Ultimamente, Maria de Lurdes Rodrigues é só sorrisos. Tem motivos para isso: os professores capitularam na guerra contra o Ministério da Educação e isso é motivo mais do que suficiente para ela se sentir satisfeita. O mesmo não se pode dizer dos professores que ao baixarem os braços, deitaram tudo a perder, ficando agora nas mãos dos eleitores e na possibilidade de estes não permitirem uma maioria absoluta ao PS. É triste deixarmos nas mãos de estranhos a resolução dos nossos problemas, mas esta sempre foi a realidade da nossa classe pelo que não há razão para ficarmos surpreendidos.
quarta-feira, abril 15, 2009
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1 comentário:
Como perspectiva, temos
- uma carreira partida em duas, para 'n' anos e portanto um meio muito prático para qualquer governo, manter o professorado dividido e subjugado;
- ou temos um combate difícil, mas com saída digna, a de se restabelecer a carreria única, que tanto custou obter (nos anos oitenta e início dos anos noventa; quem tem mais anos disto lembra-se da luta para abolir a prova ao nível do 8º escalão, que - no fundo - era já uma forma encapotada de fazer a divisão da carreira).
É preciso sentido estratégico; ou seja, devemos esforçarmo-nos AGORA, porque agora é o momento decisivo para se fazer inclinar a correlação de forças a nosso favor. O ME e o governo estão num beco sem saída: o que eles acabam de acenar como último rebuçado mostra claramente que o que eles temem é a luta pela abolição das duas categorias na carreira.
Na realidade, trata-se de duas carreiras: este facto é reforçado pelos escalões suplementares que o SE acena como trunfo para seduzir os mais hesitantes. Assim, se houver um escalão suplementar para os não-titulares assim como escalões que apenas são atingíveis se se for titular está-se perante o reconhecimento de que se trata não de categorias mas sim de DUAS carreiras.
Está a mostrar-se a pouco e pouco o estratagema do ministério para obter a tal divisão em duas carreiras; assim estaria definitivamente controlado o professorado; não haveria solidariedade (ou tão difícil de conseguir) entre titulares e não titulares: seria praticamente derrotada à partida qualquer movimentação laboral no sector, mormente as greves.
Não seria necessário proíbir o direito à greve no sector do estado; seria apenas necessário tornar a sua realização algo de completamente inócuo e indolor para o poder. Sem nenhuma possibilidade de mobilização conjunta da profissão, os sindicatos ficariam definitivamente confinados ao papel de submissos «parceiros» em pseudo-negociações, deixariam de existir forças de «bloqueio» (como eles dizem)...
É hora de cerrar fileiras em torno dos sindicatos e de mostrar a todos os colegas que temos de ter coragem de levar até ao fim esta luta; mostrar que estamos capazes de marchar «n» vezes e ainda muito mais, enfim tudo o que for necessário para derrotar esta política contra a escola pública, contra os direitos sindicais, contra as conquistas de garantias e de dignidade que foram tão dificilmente conquistadas ao longo de 35 anos de democracia.
Solidariedade,
Manuel Baptista
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