domingo, junho 15, 2008

A liberdade segundo os sindicatos

"A UGT está convencida de que presta um inestimável serviço à comunidade. E que como qualquer outro inestimável serviço, deve ser pago por todos - sindicalizados e não sindicalizados. Para a UGT, toda esta teoria inovadora não passa da mais elementar justiça. Para o resto do mundo, é impor o sindicalismo à maneira soviética.
Segundo João Proença, quando a UGT negoceia um contrato colectivo de trabalho, um aumento salarial ou umas horas extraordinárias, negoceia para todos - associados da UGT, associados da CGTP e associados do Benfica. Logo, se todos beneficiam da capacidade negocial de João Proença, todos devem ser obrigados a pagá-la, através de uma quota mensal. Mesmo que não concordem com as ideias da central sindical, mesmo que sejam contra o sindicalismo, mesmo que a negociação tenha terminado com aumento-zero.
Qual é o argumento da UGT? Além da necessidade de pagar o talento de João Proença e de mais umas dezenas de negociadores, há o exemplo espanhol. Em Espanha existe uma taxa sindical obrigatória e o país é democrata, justo e livre. Correcto. Também é o país onde se apedrejam os camionistas que se recusam a fazer greve e isso não torna o linchamento dos "capitalistas" uma barbárie louvável que podemos importar. A menos que a UGT considere que esse é outro serviço prestado à comunidade"

Gonçalo Bordalo Pinheiro
Sábado

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