sábado, fevereiro 02, 2008

A Escola Democrática

"No noticiário da RDP de ontem de manhã, que ia ouvindo na lentidão do IC19, avultava a notícia da manifestação dos alunos do secundário. Um “estudante” lá ia explicitando o nobre motivo da manifestação: razões várias e ponderosas!...
Em primeiro lugar, a luta contra o excesso de tempo passado na escola. O aluno referiu mesmo a sua experiência pessoal, a violência extrema de ter que se levantar todos os dias às sete horas e meia, para ter a primeira aula às oito horas e só sair às 16 horas e quarenta minutos!...
Em segundo lugar, a luta por uma verdadeira educação sexual, disciplina básica dada de forma insuficiente.
Em terceiro lugar, a luta contra as aulas de substituição.
Em quarto lugar, a luta contra os exames.
E havia mais uma ou duas razões muito justas, mas que agora me escapam.
À noite, no sentido inverso, e também na RDP, a inefável Drª Ana Benavente, antiga Secretária de Estado da Educação de um Governo de Guterres, representando um qualquer grupo ad-hoc, não sei se formado apenas para a entrevista, também perorava exaltadamente sobre o tema, nomeadamente sobre a falta de democracia nas escolas. Não resisti e pus música.
Visto tudo isto e concluído, a escola como local de ensino já foi.Modernamente, e em Portugal, a escola é para se passar por lá, assistir a umas aulas facultativas, porque se pode faltar à vontade, ter umas aulas teóricas de educação sexual, e sair rapidamente, para ter tempo de praticar.
Respeito pelos Professores? Aulas obrigatórias? Possibilidade de reprovar por faltas? Exames? Possibilidade de reprovar por falta de conhecimentos? Quem é que ainda fala nessas excentricidades? Mas não basta: há ainda muito para aprofundar na escola democrática!...
Por mim, estou de acordo e aprofundava-a de vez. Num buraco profundo e bem fechado, mas bem assinalado, para não esquecer a imbecilidade dos que a vêm promovendo".

Pinho Cardão

2 comentários:

Pedro Peixoto disse...

Deviam ser uns miúdos do PCP com instruções para realizarem a dita hiper-mini-manifestação...

Anónimo disse...

Concordo plenamente com a imbecilidade dos promotores.
As incongruências são tantas e são tantos os indignados que as analisam que quase me dá vontade de deixar de pensar - é que entretanto o dia-a-dia com os alunos vai prosseguindo e a resistência vai diminuindo (ainda bem que ainda há indignação!)