quarta-feira, outubro 29, 2008

Quase todas as escolas básicas tiveram média positiva nas provas nacionais

"Foram mais de mil as escolas que este ano tiveram uma média no exame nacional de Matemática do 9.º ano igual ou superior a 2,5 valores (numa escala de 1 a 5). Em 2007, tinham sido apenas duas centenas. Esta é uma das principais conclusões das notas de exame por escola ontem divulgadas pelo Ministério da Educação.
Olhando para o conjunto das duas disciplinas que são sujeitas a exame nacional neste nível de ensino (Português e Matemática), a melhoria revela-se igualmente impressionante. Ao todo, 97 por cento (1254 num total de 1292) das escolas tiveram uma classificação positiva. No ano passado, o feito tinha sido alcançado por apenas 66 por cento.
No caso específico das provas do secundário, aconteceu algo de semelhante. A melhoria das médias nacionais, em particular na Matemática, levou a que a percentagem de escolas secundárias com classificações positivas (9,5 valores ou mais, numa escala de 0 a 20) nas oito disciplinas consideradas pelo PÚBLICO disparasse de 62 por cento para 87 por cento (525 em 604 escolas). Para muitos professores, a melhoria dos resultados nas provas foi fruto da facilidade dos testes deste ano. A tutela insistiu que é consequência do maior esforço de alunos e docentes.
O ranking, elaborado apenas e exclusivamente com base nas médias dos exames nacionais, confirma uma vez mais o domínio das escolas particulares no topo. No ensino secundário, são todas privadas as que este ano se destacam com as melhores médias de exame. A Academia de Música de Santa Cecília, em Lisboa, e o Colégio São João de Brito, também na capital, ocupam os lugares cimeiros. No entanto, há que ter em conta o número de provas realizadas em cada uma. Comparando com o ano passado, não houve nenhuma escola pública a manter-se nos lugares de topo. A Secundária Infanta D. Maria, em Coimbra, passou do quinto para o 13.º lugar. A segunda pública melhor classificada no ano passado, a Filipa de Lencastre, em Lisboa, passou do 14.º para o 23.º lugar, apesar de as médias terem aumentado em ambas.
No ranking do básico, é a Escola Inglesa de São Julião (St. Julian’s, em Cascais), com uma média de 4,5 valores, que surge em primeiro lugar. Ao contrário do que acontece no secundário, aqui há duas escolas públicas entre as 15 primeiras (a Luís Madureira, na Amadora, e o Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, em Braga).
Outra conclusão imediata prende-se com o facto de haver escolas que, tendo o 9.º e o secundário, repetem os bons desempenhos nos exames. Acontece, por exemplo, com o colégio dos Salesianos do Estoril, Luso-Francês (Porto, Rainha Santa Isabel (Coimbra) ou Moderno (Lisboa).
Mais exigentes no topo
Os dois estabelecimentos de ensino secundário que este ano apresentam os melhores resultados distinguem-se ainda por outra razão: são dos raros casos em que a nota média interna (que resulta das classificações atribuídas, ao longo do ano, pelos professores aos seus alunos) é mais baixa do que aquela que os estudantes conseguiram quando fizeram exame. Na Santa Cecília a diferença é mesmo de 1,1 valores.
Só há mais seis escolas no país, num total de 604, onde os professores parecem ter sido mais exigentes do que o exame nacional. Todas pertencem ao grupo das 40 primeiras.
No outro extremo estão escolas onde a média da nota interna é bastante superior àquela que os alunos conseguiram no exame nacional. Há 130 escolas onde essa diferença é superior a três valores. No ano passado, contudo, esta situação era ainda mais frequente: havia mais de 380 estabelecimentos de ensino onde a diferença entre média das notas internas e de exame era superior a três valores.
Entre as secundárias públicas melhor classificadas figuram, este ano, para lá da Infanta D. Maria, a Secundária do Restelo, em Lisboa, a Secundária José Falcão, Coimbra, e a Secundária de Esmoriz, em Ovar.
Já das 20 escolas que ocupam os últimos lugares do ranking deste ano – com médias entre 6,5 e 8,6 –, nove são repetentes nesta posição. Em quatro delas as médias também aumentaram: passaram dos sete para os oito valores, mas apesar disso ficaram em pior posição na lista".

Público

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