"Sobre a questão das maminhas, tenho uma opinião muito firme: a menina Bruna Real tem todo o direito de exibir ao mundo a generosidade da natureza e a abundância da sua silicone; a Câmara Municipal de Mirandela tem todo o direito de achar que aquela não é uma conduta própria de uma professora que dá aulas a menores de idade e que é seu dever afastá-la do ensino.
Eu sei que é giro lutar pela liberdade dos costumes e partir o pau nas costas dos velhos do Restelo, mas neste caso em particular faço questão de deixar crescer as barbas brancas. O conservadorismo nem sempre é parolo e atrasado. De vez em quando defende apenas valores que vale a pena conservar. Se Bruna Real fosse professora universitária, formadora de formadores ou deputada da nação, o acto de se libertar das roupas era problema dela e só dela. Era uma senhora grandinha entre pessoas grandinhas, a promover aquilo que as pessoas grandinhas gostam de fazer entre si.
Sendo professora primária – o que, quero acreditar, ainda pressupõe um módico de autoridade e a liderança pelo exemplo –, aparecer em pêlo na ‘Playboy’ não é propriamente a mais brilhante das ideias. O CM, que foi fazer a reportagem da entrada gloriosa de Bruna no arquivo municipal, relatava que vários jovens ocorreram ao local para presentear a senhora com pensamentos tão profundos quanto "és pouco boa, és!" ou "tira a camisola para nós". Assim de repente, "tira a camisola para nós" é capaz de não ser a melhor forma de abordar o ensino de Expressão Musical, mesmo enquanto actividade extracurricular. Como é óbvio, não há – nem deve haver – nada escrito no Estatuto da Carreira Docente sobre a incompatibilidade entre a nudez e o ensino. Mas ora bolas, há--de haver formas mais sensatas de promover a educação sexual".
Eu sei que é giro lutar pela liberdade dos costumes e partir o pau nas costas dos velhos do Restelo, mas neste caso em particular faço questão de deixar crescer as barbas brancas. O conservadorismo nem sempre é parolo e atrasado. De vez em quando defende apenas valores que vale a pena conservar. Se Bruna Real fosse professora universitária, formadora de formadores ou deputada da nação, o acto de se libertar das roupas era problema dela e só dela. Era uma senhora grandinha entre pessoas grandinhas, a promover aquilo que as pessoas grandinhas gostam de fazer entre si.
Sendo professora primária – o que, quero acreditar, ainda pressupõe um módico de autoridade e a liderança pelo exemplo –, aparecer em pêlo na ‘Playboy’ não é propriamente a mais brilhante das ideias. O CM, que foi fazer a reportagem da entrada gloriosa de Bruna no arquivo municipal, relatava que vários jovens ocorreram ao local para presentear a senhora com pensamentos tão profundos quanto "és pouco boa, és!" ou "tira a camisola para nós". Assim de repente, "tira a camisola para nós" é capaz de não ser a melhor forma de abordar o ensino de Expressão Musical, mesmo enquanto actividade extracurricular. Como é óbvio, não há – nem deve haver – nada escrito no Estatuto da Carreira Docente sobre a incompatibilidade entre a nudez e o ensino. Mas ora bolas, há--de haver formas mais sensatas de promover a educação sexual".
João Miguel Tavares
CM
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