domingo, maio 15, 2011

Combater o abandono escolar

"O abandono escolar precoce estava em franco decréscimo nos últimos anos, mas a crise ameaça inverter essa realidade, alertam os especialistas. E a verdade é que chegam das escolas portuguesas relatos de alunos que desistiram das aulas para poderem ajudar as suas famílias em dificuldades económicas. Por exemplo, Ana, de 16 anos, deixou de estudar porque a mãe não conseguia pagar o ATL do irmão. E se nesse caso o nome é fictício, já Diana, de 17 anos, teve a coragem de assumir sem rodeios que foi a falta de dinheiro na família que a levou a procurar trabalho e que só uma melhoria da situação a permitiu, entretanto, voltar a matricular-se.
Com 31% de taxa de abandono escolar precoce, Portugal tem números péssimos que duplicam a média da União Europeia. E por isso não é admissível qualquer recuo. Ora para tal é essencial que se tomem medidas de protecção social aos agregados mais frágeis do ponto de vista social, até porque, mesmo em tempo de crise, é prioritário continuar a apostar na formação dos jovens. Só assim se conseguirá uma força de trabalho mais produtiva, mais competitiva, capaz de dar futuro ao País.
Desde 2009 que o ensino obrigatório passou a ser até ao 12.º ano ou os 18 anos. Como afirma hoje, numa entrevista no DN, o ex-ministro da Economia Manuel Pinho, só um terço da população activa portuguesa possui actualmente o 12.º ano. Para melhorar essa percentagem, o abandono escolar tem de continuar a ser combatido e sem tréguas. É uma questão essencial".

DN

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