sexta-feira, outubro 21, 2011

"Rankings" das escolas são uma farsa

"O Sindicato dos Professores da Região Centro insurgiu-se hoje contra a elaboração de "rankings" de escolas a partir dos resultados dos exames nacionais, que considera "uma farsa", defendendo que o Governo deve por fim ao "estigma do erro".
A divulgação de resultados em bruto, diz o sindicato, acaba por "denegrir a imagem da escola pública" e agravar as condições de desenvolvimento das escolas com mais dificuldades, "Trata-se de uma divulgação, que sujeita a critérios inevitavelmente subjectivos de quem os elabora, estabelece uma relação directa entre os resultados e a natureza das escolas a que os alunos pertencem", lê-se num comunicado hoje divulgado.
O sindicato alega estar em causa uma "utilização abusiva de resultados" que representam até 30% do impacto da avaliação dos alunos e leva o grande público a associar qualidade ao ensino privado e a falta dela ao ensino público. "As escolas que apresentam melhores resultados nos rankings são escolas privadas sem contrato de associação com o governo (para efeitos de financiamento) suportadas totalmente pelas famílias dos alunos que as frequentam, o que revela uma origem social, cultural e económica muito elevada relativamente ao padrão médio nacional", justifica.
Para o Sindicato dos Professores da Região Centro, a disponibilização em bruto dos resultados do exame e a possibilidade de construção de rankings a partir desses resultados prestam "um mau serviço" à Educação, sujeitando muitas escolas públicas e privadas "ao vexame de que não são directamente responsáveis". A estrutura sindical sustenta que deveria pertencer ao governo português a responsabilidade de pôr termo à "situação vergonhosa que contribui para o estigma do erro".
"Deveria ser garantida uma avaliação externa das escolas justa, eficaz e consequente, a partir da qual deveriam ser estabelecidas as prioridades no apoio a prestar a cada escola não agrupada ou a agrupamentos de escolas", de acordo com o documento. O sindicato gostaria de ver aprovada uma lei de financiamento da educação e do ensino que estabelecesse as condições de apoio financeiro às escolas públicas e privadas com contrato de associação, de forma a promover-se "uma efectiva equidade" no financiamento do sistema de ensino português".
DN

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