"O Conselho de Ministros aprovou hoje alterações à prova de ingresso na carreira docente, ficando dispensados da sua realização os professores que no ano passado ou neste ano tenham obtido "muito bom" ou "excelente" na avaliação de desempenho.
Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado da Educação adiantou que ficam ainda dispensados da primeira prova a realizar - "em princípio no próximo ano lectivo" - os candidatos que tenham quatro anos completos de exercício de funções, um dos quais prestado nos quatro anos escolares anteriores ao da prova, desde que tenham obtido uma avaliação igual ou superior a "bom"."O objectivo desta alteração foi de simplificar o procedimento e clarificar melhor as condições de dispensa da prova, já que muitos professores já têm anos de exercício e já existem resultados da avaliação de desempenho", afirmou Valter Lemos.
A prova passa a ter uma componente comum a todos os candidatos, na modalidade de prova escrita, podendo comportar itens de resposta fechada.Os candidatos ao exercício de funções docentes nos concursos de recrutamento poderão ter ainda de realizar uma componente específica, relacionada com a área disciplinar, estando ainda por definir em despacho os casos em que esta componente será realizada.A componente comum tem a duração de 120 minutos, mais 30 de tolerância, sendo as classificações expressas com "aprovado" ou "não aprovado".
Segundo o diploma anterior, a prova de ingresso era constituída por duas ou três componentes: uma comum, outra especifíca para cada grupo de recrutamento e uma eventual terceira, oral ou prática, nos domínios de línguas, ciências experimentais, expressoões e tecnologias de informação e comunicação.
A classificação de cada componente era expressa numa escala de zero a 20 valores, sendo que uma nota inferior a 14 em qualquer das componentes era automaticamente eliminatória."Se o professor fica aprovado na prova é porque demonstra as condições necessárias ao exercício da profissão. Não necessitamos de hierarquizar em função da prova, até porque a hierarquização existe no âmbito da avaliação de desempenho", acrescentou Valter Lemos, justificando a alteração.
Os sindicatos de professores contestaram sempre a existência da prova de ingresso, afirmando que a mesma põe em causa a formação ministrada nas instituições de ensino superior.
Para Valter Lemos, esta prova justifica-se pela ausência de um "intrumento de equalização" dos professores à entrada na carreira e porque a formação superior é "variável", assim como a própria experiência dos professores".
Público
Sem comentários:
Enviar um comentário