quarta-feira, fevereiro 20, 2008

A "marcha da indignação"

Esta manifestação convocada pela Fenprof pode constituir-se num pau de dois bicos para os professores. No caso de haver uma participação massiva poderemos, efectivamente, vir a colher dividendos no curto/médio prazo, mas se esta for reduzida o ME não deixará de fazer o aproveitamento devido, vindo para a praça pública dizer que, afinal, a maioria dos professores até está a favor das políticas educativas do Governo.
A Fenprof com receio de perder a sua influência junto dos docentes – começam a ser visíveis alguns grupos de professores actuando ao arrepio dos sindicatos -, vê-se na necessidade de agir e, por isso, promove uma manifestação, com o claro objectivo de capitalizar a crescente indignação que hoje em dia se vive nas escolas. Percebe-se a intenção, mas não deixa de ser uma cartada muito alta que a correr mal pode estoirar nas mãos dos professores. E isso é tudo o que menos nos interessa neste momento.

9 comentários:

Miguel Pinto disse...

Eu farei a minha parte, como sempre. Seremos muitos!

Anónimo disse...

Não creio que a manifestação leve a bom porto. Sejam 10, 20 ou 30 mil, no dia seguinte já não se falará na dita manifestação...

Anónimo disse...

Concordo com o Peixoto...
...cada professor deve fazer a sua manifestação de consciência, na sua sala de aula, na sua escola, nas suas reuniões, em casa, para si, como sempre o fez toda a vida - publicamente tem valido pouco, não é?

Anónimo disse...

Diz o povo e bem que quem cala consente. Eu não consentirei nem ficarei à espera, delegando, que outros me represemtem neste momento tão grave da nossa vida profissional.
Nem no tempo de Salazar os professores foram tão pisados. Estou farto destes cabrões!

Anónimo disse...

A linguagem ofensiva não deverá fazer parte de quem saber combater, anónimo!

Anónimo disse...

No comentário anterior deveria ter escrito "de quem sabe combater" em vez de "..saber...".

Anónimo disse...

Cabe aos professores garantir que o sindicato tinha razão quando apostou alto. Uma das primeiras acções deste governo foi a descredibilização da classe docente mas também dos sindicatos. Os sindicatos são aquilo que fizermos deles. Dia 8 de Março lá estarei a ajudar aqueles que tentam ajudar.

Anónimo disse...

Olhe, Karadas, o senhor primeiro-ministro, hoje, não sei onde que ouvi mal a notícia, já esteve a tecer loas aos professores, a passar-nos a mão pelo lombo. Está, pelos vistos assustado. E julgo que tem razão para estar. Na minha escola ninguém praticamente se manifesta sobre nada mas o que vejo agora é determinação de participar na manif.Suponho que poucos não irão. E acho que iriam fosse ela convocada por quem fosse.
Eu estarei lá.

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

Para fazermos passar a nossa mensagem não podemos limitar-nos a dizer «não». Claro que devemos dizer «não» a muitas coisas: a um governo que tem como prioridade, não o ensino e a aprendizagem, mas a encenação imediata do «sucesso»; um Estatuto e uma avaliação que premeiam, não os professores que ensinam bem, mas os que colaboram melhor na referida encenação; uma burocracia asfixiante, geradora de milhares de horas de trabalho inútil; uma pedagogia delirante, promotora da ignorância; um incivismo endémico, promovido por quem o devia combater.
Mas há duas coisas em relação às quais devemos dizer «sim», gritar «sim» de maneira a que todos ouçam e saibam que também os professores têm prioridades a defender: o nosso direito a ensinar e o direito dos alunos a aprender.