quarta-feira, dezembro 05, 2007

Relatório do PISA 2006

Os resultados do PISA foram conhecidos e com eles vieram as más notícias para Portugal: continuamos na cauda da Europa e por lá devemos permanecer nos próximos anos. Tudo normal. Nada que nos espante. Tem sido sempre assim, pelo que, outro cenário que não este, é que seria motivo para nos deixar surpreendidos.
Quem parece ter ficado bastante desiludido foi o sub-secretário de Estado adjunto da Educação, Jorge Pedreira, para quem esta má performance dos alunos portugueses se deve às reprovações inúteis e injustas que vão acontecendo com demasiada frequência, por força da irredutibilidade de muitos professores que tardam em perceber a mensagem de que os “chumbos” devem ser encarados como uma solução extrema e de último recurso e não como uma prática corrente. Ora se no entender do digníssimo sub-secretário de Estado adjunto, a melhoria dos resultados nas provas internacionais passa por acabar com as reprovações, é de prever que, no sentido de reforço desta tese, as escolas venham a ser invadidas, muito proximamente, com despachos normativos a impedir as retenções. A bem ou a mal, urge que os professores aprendam, de uma vez por todas, quem é a voz da razão. A bem da nação!

2 comentários:

RB disse...

Gostava muito de saber a sua opinião sobre se os pais devem ou não introduzir no imaginário dos filhos a figura do Pai Natal. Quais são os prós e os contras? Não será já a mente das crianças ricas o suficiente em figuras do imaginário que lhes permita tornarem-se criativas? Será que o simbolismo do pai natal, não pode ser incutido às crianças, sem utilizar essa figura? Gostaria que falasse um pouco sobre o pai natal!

Obrigada

Rute Borges

Anónimo disse...

As reprovações nas escolas públicas vão ser gradualmente banidas e a tendência será a de que ao fim de 12 anos de escola todos os alunos possam ter o 12.º ano de escolaridade, fazendo subir com isso os índices de escolarização dos portugueses. O nível de conhecimentos adquiridos será inevitavelmente muito baixo, mas o que importa são as ESTATÍSTICAS, e assim Portugal poderá figurar "orgulhosamente" na lista de países com maior número de anos de escolaridade.

O 12.º ano vai ser em breve a escolaridade mínima obrigatória. Embora os jovens passem a sair do sistema de ensino com poucos conhecimentos académicos, pelo menos, enquanto por lá andam também não figuram nas estatísticas dos desempregados, o que também é bom para as tais ESTATÍSTICAS.

Assim, o facto de se exibir o certificado de habilitações do 12.º ano deixará em breve de dar qualquer indicação às entidades empregadoras relativamente às reais habilitações dos jovens que em breve irão sair das escolas e as entidades empregadoras terão que testar os conhecimentos dos candidatos aos empregos que oferecerem (e começaram já a fazê-lo há algum tempo).

Os alunos que frequentarem as escolas públicas poucas possibilidades terão de atingir os necessários conhecimentos para que possam prosseguir os estudos. Assim, os pais que desejem para os seus filhos um curso superior terão que começar a consciencializar-se desde já que a escola pública não será o caminho aconselhável para a preparação dos seus filhos, mesmo que sejam crianças interessadas no estudo. O ambiente não é o próprio para que tenham sucesso, por vários motivos:

1.º) na mesma sala co-existirão muitos alunos com fracos conhecimentos, porque não havendo reprovações, não haverá necessidade de empenho nem nos estudos, nem na assiduidade às aulas;
2.º) com o fim do ensino especial terão por colegas jovens com deficiências várias: auditivas, de comunicação e até psíquicas;
3.º) porque todos os jovens são obrigados a frequentar a escola enquanto menores mesmo que não revelem interesse, terão por colegas outros jovens que apenas por ali andam porque o sistema a isso os obriga. Alguns desses jovens utilizam a escola, os colegas e os professores para se divertirem, gozando-os e boicotando as aulas.

Enfim, o Ensino vai de mal a pior!

Zé da Burra o Alentejano