"Os professores portugueses vão subir de ricos professores a  professores ricos. O governo assim os quer na proposta de orçamento para  2013. 
Não podendo ir para os escalões mais altos da sua carreira  há muito congelada passarão a integrar os escalões mais altos de IRS. É mais  uma generosa forma de descompensação forçada. Docentes taxados como ricos têm de  ser ricos à força. Pedagogicamente é a melhor riqueza. 
Por ora, segundo o relatório da rede Eurydice da Comissão  Europeia, divulgado no Dia Mundial do Professor, já estão entre os mais  afortunados da Europa ao lado dos espanhóis, gregos e irlandeses. Viram os  bolsos dos seus rendimentos aliviados em média 20% entre 2010 e 2012. Coisa  pouca.
Eurydice vê mais. Os professores levam 34 anos para chegar ao  topo da carreira quando a média europeia fica entre 15 e 25 anos. Somos mais  lentos a fazer escalada quando a escalada dos preços é vertiginosa em Portugal e  a descida dos vencimentos e pensões brutal. A Eurydice é velhaca. Bem podia  estar calada. Só sente na pele quem sabe. 
"O presidente da República, como referiu no discurso pronunciado  no beco onde se comemorou o 5 de Outubro, elogiou os professores que têm um  "papel fundamental" que "tem de ser valorizado". Quer a Educação como a  "grande causa republicana do novo milénio". Mil anos acho pouco. tanto mais  que já foram consumidos ingloriamente doze anos a desanimar.
Eu disse beco. Enganei-me como sempre e tenho dúvidas se é  beco, viela, ou lugar esconso. Sei que se chama Praça da Galé. Parece  um claustro que evita a ruidosa claustrofobia que a Praça do Município  provoca a intrépidos políticos. Ainda assim uma mulher histérica aos gritos e  outra a cantar Lopes Graça conseguiram entrar. Não tem graça  nenhuma. E não era a bandeira que estava ao contrário. O país é que foi  virado de patas para o ar.
Bagão Félix considerou o Orçamento para 2013 "um terramoto  fiscal" que vai dar cabo da economia. Só não avalia se tem grau 7,  "destruidor", ou grau 8, "devastador". Acho que o grau é  20,  "redentor".
O terramoto de 1755 e o maremoto subsequente, com  amplitude semlhante a este, não deixaram pedra sobre pedra. matando  milhares em todo o país. Mas teve um efeito resgatador. Permitiu ao Marquês de  Pombal, entre muitas outras medidas, reformar o ensino, criar uma escola  primária em cada freguesia e instituir o cargo de Director Geral de Estudos para  recrutamento de professores a quem deu privilégios que só a nobreza  possuía. Com a extinção da Direcção Geral de Estudos foi criada a Real Mesa  Censória que passou a controlar escolas e professores. 
Os que sobreviverem ao terramoto de 2013 só devem estar  infinitamente gratos ao governo. Os que não puderam entrar no Pátio que  sejam desterrados para as galés. 
Os professores, que enjoam facilmente em terra e não sabem  gritar nem cantar, o ministro deve impor-lhes em casa uma mesa  censória real para aliviar descontentamentos pueris. E uns continuarem no  desemprego; os outros para não amimarem os seus ricos alunos. 
A "grande causa republicana" exige que a maioria dos  portugueses sejam taxados como ricos e domados como pobres de  espírito".                                     
 
1 comentário:
Os Portugueses só têm 3 opções neste momento:
1ª-Deixamos que eles nos matem.
2ª-Emigramos para bem longe.
3ª-Matamo-los antes que eles nos matem a nós.
Qual a opção que vamos escolher?...
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