sábado, março 28, 2009

Ensino: de ilusão em ilusão

"A forma como será leccionada a "educação sexual" nos ensino básico e secundário, aprovado recentemente com o voto de uma maioria qualificada de deputados de quase todas as bancadas partidárias, é bem o exemplo de como se chegou ao actual caos da estruturação do desenvolvimento curricular e consequente falta de exigência geral destes níveis de ensino,
Sem excepção, todos os últimos governos têm cedido à tentação de tal forma que é permitido que muitos alunos transitem sucessivamente de ano lectivo sem conhecimentos mínimos. Simultaneamente tem-se diminuído o número, a carga horária e a exigência das disciplinas estruturantes e que deviam ser sujeitas a exames nacionais no final de cada ciclo escolar.
Para compensar essa permissividade, vão-se criando pseudo-disciplinas como esta de "educação sexual", que invariavelmente se sobrepõem nos objectivos e nos conteúdos programáticos a outras disciplinas já existentes.
Os exemplos destas ilusões educativas vão desde a antiga Área-Escola, entretanto substituída pela Área-Projecto, a Formação Cívica, o Estudo Acompanhado e um sem número de disciplinas que a legislação permite criar nas escolas - e, evidentemente, com a contribuição do novo Estatuto do Aluno. Estas disciplinas juntam-se à ideia demagógica da escola a tempo inteiro, onde se finge que se aprende Inglês no 1º Ciclo, apesar de se ter diminuído a carga horária das línguas estrangeiras nos ciclos sucessivos (onde seria muito mais necessária), ou se pensa que o mini-brinquedo/computador "Magalhães" é um recurso pedagógico imprescindível e muito válido.
Outra ilusão de formação são as denominadas "Novas Oportunidades", onde se prometem, numa propaganda descarada, cursos técnicos com denominações semelhantes a cursos universitários ou politécnicos já existentes, atirando os jovens que concluem esses cursos para o desemprego ou para o desempenho de funções pouco ou nada qualificadas".

Miguel Alves
Sol

Sem comentários: