Deve ser inglório para muitos professores verificar o ranking do Ensino Secundário. A esmagadora maioria dos docentes são pessoas dedicadas, competentes e investem o seu esforço e o seu tempo na profissão.
Quase todos nós tivemos ou conhecemos professores e professoras dessa estirpe. No entanto, nos resultados do ranking, o ensino público aparece mal na fotografia, sem culpa da maior parte destes profissionais. É verdade que há uma minoria de incompetentes. Sei do que falo. Os meus filhos estiveram no ensino público e tiveram dois professores excelentes e uma demasiado incompetente. Entretanto mudaram para uma boa escola privada, habitual frequentadora do ‘top 10’ e a principal diferença não é na qualidade dos professores, uma vez que os bons professores da escola pública são tão bons como os melhores das privadas.
As principais diferenças residem na disciplina, na ética do trabalho, na exigência e na organização da escola. É evidente que outro factor importante no sucesso é o envolvimento das famílias na educação dos seus filhos e no ensino público, poucos pais se interessam. Mas estes rankings também mostram que a guerra da ministra com os professores não se centrava no mais importante. Não é com avaliações burocráticas que se melhora a escola.
Armando Esteves Pereira, Correio da Manhã
Sem comentários:
Enviar um comentário