"Quem ainda ficou surpreendido com os resultados dos exames intermédios dos alunos portugueses, provavelmente não se relaciona com professores ou não tem filhos a frequentar o terceiro ciclo do ensino básico. Os outros, receberam os resultados com normalidade. Alunos que não sabem estruturar um texto, ler e raciocinar é a realidade das nossas escolas.
No meio da desgraça estudantil, uma coisa não se percebe. Como é que estes alunos, semi-analfabetos, transitam de ano? Chegar ao 10º ano do ramo de humanidades e deparar com jovens incapazes de intrepretar um texto, ou de dar uma resposta correcta, do ponto de vista gramatical e da sintaxe, é deveras preocupante.
E enganem-se os que pensam e actuam como se o drama de desconhecer a Língua materna fosse exclusivo dos chamados alunos de Letras. Os de Ciências, esses que consideram inútil o português na sua formação, estão redondamente equivocados. Como o relatório dos últimos exames intermédios, publicados pelo Gabinete de Avaliação Educacional do Ministério da Educação, deixa claro: os maus resultados a Matemática e a Biologia, decorrem, não em exclusivo, mas também, do facto de os meninos e meninas que sonham ser cientistas, não conseguirem perceber um enunciado. Nos casos em que o conseguem entender as perguntas, são incapazes de redigir uma resposta bem estruturada - clara e perceptível, portanto.
Não se iludam, portanto, os que vêem nos resultados do PISA 2009 a salvação do nosso sistema de ensino. Houve progressos inegáveis. Os esforços de Maria de Lurdes Rodrigues não foram em vão. Há, porém, ainda um longo caminho a percorrer. O PISA diz-nos somente que não estamos tão mal como antes. Estamos ainda mal, como agora se viu.
Espanta a ineficácia de tantas aulas semanais de presença na escola. Para quê? Não consegue a escola cativar os mais novos? Parece que não. Numa sociedade da instantaneidade, dos SMS, Youtube e Facebook, como pode um modelo com aulas de 90 minutos prender a atenção de mentes cada vez mais preguiçosas e voláteis? Esse é o grande desafio.
Maria de Lurdes Rodrigues mostrou seguir o bom caminho. Inverter ou parar a marcha, acomodando-se ao facilitismo, pode ser perigoso".
No meio da desgraça estudantil, uma coisa não se percebe. Como é que estes alunos, semi-analfabetos, transitam de ano? Chegar ao 10º ano do ramo de humanidades e deparar com jovens incapazes de intrepretar um texto, ou de dar uma resposta correcta, do ponto de vista gramatical e da sintaxe, é deveras preocupante.
E enganem-se os que pensam e actuam como se o drama de desconhecer a Língua materna fosse exclusivo dos chamados alunos de Letras. Os de Ciências, esses que consideram inútil o português na sua formação, estão redondamente equivocados. Como o relatório dos últimos exames intermédios, publicados pelo Gabinete de Avaliação Educacional do Ministério da Educação, deixa claro: os maus resultados a Matemática e a Biologia, decorrem, não em exclusivo, mas também, do facto de os meninos e meninas que sonham ser cientistas, não conseguirem perceber um enunciado. Nos casos em que o conseguem entender as perguntas, são incapazes de redigir uma resposta bem estruturada - clara e perceptível, portanto.
Não se iludam, portanto, os que vêem nos resultados do PISA 2009 a salvação do nosso sistema de ensino. Houve progressos inegáveis. Os esforços de Maria de Lurdes Rodrigues não foram em vão. Há, porém, ainda um longo caminho a percorrer. O PISA diz-nos somente que não estamos tão mal como antes. Estamos ainda mal, como agora se viu.
Espanta a ineficácia de tantas aulas semanais de presença na escola. Para quê? Não consegue a escola cativar os mais novos? Parece que não. Numa sociedade da instantaneidade, dos SMS, Youtube e Facebook, como pode um modelo com aulas de 90 minutos prender a atenção de mentes cada vez mais preguiçosas e voláteis? Esse é o grande desafio.
Maria de Lurdes Rodrigues mostrou seguir o bom caminho. Inverter ou parar a marcha, acomodando-se ao facilitismo, pode ser perigoso".
Paula Ferreira
JN
Sem comentários:
Enviar um comentário