terça-feira, junho 05, 2007

O estado do ensino em Portugal

"Muitas almas caridosas interrogam-se por que razão o ensino no nosso país anda pelas "ruas da amargura”. Não se andará muito longe da verdade se se afirmar que o ensino “está como está” pelo facto de:
a) existirem extensos e maus programas;
b) existirem manuais deficientes;
c) existirem disciplinas a mais ou com carga horária desajustada;
d) existirem professores mal preparados;
e) existir um número exagerado de Escolas Superiores e “Universidades”, algumas de duvidosa credibilidade e deficiente qualidade no ensino que ministram e que vão lançando fornadas de licenciados (e até mestrados) no mundo do trabalho. Que está saturado ou não existe ;
f) existir um ensino primário (1º ciclo) demasiado lúdico e super-divertido que não prepara os miúdos, permitindo-lhes transitar para o 2º ciclo (depois transitam, sem problemas, para o 3º ciclo), eximidos de saberem ler e escrever, de saberem a tabuada (já não se usa essa reaccionarice) de saberem efectuar contas de dividir e multiplicar;
g) existirem alunos desordeiros, indisciplinados, malcriados, violentos que perturbam supin amente o desenrolar das aulas (quiçá este o problema mais grave que desestabiliza as escolas);
h) existirem práticas e correntes pedagógicas inadequadas e românticas onde pontifica o “eduquês”;
i) Persistir, de forma subliminar, da parte dos mentores do “eduquês” aboletados no ministério, a tentativa de impôr o “ sucesso educativo” (aparente), à outrance. Nem que para isso se forje ou invente;
j) Finalmente, e qual cereja em cima do bolo amargo da educação, existirem comissões ineptas do ministério que confundem, atrapalham, em vez de elucidarem e definirem estratégias claras e consequentes, assentes no rigor, na exigência e na assumpção do verdadeiro conhecimento e saberes devidamente estruturados nos diversos níveis de ensino.
Mesclarem-se esses (des)conhecimentos e (des)saberes é caminhar para a ilusão, para a desestruturação cognitiva, para a incompetência, para a ignorância . No tempo do “velho botas” fascista—como muitos imbecis, irresponsáveis e oportunistas o mimoseiam—e, até, no tempo do Prof. Marcello Caetano, qualquer jovem que concluisse o 5º e o 7º anos (actuais 9º e 11º), evidenciava competências e saberes e, no mínimo, saberia ler e escrever correctamente. Isto para não ter de referir os professores, os médicos, os engenheiros, os advogados, etc, classes profissionais que estavam devidamente habilitadas, qualificadas e preparadas para exercerem as respectivas profissões, sem duvidarmos, ou sem se duvidar do seu percurso e preparação cientifica, técnica e intelectual. Ou seja: o ensino e a qualificação dos jovens era a valer. Quem não sabia, não estudava ou não revelava capacidades suficientes arreava, ou, pelo menos era obrigado a tratar de “vidinha”. Não permanecia nas escolas, como agora acontece, perturbando, infernizando e influenciando, negativamente, os colegas com razoável aproveitamento, prejudicando-os no estudo e nesse mesmo aproveitamento. De caminho, nos dias de hoje, estes jovens virtuosos e trabalhadores ainda dispõem de tempo para maltratar e insultar os seus professores no papel enternecedor de estudantecos. Assim vai o doce ensino no nosso país. Um futuro radiante nos espera".

António Miguéis
Vila Real

3 comentários:

Anónimo disse...

Começo a acreditar que há uma forte intenção de destruir este povo. Tudo leva a crer que assim é. Que medidas sérias estão a ser tomadas para que Portugal tenha FUTURO?
Que política económica está a ser seguida para que possamos acreditar num DESENVOLVIMENTO sustentado e sustentável?

Entregámos o comando das nossas vidas a pessoas que não necessitaram de demonstrar qualquer capacidade extraordinária para assumirem funções de tamanha responsabilidade. Pessoas que, em nome de uma ambição desenfreada, não tiveram pejo em aceitar o exercício de funções que implicariam uma elevadíssima responsabilidade e competências extraordinárias.

É por isso que se aposta, cada vez mais, na ignorância do povo: só um povo ignorante pode entregar o destino das suas vidas a gente que não necessita de provar ser detentor de competências e capacidades excepcionais para o exercício de funções excepcionais. Qualquer "menino bonito" com muita retórica (foguetório) e egocêntrico serve para assumir o comando de Portugal!

Anónimo disse...

Concordo plenamente com tudo o que escreveu. Ando a tentar dizer o mesmo há décadas. De há seis,sete anos a esta parte, atingimos o patamar mais baixo e a situação está insustentável. A dedicação, persistência e trabalho parece que já nada significam.

el_kik0 disse...

esta porcaria de pais so poderia ter uma educaçao destas