sábado, junho 02, 2012

Entrevista de João Dias da Silva (FNE) ao Correio da Manhã

Correio da Manhã – Como comenta esta proposta de lei, que reforça a responsabilização das famílias em caso de incumprimento dos deveres dos alunos?
João Dias da Silva – Sublinho que se trata só de uma proposta, que cria agora uma responsabilidade da Comissão de Educação da Assembleia da República para ouvir as associações de professores, de pais e de alunos. É um documento de partida e não de chegada e esperemos que haja disponibilidade para ouvir da parte dos grupos parlamentares, mesmo os que constituem a maioria.
– Concorda com a redução dos apoios sociais das famílias cujos filhos não cumprem os deveres na escola?
– A escola tem de ser entendida como uma responsabilidade e não como algo que apetece. Ser assíduo às aulas não tem só a ver com o aluno, a responsabilidade também é das famílias. Se as aulas começam às 08h00, mas o pai e a mãe gostam de se levantar tarde têm de ser responsabilizados.
– Quer dizer que concorda com a redução dos apoios?
– A lei é cega e por vezes fecha os olhos a realidades. Em princípio posso concordar, mas a escola deve ter soluções alternativas se o contexto o justificar, particularmente na situação actual de crise que vivemos.
– O fim dos planos individuais de trabalho para alunos que passam o limite de faltas é uma boa medida?
– Sim. Os professores é que eram castigados com os planos de recuperação e acho bem que sejam substituídos por outras formas em que os alunos e famílias sintam os efeitos da sua irresponsabilidade. Mas temos de ver a relação entre impacto das faltas e aproveitamento escolar. Pode-se faltar e ter sucesso e faltar e não ter sucesso.
 

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