"De um lado da trincheira está a professora universitária que reprovou quase 70% dos seus alunos; do outro, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa que lhe retirou a regência das cadeiras por considerar que a docente aplicou uma "avaliação exorbitante". São os dois flancos de uma batalha travada entre a professora de Técnicas de Laboratório e Segurança, Elvira Gaspar, e o director da faculdade, Fernando Santana. Resta agora saber qual dos dois pratos desta balança é mais pesado. Serão os professores demasiado exigentes? Ou, pelo contrário, estarão os estudantes menos bem preparados para o ensino superior?
Cada caso é um caso, alertam os professores, mas uma boa parte deles reconhece que, regra geral, o nível de preparação dos seus alunos "tem vindo a baixar", defende Isabel Ferreira que dá aulas de Física aos caloiros do Instituto Superior de Agronomia de Lisboa (ISA). É como se fosse um choque de gerações. Entre o que os professores esperam dos alunos e o que encontram nas suas turmas há uma distância de uma ou mais décadas: "O grau de conhecimento dos estudantes não é o mesmo de há dez ou 15 anos, mas ainda há uma tendência para olhar para o passado como um modelo de referência."
É o resultado da massificação do ensino superior, mas não é só isso, adverte Isabel Ferreira: "Estamos perante uma consequência de ao longo destes anos os professores do secundário terem sido pressionados a passaram os seus alunos, criando taxas de sucesso artificiais." E no momento de entrarem na universidade, os estudantes trazem consigo todas as suas fraquezas que são "mais visíveis" no primeiro ano, embora os professores de anos mais avançados "já comecem também a fazer as mesmas queixas". Tal qual uma "doença contagiosa" que se alastra, conta a professora do ISA.
Baixar os níveis de exigência perante os alunos mais fracos "é o pior" que se pode fazer, alerta João Gouveia Monteiro, professor de Universidade de Coimbra. Mudar as estratégias pedagógicas tem sido a sua resposta para motivar os alunos: "Novas tecnologias, filmes ou visitas de estudo são alguns dos trunfos que uso, mas isso não me impede de ser rigoroso com os critérios de avaliação", diz o professor de História da Idade Média, que no último ano em que deu aulas aos alunos de 1.o ano (2008/09) atingiu uma taxa de reprovação de 75%: "Não me arrependo disso, apesar de sentir que a tendência geral dos professores é para se acomodarem e baixarem a fasquia", desabafa o director do Departamento de Imprensa da Universidade de Coimbra".
Cada caso é um caso, alertam os professores, mas uma boa parte deles reconhece que, regra geral, o nível de preparação dos seus alunos "tem vindo a baixar", defende Isabel Ferreira que dá aulas de Física aos caloiros do Instituto Superior de Agronomia de Lisboa (ISA). É como se fosse um choque de gerações. Entre o que os professores esperam dos alunos e o que encontram nas suas turmas há uma distância de uma ou mais décadas: "O grau de conhecimento dos estudantes não é o mesmo de há dez ou 15 anos, mas ainda há uma tendência para olhar para o passado como um modelo de referência."
É o resultado da massificação do ensino superior, mas não é só isso, adverte Isabel Ferreira: "Estamos perante uma consequência de ao longo destes anos os professores do secundário terem sido pressionados a passaram os seus alunos, criando taxas de sucesso artificiais." E no momento de entrarem na universidade, os estudantes trazem consigo todas as suas fraquezas que são "mais visíveis" no primeiro ano, embora os professores de anos mais avançados "já comecem também a fazer as mesmas queixas". Tal qual uma "doença contagiosa" que se alastra, conta a professora do ISA.
Baixar os níveis de exigência perante os alunos mais fracos "é o pior" que se pode fazer, alerta João Gouveia Monteiro, professor de Universidade de Coimbra. Mudar as estratégias pedagógicas tem sido a sua resposta para motivar os alunos: "Novas tecnologias, filmes ou visitas de estudo são alguns dos trunfos que uso, mas isso não me impede de ser rigoroso com os critérios de avaliação", diz o professor de História da Idade Média, que no último ano em que deu aulas aos alunos de 1.o ano (2008/09) atingiu uma taxa de reprovação de 75%: "Não me arrependo disso, apesar de sentir que a tendência geral dos professores é para se acomodarem e baixarem a fasquia", desabafa o director do Departamento de Imprensa da Universidade de Coimbra".
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