quinta-feira, maio 31, 2007

Balanço da greve geral

Por muito que me custe dizê-lo, o facto é que a greve foi quase inexpressiva. O governo aponta para 13,7%, enquanto os sindicatos situam a adesão nos 47%. Sabendo que, nem um nem outro são de fiar, nada como fazer a média dos dois para termos um valor mais consentâneo com a realidade. Teremos então um número na casa dos 23%. Ora este valor fica aquém das minhas próprias expectativas. Embora soubesse que a adesão não seria significativa, confesso que esperava mais.
Algumas explicações para este insucesso:
- o recurso à greve deixou de ter o impacto de antigamente: banalizaram-se e, por isso, caíram em descrédito;
- a UGT ter ficado de fora desta luta;
- a campanha de intimidação do governo;
- os trabalhadores precários que não sabem o que é ter direitos e não se podem dar ao luxo de fazerem greve com medo das represálias por parte do patronato;
- os baixos vencimentos praticados que impedem que muitos agregados familiares não possam prescindir do ordenado de 1 dia.

Apesar destes fracos resultados seria conveniente que Sócrates não cantasse vitória, pois há cada vez mais gente farta desta desumana governação que nos consome diariamente. O facto de 77% dos trabalhadores não ter feito greve não significa que todos eles estejam a favor das políticas deste governo. A arrogância, a intolerância e a insensibilidade para com os mais desfavorecidos vai ter o seu preço. Já esteve mais longe!

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