sócrates fez, passou por aqui. Talvez, de todos, o Simplex tenha sido o que melhores resultados trouxe. Ainda é cedo para se fazer uma avaliação global, mas a simplificação burocrática conheceu um impulso sério.
O Plano Tecnológico traduz muito do deslumbramento de Sócrates e da sua geração pelo poder das tecnologias, e pela crença de que as tecnologias têm efeitos sociais de per se. Não têm. São instrumentos que só actuam em contextos sociais próprios e muitos milhares de euros de material avariado, computadores, gadgets estão por essas escolas e instituições públicas onde, depois de belas sessões públicas de ofertas e inaugurações, não se cuidou, por exemplo, da manutenção. Para além disso, ter banda larga em Ferreira do Alentejo é excelente se ela servir para alguma coisa, se as literacias para a usar existirem para além da ida à Internet para ver os sítios de futebol, pornografia e as fotografias da turma no hi5.
Terá ainda que se esperar para ver outros resultados do Plano Tecnológico, mas este perdeu dinâmica no último ano.
Quanto às Novas Oportunidades, foram no seu início um sucesso naquilo que era mais difícil: revalorizar o papel do ensino, da educação, da aprendizagem, do saber, em sectores da população que na sua vida tinham voltado as costas a esses valores, por necessidade ou por facilidade. Porém, o programa entra agora numa fase crucial: após os momentos de arranque inicial, é suposto que se comece agora a aprender e a ser avaliado. Essa é a parte mais difícil, mas a que justifica o projecto. E aqui as intenções iniciais começam a esmorecer, os atrasos a somarem-se, a perplexidade dos formadores a aumentar e o anúncio regular pelo Governo da outorga de mais uns milhares de diplomas faz suspeitar de facilitismo. Vamos ver”.
O Plano Tecnológico traduz muito do deslumbramento de Sócrates e da sua geração pelo poder das tecnologias, e pela crença de que as tecnologias têm efeitos sociais de per se. Não têm. São instrumentos que só actuam em contextos sociais próprios e muitos milhares de euros de material avariado, computadores, gadgets estão por essas escolas e instituições públicas onde, depois de belas sessões públicas de ofertas e inaugurações, não se cuidou, por exemplo, da manutenção. Para além disso, ter banda larga em Ferreira do Alentejo é excelente se ela servir para alguma coisa, se as literacias para a usar existirem para além da ida à Internet para ver os sítios de futebol, pornografia e as fotografias da turma no hi5.
Terá ainda que se esperar para ver outros resultados do Plano Tecnológico, mas este perdeu dinâmica no último ano.
Quanto às Novas Oportunidades, foram no seu início um sucesso naquilo que era mais difícil: revalorizar o papel do ensino, da educação, da aprendizagem, do saber, em sectores da população que na sua vida tinham voltado as costas a esses valores, por necessidade ou por facilidade. Porém, o programa entra agora numa fase crucial: após os momentos de arranque inicial, é suposto que se comece agora a aprender e a ser avaliado. Essa é a parte mais difícil, mas a que justifica o projecto. E aqui as intenções iniciais começam a esmorecer, os atrasos a somarem-se, a perplexidade dos formadores a aumentar e o anúncio regular pelo Governo da outorga de mais uns milhares de diplomas faz suspeitar de facilitismo. Vamos ver”.
Pacheco Pereira
Revista Sábado