terça-feira, março 09, 2010

Silêncio inaceitável

"Leandro, de 12 anos, desapareceu há uma semana, e ficámos a saber que, provavelmente, se atirou ao rio Tua para fugir da violência que diariamente o atingia na sua escola.
Hoje chama-se bullying, mas todos sabemos o que é a violência que pode estar num recreio escolar. Leandro é, afinal, um dos raros rostos de uma tragédia que todos os dias se movimenta em silêncio.
É um grito de revolta que toca fundo na sensibilidade de qualquer pessoa e que dificilmente não chega às preocupações da generalidade das famílias. E é um grito de tal importância que torna absolutamente intolerável a forma como o Estado e o Governo estão a lidar com o assunto.
Até hoje, nenhum rosto, nenhuma pessoa singular, encarou a luz do dia para dar uma explicação, uma palavra, sobre o sucedido. A própria família tem sido manifestamente negligenciada pelos poderes públicos. Falha a escola de Mirandela e os seus responsáveis, que se escondem atrás de um inquérito. Falha a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), que anuncia burocraticamente o inquérito mas não aparece ninguém a dar a cara nem se percebe alguma eventual excepcionalidade na forma como possa estar a tratar este caso.
E se todos estes não tranquilizam a opinião pública nem comunicam um pingo de confiança no sistema, pergunta-se: onde anda, afinal, o Ministério da Educação? No Governo estão todos confortáveis com a situação?"

Eduardo Dâmaso
CM

2 comentários:

Elsa Filipe disse...

Este rapaz é o rosto do sofrimento de muitas crianças pelo nosso país fora.

doiscontigo.blogspot.com

Elsa Filipe disse...

Este rapaz é o rosto do sofrimento de muitas crianças pelo nosso país fora.

doiscontigo.blogspot.com