"O Sindicato dos Professores da Região
Centro insurgiu-se hoje contra a elaboração de "rankings" de escolas a partir
dos resultados dos exames nacionais, que considera "uma farsa", defendendo que o
Governo deve por fim ao "estigma do erro".
A divulgação de resultados em bruto, diz o sindicato, acaba por "denegrir a
imagem da escola pública" e agravar as condições de desenvolvimento das escolas
com mais dificuldades, "Trata-se de uma divulgação, que sujeita a critérios
inevitavelmente subjectivos de quem os elabora, estabelece uma relação directa
entre os resultados e a natureza das escolas a que os alunos pertencem", lê-se
num comunicado hoje divulgado.
O sindicato alega estar em causa uma "utilização abusiva de resultados" que
representam até 30% do impacto da avaliação dos alunos e leva o grande público a
associar qualidade ao ensino privado e a falta dela ao ensino público. "As
escolas que apresentam melhores resultados nos rankings são escolas privadas sem
contrato de associação com o governo (para efeitos de financiamento) suportadas
totalmente pelas famílias dos alunos que as frequentam, o que revela uma origem
social, cultural e económica muito elevada relativamente ao padrão médio
nacional", justifica.
Para o Sindicato dos Professores da Região Centro, a disponibilização em
bruto dos resultados do exame e a possibilidade de construção de rankings a
partir desses resultados prestam "um mau serviço" à Educação, sujeitando muitas
escolas públicas e privadas "ao vexame de que não são directamente
responsáveis". A estrutura sindical sustenta que deveria pertencer ao governo
português a responsabilidade de pôr termo à "situação vergonhosa que contribui
para o estigma do erro".
"Deveria ser garantida uma avaliação externa das escolas justa, eficaz e
consequente, a partir da qual deveriam ser estabelecidas as prioridades no apoio
a prestar a cada escola não agrupada ou a agrupamentos de escolas", de acordo
com o documento. O sindicato gostaria de ver aprovada uma lei de financiamento
da educação e do ensino que estabelecesse as condições de apoio financeiro às
escolas públicas e privadas com contrato de associação, de forma a promover-se
"uma efectiva equidade" no financiamento do sistema de ensino português".
DN
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