quarta-feira, março 13, 2013

Abandono escolar mudou do Norte para o Centro do país

"A taxa de abandono escolar no 3.o ciclo do ensino básico diminuiu significativamente entre 1991 e 2011, mas a sua distribuição geográfica também mudou. Há duas décadas era nos concelhos da Região Norte que se concentravam os piores resultados (com uma taxa superior a 30%). Actualmente esses valores não ultrapassam os 2,55%. Em contrapartida, o desempenho escolar, apesar de ter reduzido em todo o país, deslocou-se para o Centro e o Interior, atingindo variações máximas de 4,9%.
Os dados são de um estudo do ex-ministro da Educação e professor da Universidade Nova de Lisboa David Justino, intitulado “Atlas do Abandono e do Insucesso Escolar em Portugal” e que é hoje apresentado, na Fundação Calouste Gulbenkian, na terceira conferência da EPIS - Empresários para a Inclusão Social.
De acordo com os dados a que o i teve acesso, a média de alunos que, entre os 10 e os 15 anos, abandonou o ensino sem o 9.o ano completo, incluindo os que nunca o frequentaram, desceu de 12,6% para 1,7% em 20 anos. Em 1991 era no Norte que se registava o índice de abandono mais alto (entre os 18,9% e os 33%), sobretudo em concelhos dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Porto, Aveiro e Viseu. Passados dez anos, o estudo revela uma diminuição drástica nestas regiões. Mesmo apresentando uma maior incidência a norte, a taxa de abandono mais alta em 2001 concentrava-se principalmente em concelhos dos distritos do Porto, Vila Real e no Norte do distrito de Viseu, oscilando entre os 5,6% e os 9,% (a média nacional neste ano situava-se nos 2,8%).
Já em 2011 assistiu-se a uma nova redução dos valores do abandono escolar no 3.o ciclo, mas também a uma deslocalização das bolsas mais críticas para concelhos do Centro e do Interior, junto à fronteira com Espanha, e ainda no Baixo Alentejo, onde a taxa se situava entre os 2,5% e os 4,9%. No mesmo período, também alguns concelhos da ilha da Madeira e do Algarve (Monchique, Tavira e Vila Real de Santo António) passam a figurar na lista dos que apresentam taxas de abandono mais elevadas, acima da média nacional desse ano (1,7%)".
 
Jornal i

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