"O protesto dos professores contra o novo modelo de avaliação é uma bolha que cada dia está mais inchada - em pouco mais de um mês alastrou a 37 escolas espalhadas por 32 concelhos de 15 distritos. Departamentos curriculares, comissões de coordenação da avaliação do desempenho, conselhos pedagógicos, grupos disciplinares ou conselhos gerais de professores já assumiram, desde o início do ano, 43 tomadas de posição colectivas, abaixo-assinados, manifestos ou declarações de protesto contra o actual sistema.
São cada vez mais os que recusam o novo modelo, exigindo a sua "suspensão imediata", a sua "revisão", a sua "substituição" ou a sua "anulação". Os termos usados variam de caso para caso, mas todos rejeitam um modelo "descoordenado e confuso", "burocrático", "originador de conflitos" ou demasiado "centrado na progressão da carreira" e pouco orientado para a formação da classe.
Na Escola Secundária Ferreira Dias, em Sintra, o protesto partiu da comissão de coordenação da avaliação de desempenho, que diz não conseguir dar resposta aos "constantes" pedidos de esclarecimento sobre o novo modelo. Perante a ausência de regras "precisas e claras" do Ministério da Educação, a comissão alerta para o perigo de cada escola decidir de acordo com a sua interpretação da legislação.
Na Escola Básica 2+3 de Gaia, o conselho pedagógico concluiu que o sistema, ao "não garantir a imparcialidade", gera "injustiças" e compromete o ambiente de trabalho nas escolas. Em Chaves, os professores da Secundária Dr. António Granjo assumiram publicamente que o modelo de avaliação é uma "fantochada" que abre caminho ao compadrio, beneficiando "amigos, sobrinhos e por aí fora".
Da Escola Básica 2+3 da Maia saiu a declaração de protesto dos relatores (avaliadores), que denunciam "conflitos de interesses" ao avaliar os colegas a concorrer aos mesmos escalões. A contestação entrou também na Secundária de Camões, em Lisboa, com os professores a avisarem a tutela das "implicações negativas" que a adopção deste modelo provoca tanto no plano da "cooperação" entre colegas como na redução do tempo de que dispõem para acompanhar os alunos. Os agrupamentos de Freiria (Sobral de Monte Agraço), de Vila Nova de Poiares, as escolas Básica Bairro da Ponte (Caldas da Rainha) ou Secundária Frei Heitor Pinto, na Covilhã, são só alguns dos estabelecimentos de ensino que adoptaram um texto comum para criticar um modelo que esqueceu a "vertente formativa" e privilegiou a "progressão na carreira".
Para os avaliadores da Escola D. Carlos I, em Sintra, o único objectivo que este modelo consegue atingir é a introdução de quotas para os lugares de topo. O objectivo, aliás, "não tem qualquer efeito", uma vez que a progressão na carreira está congelada na função pública. Como na prática nem para essa meta o modelo se mostra eficaz, os professores pedem a suspensão de um processo que exige "maior carga horária", que corresponde "não a um aumento mas a uma redução dos vencimentos".
Há muito mais protestos, de dezenas de escolas ou agrupamentos, que seguiram para o gabinete da ministra Isabel Alçada. Faltam ainda respostas da tutela, que, no entanto, vai anunciando aos poucos medidas para corrigir algumas das imperfeições deste modelo. É o caso de despachos que vão definir quotas diferenciadas para grupos de avaliadores e avaliados, que, contudo, aguardam ainda publicação em Diário da República, ou da primeira formação sobre avaliação do desempenho para professores relatores com mestrado que começará a 1 de Março - a informação é recente e foi enviada quarta-feira às escolas pela Direcção-geral de Recursos Humanos da Educação. Resta saber se será suficiente para conter a revolta".
Jornal i
São cada vez mais os que recusam o novo modelo, exigindo a sua "suspensão imediata", a sua "revisão", a sua "substituição" ou a sua "anulação". Os termos usados variam de caso para caso, mas todos rejeitam um modelo "descoordenado e confuso", "burocrático", "originador de conflitos" ou demasiado "centrado na progressão da carreira" e pouco orientado para a formação da classe.
Na Escola Secundária Ferreira Dias, em Sintra, o protesto partiu da comissão de coordenação da avaliação de desempenho, que diz não conseguir dar resposta aos "constantes" pedidos de esclarecimento sobre o novo modelo. Perante a ausência de regras "precisas e claras" do Ministério da Educação, a comissão alerta para o perigo de cada escola decidir de acordo com a sua interpretação da legislação.
Na Escola Básica 2+3 de Gaia, o conselho pedagógico concluiu que o sistema, ao "não garantir a imparcialidade", gera "injustiças" e compromete o ambiente de trabalho nas escolas. Em Chaves, os professores da Secundária Dr. António Granjo assumiram publicamente que o modelo de avaliação é uma "fantochada" que abre caminho ao compadrio, beneficiando "amigos, sobrinhos e por aí fora".
Da Escola Básica 2+3 da Maia saiu a declaração de protesto dos relatores (avaliadores), que denunciam "conflitos de interesses" ao avaliar os colegas a concorrer aos mesmos escalões. A contestação entrou também na Secundária de Camões, em Lisboa, com os professores a avisarem a tutela das "implicações negativas" que a adopção deste modelo provoca tanto no plano da "cooperação" entre colegas como na redução do tempo de que dispõem para acompanhar os alunos. Os agrupamentos de Freiria (Sobral de Monte Agraço), de Vila Nova de Poiares, as escolas Básica Bairro da Ponte (Caldas da Rainha) ou Secundária Frei Heitor Pinto, na Covilhã, são só alguns dos estabelecimentos de ensino que adoptaram um texto comum para criticar um modelo que esqueceu a "vertente formativa" e privilegiou a "progressão na carreira".
Para os avaliadores da Escola D. Carlos I, em Sintra, o único objectivo que este modelo consegue atingir é a introdução de quotas para os lugares de topo. O objectivo, aliás, "não tem qualquer efeito", uma vez que a progressão na carreira está congelada na função pública. Como na prática nem para essa meta o modelo se mostra eficaz, os professores pedem a suspensão de um processo que exige "maior carga horária", que corresponde "não a um aumento mas a uma redução dos vencimentos".
Há muito mais protestos, de dezenas de escolas ou agrupamentos, que seguiram para o gabinete da ministra Isabel Alçada. Faltam ainda respostas da tutela, que, no entanto, vai anunciando aos poucos medidas para corrigir algumas das imperfeições deste modelo. É o caso de despachos que vão definir quotas diferenciadas para grupos de avaliadores e avaliados, que, contudo, aguardam ainda publicação em Diário da República, ou da primeira formação sobre avaliação do desempenho para professores relatores com mestrado que começará a 1 de Março - a informação é recente e foi enviada quarta-feira às escolas pela Direcção-geral de Recursos Humanos da Educação. Resta saber se será suficiente para conter a revolta".
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