domingo, março 07, 2010

A Exigência e a Autoridade na Escola

"Entre propostas mais ou menos mirabolantes, a exigência no ensino e a recuperação da autoridade dos professores são temas recorrentes de uma hipotética reforma da educação. Sendo objectivos louváveis, ainda ninguém explicou como é que estes se concretizam.
A exigência no ensino pressupõe, por um lado, que há uma ideia consensual sobre o que deve ser o ensino, por outro que, ceteris paribus, haver avaliação é melhor do que não haver avaliação. Quando vemos que à esquerda se pensa que a escola deve “educar” e à direita se defende que a escola deve “ensinar”, é fácil perceber que o primeiro pressuposto é falso. O segundo pressuposto é mais pacífico mas, para transformar com sucesso esta ideia numa política, a expressão-chave é ceteris paribus. Ora, como é sabido, se há coisa que não acontece no mundo real é que “tudo o resto se mantenha constante” enquanto uns burocratas do Ministério da Educação fazem planos quinquenais.
Quanto à recuperação da autoridade dos professores, não percebo como é que esta se concilia com os “direitos” que o Estado Social foi acumulando. Mais concretamente, não sei como é possível conciliar a necessidade de disciplina com o ensino obrigatório até ao 9º ou 12º ano. Se um professor não tem maneira de penalizar um aluno que dorme à sombra do direito a ser incluído, não sei como é que se consegue recuperar um clima de respeito. Afinal de contas, um dos grandes pilares do sucesso do ensino privado é a possibilidade de expulsar os alunos quando estes pura e simplesmente não estão interessados em aprender. Possibilidade que não existe no ensino público.

Dar resposta a estes problemas é que significaria de facto fazer rupturas e mudanças".

http://oinsurgente.org/2010/03/04/a-exigencia-e-a-autoridade-na-escola/

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