"Há cada vez menos crianças e jovens em Portugal, portanto haverá cada vez menos alunos e estes precisarão de cada vez menos professores. O concurso deste ano é a mais recente prova desta lógica inevitável - 49 mil ficaram de fora.
De resto, a própria ministra da Educação disse ontem que o "nosso sistema de ensino não está em fase de crescimento, pelo contrário, está em fase de retracção".
Esta premissa coloca dois desafios ao Governo: encontrar uma maneira de formar menos professores nas universidades e, seguindo as leis da oferta e da procura, aproveitar para aumentar a qualidade dos profissionais que dão aulas.
O primeiro desafio não é fácil, implica a coordenação com o Ministério da Ciência e do Ensino Superior.
Mas foi também Maria de Lurdes Rodrigues que ontem assumiu que "não há condições para responder às expectativas destes diplomados no ensino".
O segundo é mais importante. A qualidade do ensino degradou-se quando ele se democratizou. Pode-se bem aproveitar o efeito de contracção para o tornar melhor. O ministério já anunciou que no próximo ano haverá uma espécie de provas de aferição para os candidatos a professores. Podem ser a condição dessa melhoria".
Editorial
Diário de Notícias
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