quinta-feira, junho 20, 2013

Afinal as datas dos exames podem mudar

"Não tenho qualquer simpatia por greves marcadas para dias de exames. São greves que afetam de forma desproporcionada uma "terceira parte" - neste caso os alunos -, porque têm um efeito em cadeia no calendário. É por isso que acho que Mário Nogueira não foi inteligente na gestão da greve, o que não é especialmente uma novidade. Mas a falta de inteligência com que o Governo geriu este caso foi, para mim, um verdadeiro mistério.
Num braço de ferro é difícil alguém ceder sem perder a face. Mas num braço de ferro que tem uma "terceira parte", como foi manifestamente o caso desta greve, uma cedência pode acabar numa vitória relativa ou total. No Governo pouca gente percebeu isso. Agarraram-se às ideias habituais e esgotaram energias em batalhas desnecessárias, sobre serviços mínimos, comissões arbitrais e requisições totais de professores. Para quê? Para nada.
Se em vez disso tivessem mudado a data do exame, contornavam a greve e não afetavam os alunos. Podiam parecer fracos aos olhos de alguns? Talvez aos olhos de meia dúzia de fanáticos que não percebem nada de política nem de opinião pública. Vejam o que aconteceu com a data do exame de matemática, antecipado num dia para não coincidir com a greve geral. Tão simples.
Não faço ideia quem aconselha o Governo nestas matérias, mas despeçam-nos por favor".
 
Ricardo Costa
Expresso Online


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