quarta-feira, abril 14, 2010

Avaliação complica concurso para 50 mil docentes

"A contabilização "injusta" das notas da avaliação do último ano no concurso de colocação de professores contratados para 2010/2011 levou a Fenprof a aconselhar os docentes a não formalizarem a sua candidatura até haver esclarecimentos. O Bloco de Esquerda também questionou o Governo, com urgência, por considerar a situação injusta.

Ana Drago, do Bloco de Esquerda, considera que os critérios usados na avaliação do último ano não foram uniformes, com muitas escolas a decidir não atribuir a classificação de Muito Bom ou Excelente. A Federação Nacional de Professores acrescenta que "muitos docentes ainda não têm a sua nota correspondente ao ano" lectivo anterior ou "obtiveram mais do que uma - uma em cada escola onde leccionaram".

Por outro lado, a aplicação informática em que os professores se candidatam pede a classificação quantitativa e qualitativa, mas muitas vezes uma não corresponde à outra, por causa do sistema de quotas. Ou seja, um professor que tenha tido 9, que corresponde a Excelente, mas ficado com a menção Muito Bom por causa das quotas, é prejudicado. Até porque o sistema informático, depois de se inserir o Muito Bom, apenas aceita a classificação de 8 valores, não permitindo inserir a correcta. Por isso, a Fenprof pediu aos professores para não submeterem as suas candidaturas via Internet "até haver esclarecimentos" sobre o assunto.

Para Mário Nogueira, a avaliação feita "ao sabor da decisão de cada escola", apenas deve contar para efeitos de progressão de carreira e não quando está em jogo dar um "emprego" aos docentes. Por isso, a Fenprof está em conversações com o Ministério da Educação para que prorrogada, por mais um ano, a norma que permite a não consideração da avaliação de desempenho como factor de graduação profissional para efeitos de concurso. Até à hora de fecho desta edição não havia novidades.

O BE considera que o ministério tem de agir rapidamente já que o concurso termina a 23 de Abril. Para além da necessidade de corrigir os problemas da aplicação informática das candidaturas online, o BE considera que deve ser criado um mecanismo transitório: "é preciso valorizar a diferença entre os que obtiveram classificação negativa e positiva, mas se calhar não faz sentido estar a fazer a graduação. É mais um dos imbróglios jurídicos criados pelo anterior sistema de avaliação".

DN

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