"Pais e professores são unânimes: o agravamento das condições sócio-económicas das famílias está a contribuir para o aumento da agressividade nas crianças e jovens. Mas consideram que a punição por si só não é solução para acabar com a violência nas escolas.
A intenção do Governo de criminalizar a violência escolar não é consensualmente acolhida por pais e professores, mas num ponto estão de acordo: penalizar unicamente não é suficiente para um criar um clima de paz no espaço escolar.
Hoje, domingo, assinala-se o Dia da Não Violência na Escola.
Albino Almeida, presidente da Confap (Confederação Nacional das Associações de Pais) considera que criminalizar a violência escolar, mesmo que a lei seja aplicada apenas aos maiores de 16 anos, é "uma confissão de fraqueza inaceitável". Isto porque, segundo Maria José Viseu, da CNIPE(Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação), "quando se chega a uma situação de extrema violência, é porque tudo o resto falhou".
Embora os dados de 2010 ainda não tenham sido divulgados, a superintendente Paula Peneda, directora do Gabinete Coordenador da Segurança Escolar do Ministério da Educação, diz que "desde há três anos, os números têm vindo a diminuir". "Felizmente, não temos casos extremos de violência, como homicídios", sublinha.
Mas pais e professores dizem estar a assistir a um incremento da agressividade por parte das crianças e jovens, "mas também de algumas famílias", adianta Manuel Grilo, da Fenprof (Federação Nacional dos Professores).
"Actualmente, encontra-se com mais frequência violência dos pais contra os professores, que resulta muitas vezes do desespero das famílias e do agravamento da situação social", explica este dirigente sindical. "Os ritmos e os horários de trabalho desumanos e o medo de perder o emprego faz com que os pais não consigam acompanhar os seus filhos e as crianças e os jovens acabam por se sentirem desacompanhados".
João Grancho, presidente da ANP (Associação Nacional de Professores), concorda com a criminalização da violência escolar, quando se tratarem de situações de ameaça à integridade física grave, mas também um acompanhamento sistematico dos alunos. "Não basta punir os jovens, é preciso apontar-lhes um caminho, levá-los a reflectir sobre o seu comportamento", refere.
Todos apontam como uma das soluções a criação de equipas multidisciplinares nas escolas, que envolvam pais, alunos, doentes e pessoal não docente. Melanie Tavares, coordenadora dos Gabinetes de Apoio ao Aluno e à Família do Instituto de Apoio à Criança, disse, ao JN, que em escolas onde têm vindo a intervir "a indisciplina baixou 90%".
"Muitas vezes, as escolas não são espaços atractivos. São muito intelectuais, quando os jovens são muito físicos", acrescentou, defendendo a aposta em actividades extra-curriculares que sejam apelativas aos alunos".
A intenção do Governo de criminalizar a violência escolar não é consensualmente acolhida por pais e professores, mas num ponto estão de acordo: penalizar unicamente não é suficiente para um criar um clima de paz no espaço escolar.
Hoje, domingo, assinala-se o Dia da Não Violência na Escola.
Albino Almeida, presidente da Confap (Confederação Nacional das Associações de Pais) considera que criminalizar a violência escolar, mesmo que a lei seja aplicada apenas aos maiores de 16 anos, é "uma confissão de fraqueza inaceitável". Isto porque, segundo Maria José Viseu, da CNIPE(Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação), "quando se chega a uma situação de extrema violência, é porque tudo o resto falhou".
Embora os dados de 2010 ainda não tenham sido divulgados, a superintendente Paula Peneda, directora do Gabinete Coordenador da Segurança Escolar do Ministério da Educação, diz que "desde há três anos, os números têm vindo a diminuir". "Felizmente, não temos casos extremos de violência, como homicídios", sublinha.
Mas pais e professores dizem estar a assistir a um incremento da agressividade por parte das crianças e jovens, "mas também de algumas famílias", adianta Manuel Grilo, da Fenprof (Federação Nacional dos Professores).
"Actualmente, encontra-se com mais frequência violência dos pais contra os professores, que resulta muitas vezes do desespero das famílias e do agravamento da situação social", explica este dirigente sindical. "Os ritmos e os horários de trabalho desumanos e o medo de perder o emprego faz com que os pais não consigam acompanhar os seus filhos e as crianças e os jovens acabam por se sentirem desacompanhados".
João Grancho, presidente da ANP (Associação Nacional de Professores), concorda com a criminalização da violência escolar, quando se tratarem de situações de ameaça à integridade física grave, mas também um acompanhamento sistematico dos alunos. "Não basta punir os jovens, é preciso apontar-lhes um caminho, levá-los a reflectir sobre o seu comportamento", refere.
Todos apontam como uma das soluções a criação de equipas multidisciplinares nas escolas, que envolvam pais, alunos, doentes e pessoal não docente. Melanie Tavares, coordenadora dos Gabinetes de Apoio ao Aluno e à Família do Instituto de Apoio à Criança, disse, ao JN, que em escolas onde têm vindo a intervir "a indisciplina baixou 90%".
"Muitas vezes, as escolas não são espaços atractivos. São muito intelectuais, quando os jovens são muito físicos", acrescentou, defendendo a aposta em actividades extra-curriculares que sejam apelativas aos alunos".
JN
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