"Deixa-me sempre pesaroso (embora só agora tenha assistido a
tal coisa) ver o Fisco exigir 750 mil euros de impostos a um pobre trabalhador,
mesmo que esse trabalhador seja o homem mais rico de Portugal e um dos 200 mais
ricos do Mundo. Ainda por cima, o Fisco assaca a Américo Amorim coisas feias
como ter feito, sem licença, obras de engenharia criativa na contabilidade das
suas empresas.
A má vontade da Justiça contra Américo Amorim não é de hoje. Já em 1991, o MP
o acusara de abuso de confiança e desvios em subsídios de 2,5 milhões de euros
do Fundo Social Europeu; felizmente Deus e a morosidade dos tribunais escrevem
direito por linhas tortas e o processo acabou por prescrever. Depois foi a
"Operação Furacão" e uma investigação por fraude fiscal e branqueamento de
capitais, mas tudo acabou de novo em bem e sem julgamento.
Agora as Finanças não compreendem os contratempos hormonais das empresas de
Américo Amorim e recusam aceitar como despesas os seus gastos em tampões
higiénicos e outras exigências da feminilidade como roupas, cabeleireiros ou
massagens. Até as contas da mercearia e festas e viagens dos netos o Fisco acha
impróprias de um grupo de empresa só pelo facto de os grupos de empresas não
costumarem ter netos.
Manuel António Pina
JN
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