quarta-feira, novembro 11, 2009

Santana Castilho hoje no Público

"Tendo a Educação ocupado boa parte das intervenções, foi significativo o mutismo da respectiva ministra1. Espero que depois do debate do programa do Governo não restem dúvidas aos que as tinham: a intenção é prosseguir a política, mesmo nos aspectos mais contestados e que as evidências demonstraram estarem errados. Para o núcleo político do Governo remodelado, dir-se-ia que a oposição, agora maioritária, não existe. Se com a avaliação foi o que se viu, que se poderá esperar da gestão das escolas, das trapaças com as contratações dos professores, da impreparada municipalização do ensino básico, do prolongamento do ensino obrigatório, da mistificação do profissional, dos duvidosos processos de renovação dos edifícios e equipamentos e da protecção sem limites aos pequenos delinquentes, que o Estado nacionalizou quando decretou que reprovar é retrógrado?
Recordam-se como Sócrates tratou os professores no início da última legislatura? Ameaçando com a requisição civil, logo que o horizonte se toldou com uma greve aos exames. Porque a medida era desproporcionada e de constitucionalidade duvidosa, pareceu-me desde logo evidente que estávamos perante uma determinação de impor uma política sem qualquer tipo de cedência ou diálogo. Quatro anos e meio de absolutismo na Educação confirmaram o que pensei. As previsões que aqui fiz, antes de se conhecer o programa do Governo, estavam igualmente certas, infelizmente. Demonstrou-o o respectivo debate: a política de Sócrates é inconciliável com qualquer cedência. Sócrates perdeu nas urnas o poder absoluto, mas não sabe governar em diálogo. O que aí vem é conflito atrás de conflito. Continuará o caucionamento legal da indisciplina e da preguiça. De Isabel Alçada esperem tão-só afirmações redondas, irresponsáveis, de directora-geral sem poder.
Para além dos ministros políticos do núcleo duro, fiquei particularmente atento ao debate, para ver sinais clarificadores sobre os novos. Tendo a Educação ocupado boa parte das intervenções, foi significativo o mutismo da respectiva ministra. Ficou todo o tempo arrumadinha a um canto da bancada. Nem pio. O ruído desse silêncio tornou-se ensurdecedor com o contraste que a colega do Trabalho, sentada mesmo ao lado, estabeleceu: às matérias da pasta respondeu ela, sem tutoria".

2 comentários:

Anónimo disse...

O exº sr.º Mário Nogueira "não" é nenhum "ditador", nem "absolutista"! Não, pois não, ele só diz frases do género: só há acordo "se"......."se"........."se"....houver suspensão do actual modelo de avaliação. Estas frases não são de nenhum ditador que quer impôr aquilo que vocês querem a bem ou a mal. Não, não são. Quem disse que eram?
Só vos falta acrescentar "e se não fazem aquilo que nós impomos e queremos, faremos greves e por aí fora".
Costuma dizer-se que quem tem determinados defeitos, costuma chamá-los aos outros, precisamente para não dar a entender que é ele próprio que os tem.

Anónimo disse...

vocês só irão descansar, quando conseguirem aquilo que vocês querem, independentemente de isso estar certo ou errado, na perspectiva dos vossos interesses é óbvio que está, na perspectiva do interesse de toda a sociedade criança-escola-família, estará ou não, muito provavelmente essa perspectiva também não vos interessará