quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Fenprof: ronda negocial sobre horários foi uma "frustração"

"A Federação Nacional de Professores (Fenprof) manifestou hoje a sua “frustração” perante a inexistência de uma contraproposta da tutela para alterar os horários dos professores e acusou o Governo de desinvestir na educação.
É uma frustração grande o que daqui se leva, que é zero”, disse o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, no final de um encontro de quase três horas com os responsáveis do Ministério da Educação para debater os horários dos professores.
“Recordo que a senhora ministra tem vindo a afirmar que reconhece que os horários dos professores são desadequados do ponto de vista daquilo que é a exigência pedagógica que o professor tem e, portanto, aquilo que os professores hoje estavam à espera era que houvesse uma contraproposta do ministério no sentido de alterar a legislação, quer em relação à sua componente lectiva, quer não lectiva”, referiu.
Mário Nogueira sublinhou que os professores não querem menos horas de trabalho, mas sim “que a organização do trabalho dentro do horário estipulado por lei seja feita de uma forma que permita dar qualidade ao ensino e ao desempenho dos professores”.Segundo o secretário-geral da Fenprof, o Ministério da Educação invocou motivos de “ordem financeira, social e política” para não aceitar as alterações propostas pelos sindicatos, não havendo assim “nenhuma proposta a apresentar”.
Assim, aquilo que a tutela apresentou aos sindicatos “são apenas pormenores irrelevantes para efeitos dos horários dos professores”, garantiu Mário Nogueira, dando como exemplo “o fim da [obrigatoriedade da] prova de recuperação dos alunos” com excesso de faltas.
“Mas isso são gotinhas de água no meio da grande problemática dos horários dos professores”, afirmou o sindicalista, criticando as “opções do Governo”.
“Se o Governo quer ter dinheiro para pagar aquilo que é a dívida do BPN, BPP e tudo isso que é o despesismo deste país, não pode evidentemente investir na educação. E não investir na educação quer dizer poupar na qualidade do ensino e penalizar as nossas crianças e jovens”.

Público

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