"O Governo levantou o congelamento dos preços dos manuais escolares, permitindo aumentos bem acima da taxa de inflacção. Cuidadosamente, a medida foi tornada pública antes do discurso de rentrée que José Sócrates centrará no novo ano escolar. Argumentou o Ministério que os aumentos são irrisórios ou, nas palavras do secretário de Estado da tutela, correspondem a “dois ou três cafés por ano”. Ora, estes governantes devem estar desligados da realidade. Numa altura em que às famílias a corda aperta cada vez mais a garganta, os aumentos dos manuais escolares, ainda que equivalentes a “dois ou três cafés por ano”, não são irrisórios. É que não se trata apenas de um manual por ano, são vários (uma média de 10 nos 2º e 3º ciclos) e para cada filho; ou seja, mais ou menos 30 cafés por filho. É fazer as contas: um mês sem cafés por filho. E não são pagos ao longo de um ano, são todos de uma vez, agora, já, em Setembro. Argumenta o Ministério que o aumento serve para garantir qualidade aos manuais. Quererá isso dizer que a Constituição, quando fala de ensino tendencialmente gratuito, pugna pela mediocridade?"
Mário Ramires
"Sol"
1 comentário:
E o que é a Constituição? Tem alguma utilidade? Se tem, desconheço!
Muito acima da Constituição estão as regras emanadas do Governo e da AR que são promulgadas pelo PR. A sra. ministra da educação não lançou novas regras (escrupulosamente cumpridas, segundo as suas próprias palavras) que violam princípios fundamentais de um Estado de Direito? (Nomeadamente, o princípio da não-retroactividade que pôs em causa a Segurança e, ao fazer pim-pam-pum para determinar essas brilhantes regras, pôs também em cheque a Justiça.) E a Constituição não afirma que Portugal é um Estado de Direito?
Aliás, a Constituição não afirma "n" coisas que os portugueses vêem por um canudo? E quem é que se incomoda com o controlo da inconstitucionalidade?
Estamos bem lixados com estes incompetentes que só procuraram defender os seus interesses acobertando as sacanices dos comparsas que os colocaram lá. Cambada de medíocres e irresponsáveis...
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