"É com tristeza que comunico ao auditório o nosso 37º lugar no PISA. O programa da OCDE que permite enxovalhar-nos não ficou impressionado com os nossos conhecimentos científicos, linguísticos e matemáticos. Entre 57 países, ocupamos a terceira parte da lista, abaixo da média e muito atrás da Finlândia, que continua a liderar o barco. Como explicar esta sazonal vergonha? O Ministério da Educação, em atitude que se aplaude, não cede ao populismo fácil de quem aconselha mais estudo nas referidas matérias. Para o Ministério, o problema está na "disfunção" do sistema, que persiste em "reter" os nossos jovens quando a atitude mais sensata seria aprová-los com distinção. Nas palavras corajosas de Jorge Pedreira, secretário de Estado-adjunto, "a retenção não é normal" (Freud, naturalmente, discordaria). Espera-se que o Ministério aprenda a lição e, a partir do próximo ano, faça o que lhe compete: no início da escolaridade obrigatória, entregar a cada criança um diploma universitário. E depois enviar o retrato para a OCDE. Se o PISA não se espanta com um país de poetas, talvez respeite um Portugal precocemente coberto por doutores e engenheiros".
João Pereira Coutinho
Expresso
1 comentário:
Se o estudo fosse feito de forma séria e rigorosa, talvez a posição ainda fosse pior... É que, de certeza, que os senhores que fazem o PISA nunca assitiram a uma aula normal no Ensino Público Português...
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