sexta-feira, novembro 02, 2007

Mais uma crítica ao novo estatuto do aluno

"No curto espaço de uma semana, o Governo de José Sócrates conseguiu produzir dois documentos de uma imbecilidade absolutamente notável que dizem muito sobre a massa de que é feito este executivo.A festa começa nesse hino à impunidade e à displicência que constitui o novo estatuto do aluno. A coisa explica-se de uma penada: reconhecendo a sua antipatia genética pela ideia de disciplina, o PS de Sócrates resolve a questão da generalizada rebaldaria que grassa nas escolas públicas do País legitimando-a. A ideia é de uma genialidade desarmante. À falta de vencer a balda, integra-se no sistema a própria balda: os petizes, que já tinham dificuldade em chumbar por razões pedagógicas, ficam agora “proibidos” de chumbar por faltas. Ou como se diz em “eduquês”: “a escola pública inclusiva não pode permitir que se impeça um aluno de voltar à escola por conta, apenas (sublinhado meu), de um determinado número de faltas”. É certo que alguns lunáticos e conservadores ultrapassados dirão que se sacrifica um pouco mais a cultura de exigência e de mérito que seria suposto começar a ensinar-se na escola pública. Mas os cães ladram e a caravana passa. E o que é realmente importante é que, graças a esta aberração saída das profundezas mais tenebrosas do Ministério da Educação, que dá pelo nome oficial de “nova filosofia de intervenção pedagógica e disciplinar”, se salvam a face da ministra e as estatísticas do sector (...)".

Pedro Norton
Visão

1 comentário:

Anónimo disse...

Mais vale tarde do que nunca! Quando foi posto em vigor o novo, mas já putrefacto, ECD e aquando do lançamento do estúpido, incoerente e ilícito concurso para titulares, muitas destas pessoas foram incapazes de compreender o sinistro sentido que subjaz aos citados actos.
A necessidade de encontrar um bode expiatório que arcasse com a responsabilidade de todas as mazelas que assolam este pobre país foi suficiente para enaltecer semelhante barbaridade contra a classe docente e, por inferência, contra a Educação.
Acordem! Os professores constituem um público importantíssimo na área da Educação! Com professores fustigados, maltratados e, consequentemente, desmotivados não se pode pretender uma Educação com o mínimo de qualidade. E, entenda-se, de uma vez por todas, que a motivação destes tiranos é destruir toda e qualquer réstia de dignidade e qualidade na Escola Pública; e, de uma forma indecorosa, delapidam os Fundos comunitários que recebemos para investir na qualificação dos recursos humanos...