segunda-feira, novembro 30, 2009

Estatuto da Carreira Docente: FNE apresenta primeira resposta ao ME

"A FNE vai apresentar a sua resposta ao documento de princípios apresentado pelo ME na reunião do passado dia 25 de Novembro. A resposta da FNE deverá, por seu lado, reiterar os princípios em que baseia a sua concepção de estrutura da carreira docente, a qual deve ter a preocupação de valorizar esta actividade profissional, tornando-a atractiva, estimulante, valorizadora e gratificante, acabando-se com a verdadeira sangria a que temos assistido nos últimos anos, com docentes a abandonarem a profissão, mesmo sem atingirem os requisitos para se aposentarem, e portanto com severas penalizações.
Com efeito, e na sequência da reunião ocorrida no dia 25 de Novembro com o ME, a FNE tem vindo a realizar reuniões dos seus órgãos estatutários, para preparação da resposta que na próxima segunda-feira será enviada ao ME.
Para a FNE, aquele primeiro documento do ME não responde a algumas questões essenciais, nomeadamente em termos de duração da carreira, dos escalões e dos índices remuneratórios que lhes estão associados. Assim, a FNE não deixará de no seu documento reiterar a necessidade de que se inicie o debate destas questões, sem o que outras não podem ser consolidadas.
De qualquer modo, a FNE sublinha positivamente a disponibilidade do Ministério da Educação para que o processo negocial em curso aposte no diálogo e na negociação, o que significa, como a FNE o entende, que de ambas as partes existe a vontade de encontrar soluções, em espírito de abertura, sem posições fechadas.
A FNE regista ainda positivamente que a proposta do ME assenta no pressuposto de que a carreira docente é única, não integrando quaisquer categorias hierarquizadas, o que significa que o desempenho de cargos e funções pode ser atribuído a qualquer docente, desde que verificadas condições de experiência e formação especializada.
A FNE considera que a determinação do ritmo de progressão em carreira nunca poderá assentar em constrangimentos administrativos, como o estabelecimento de vagas de acesso a escalões e patamares remuneratórios superiores, pelo que considera que esta solução preconizada pelo ME deve ser eliminada. Para a FNE, o que deve definir o ritmo de evolução em carreira e o acesso a patamares remuneratórios superiores é a qualidade do exercício profissional, determinada em processos de avaliação sérios, justos e rigorosos.
A FNE considera ainda que não se justifica a existência de qualquer prova de ingresso na carreira estabelecida entre a certificação de uma instituição de ensino superior de formação de professores e a realização de um período probatório".

Porto, 27 de Novembro de 2009
A Comissão Permanente da FNE

sábado, novembro 28, 2009

quinta-feira, novembro 26, 2009

Primeiro esboço da proposta da Fenprof para o novo ECD




Primeiro esboço da proposta do Ministério da Educação para o novo ECD




Rigor ou facilitismo na nova avaliação

"Não se conhecem razões objectivas, em nenhuma carreira profissional, para que aqueles que a percorrem tenham necessariamente de a terminar no seu escalão mais elevado, graças à mera passagem do tempo. Os lugares de topo são, por definição, escassos e investidos de especiais responsabilidades. É justamente por isso que uma avaliação de desempenho eficiente, simples e rigorosa, equilibrada e discriminadora - capaz de separar os medíocres da grande mediania e esta das actuações excepcionais - é uma ferramenta imprescindível para promover a subida de nível dos resultados em qualquer profissão.
Por maioria de razão, na dificílima tarefa que está cometida aos professores, cujos resultados não se medem em quantidades físicas nem em produtividades facilmente mensuráveis. A nova ministra da Educação avançou já com o gesto carregado de valor simbólico de abolir as duas categorias diferenciadas na carreira dos docentes não universitários, substituindo-o pela promoção sujeita a vagas. O problema da criação de um sistema de avaliação credível e separador do trigo e do joio, esse, mantém-se (ainda) em aberto.
Do passado, há um eco perturbador por parte da actuação dos professores: raríssimas foram as vozes entre eles que tiveram a inteireza de denunciar em público a farsa na qual se transformara a pretensa avaliação em vigor. Dava então muito jeito ir na onda (essa, sim, vergonhosamente facilitista!) de créditos amealhados tantas vezes sem critério ou de relatórios em copy-paste. A questão do momento é, assim, inquietante: poderá esta classe profissional renascer do seu laxismo moral do passado, pugnando hoje pela avaliação rigorosa e exigente que o futuro reclama?"

Editorial
DN

quarta-feira, novembro 25, 2009

Pior a emenda que o soneto

A simpática Isabel Alçada colocou a simpatia de lado e começa a mostrar os dentes. Ai queriam o fim da divisão da carreira? Está bem, nós aceitamos. Mas em contrapartida vamos criar uma carreira onde se continua a defender a existência de uma prova de ingresso na profissão e se propõe a existência de vagas para a progressão dos docentes para o 3º, 5º e 7º escalão. De um tampão (7º escalão) na carreira construída por Maria de Lurdes passamos agora a ter três (3º, 5º e 7º escalão), caso esta proposta de Isabel Alçada venha a vigorar no futuro. Perante isto, gostava que algum iluminado me explicasse, e há por aí muitos, em que medida é que os professores saem beneficiados com esta proposta.

Fenprof contra proposta de Governo

"Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, não saiu satisfeito da primeira reunião do Ministério da Educação (ME), que decorreu esta quarta-feira, no âmbito da revisão do estatuto da carreira docente.
Neste primeiro encontro, o tema foi a estrutura da carreira e a proposta do Governo não agradou.
“Há muita coisa para alterar, para chegar a um consenso. Por um lado o ME propõe o fim das categorias, mas por outro faz depender da existência de vagas o acesso aos terceiro, quinto e sétimo escalões”, afirmou Nogueira, sublinhando que esta proposta é até pior do que o sistema actualmente em vigor.
“Isto pode constituir um certo recuo em relação à situação actual”, acrescentou. O dirigente sindical ressalvou, contudo, que ainda há espaço para o entendimento.
“Esta é a primeira reunião. Vamos ver como o Governo evolui”, disse ainda".

Correio da Manhã

ME vai eliminar divisão da carreira docente mas propõe a existência de vagas para a progressão dos docentes

"O Ministério da Educação vai eliminar a divisão da carreira docente, confirmou Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), no final do encontro com o secretário de Estado da Educação, Alexandre Ventura. Hoje continuam as reuniões com as estruturas sindicais dos professores sobre o calendário negocial relativo ao Estatuto da Carreira Docente e ao modelo de avaliação.

Apesar da saudar a proposta de eliminação da divisão da carreira em duas categorias hierárquicas (professor titular e professor), Dias da Silva revelou aos jornalistas que o Ministério da Educação mantém dois aspectos "francamente negativos". Na proposta hoje apresentada aos sindicatos, o Ministério continua a defender a existência de uma prova de ingresso na profissão - uma medida consagrada no Estatuto da Carreira Docente aprovado em 2007 - e sobretudo propõe a existência de vagas para a progressão dos docentes para o 3º, 5º e 7º escalão da carreira. Ou seja, em vez da progressão ser apenas ditada pela antiguidade e pela avaliação do docente, passará também a estar dependente da abertura de vagas.Dias da Silva sublinhou contudo a disponibilidade do Ministério em dialogar: "O documento que nos foi apresentado é aberto em todos os pontos e é um documento sobre o qual a FNE pode apresentar propostas". A Federação irá tomar uma posição até ao final da semana".

Público

terça-feira, novembro 24, 2009

Nem todos os professores se sentem preparados para dar Educação Sexual

"A educação sexual nas escolas devia passar por um gabinete multidisciplinar de apoio ao aluno, defendem professores de Bragança que frequentaram uma formação nesta área e que alertam que nem todos os docentes estão preparados para abordar o tema.
Um grupo de 18 docentes de Filosofia e Ciências frequentou, nos últimos meses, formação sobre educação sexual, no âmbito da formação contínua de professores. Porém, mesmo com formação, a maioria manifesta reservas em relação ao modelo e questiona mesmo a "utilidade" da educação sexual nas aulas.
"O problema é a falta de conhecimento nos domínios todos para responder a miúdos com 16 ou 17 anos. Não me vejo capacitado para responder com algum rigor a todos os problemas que eles têm", disse à Lusa Valdemar Roca, professor de Filosofia.
Os docentes das áreas das ciências conseguem abordar a questão com mais "objectividade", porém torna-se "complicado quando ultrapassa a dimensão biológica e entra nos afectos", o que acontece com os professores de Filosofia, na opinião de Berta Alves.

Receios do que acontecerá à comunidade escolar

Acresce ainda, segundo outro docente, Sérgio Barros, que "muitos conselhos executivos não estão preparados para lidar com esta temática, têm receio daquilo que vai acontecer com a comunidade escolar, qual vai ser a reacção dos pais".
Todos concordam que "muito mais do que aulas de educação sexual devia haver uma equipa com todos os técnicos para estar a tempo inteiro [disponível], não só uma hora ou duas por semana, para responder aos problemas que surgem todos os dias".
A formadora Tânia Pires foi confrontada com "os constrangimentos e resistências" nesta acção incluída no plano de formação contínua de professores do Centro Bragança Norte.
"Há muita resistência e não significa que seja por não terem conhecimento e não terem formação, é mais "como é que eu transmito esta informação", disse à Lusa.
Segundo explicou, os docentes "têm receio de ser mal interpretados e é muito difícil para pessoas habituadas a dar respostas objectivas, do que é certo e do que é errado, numa temática destas não o puderem fazer".

"Porque é que ainda estamos sem educação sexual?"

A formação, que se prolongou de Julho ao final de Outubro, serviu para "dar ferramentas para dar respostas que levem as pessoas [os alunos] a reflectir e adaptar as abordagens ao nível de desenvolvimento dos alunos".
O professor Valdemar Roca tem ainda "reservas sobre a importância para os jovens": "Nós temos uma fartura de despachos, de diplomas, de estudos, de trabalhos e eu pergunto-me: se o poder político desde 1971 até hoje anda a falar tanto disto e isto é tão importante porque é que ainda estamos sem educação sexual?".
Uma resposta a esta pergunta, na opinião do docente, está na lei que dedica seis ou 12 horas ao tema na carga lectiva e "está no último diploma publicado em Agosto".
"Saiu uma lei que devia ser regulamentada no prazo de sessenta dias, acabou o período de regulamentação e nós ficámos na mesma. Ou seja, será que há mesmo necessidade?", sustentou.
Os docentes perguntam ainda como é que vão "definir objectivos concretos e universais" sobre o tema, no âmbito dos objectivos que têm de apresentar no processo de avaliação".

Expresso

Fenprof espera que Governo anuncie fim dos titulares na reunião de amanhã

"Sindicatos esperam que ministra confirme já o fim da divisão na carreira. E têm novas propostas, como a aceleração do ritmo de progressão e o fim das quotas na avaliação. Isabel Alçada só promete procurar "pontos de encontro"
O fim da categoria de professor titular é a grande novidade que a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) espera ver anunciada amanhã, na proposta que o Ministério da Educação vai levar à segunda reunião sobre a carreira docente. Mas os sindicalistas vão aproveitar o encontro para apresentar novos pedidos para acelerar o ritmo de progressão da carreira e a forma como esta se traduz em termos de vencimento.
"O encontro tem por tema o Estatuto da Carreira Docente [ECD] e o principal é que seja finalmente anunciado o fim da divisão [entre professores e titulares]", disse ao DN Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof.
Esta questão, defendeu, é "central", não só para haver consenso sobre o novo Estatuto como para se definirem as bases de um novo modelo de avaliação de professores. Isto porque a atribuição das funções de avaliador a professores titulares - aos quais muitas vezes os avaliados não reconheciam habilitações para essa tarefa - foi um dos factores de tensão do modelo avaliativo.
Mas além destes aspectos, há outras propostas que a Fenprof vai pôr em cima da mesa. Uma delas é a redução do tempo necessário para chegar ao topo da carreira, "de forma a aproximar Portugal da média da OCDE, que está nos 24 anos".
Outras ambições da Fenprof são ver o tempo de permanência entre escalões salariais "harmonizado em ciclos de quatro anos, coincidindo com a avaliação de desempenho", propondo também que os aumentos nas passagens entre os diferentes escalões sejam "semelhantes", já que actualmente "há uma grande variação"".

DN

domingo, novembro 22, 2009

É preciso que os sindicatos não baixem a guarda

O líder da CGTP recomendou ontem aos sindicatos dos professores que se mantenham muito atentos, considerando que isso será “determinante” para a melhoria do funcionamento do sistema de ensino, manifestando total confiança na Fenprof.
“É determinante que os sindicatos estejam muito atentos e que não se deixem descuidar”, afirmou Carvalho da Silva, acrescentando: “É preciso que o sistema de ensino melhore, bem como as condições dos docentes e que estas sejam recompostas com dignidade.”

sábado, novembro 21, 2009

Não se percebe a estratégia escolhida pelo PSD

"O projecto de resolução do PSD sobre a avaliação de professores e sobre o estatuto da carreira docente foi, como se previa, ontem viabilizado no Parlamento: bastou para isso a abstenção do PS. Os diplomas da restante Oposição foram obviamente chumbados. O que deseja o PSD? Que o Governo acabe com a divisão da carreira em duas categorias e que crie um novo modelo de avaliação no curto prazo de 30 dias. Mais: os sociais-democratas reclamam que, no primeiro ciclo avaliativo, prestes a terminar, não haja professores penalizados em termos de progressão da carreira.
É preciso pensar muitas vezes antes de perceber o alcance da estratégia escolhida pelo PSD: o principal partido da Oposição resolveu um dos mais sérios problemas que o Executivo tinha pela frente. Em troca recebeu uma mão cheia de nada. Claro que pode sempre dizer-se que o PSD teve sentido de Estado e pôs os interesses do País à frente dos seus próprios interesses. Sucede que isso não corresponde à verdade. Por isto: se o Governo - como, aliás, é previsível - não conseguir responder no espaço de um mês às exigências definidas pelos sociais-democratas, acontece o quê? Acontece que o PSD averba uma derrota política.
O novo líder parlamentar social-democrata não vê a coisa assim. Argumenta Aguiar-Branco: se isso acontecer, o PSD terá ainda mais legitimidade para apresentar "um projecto alternativo de avaliação". Quer dizer: Aguiar-Branco está convencido de que o "projecto alternativo" terá margem para vingar no Parlamento. Há uma triste ingenuidade neste solene pensamento: os restantes partidos da Oposição não estarão obviamente interessados em aprovar o que quer que venha do PSD, depois do "frete" feito ao Governo. Nem o PS estará obviamente interessado em voltar um mês atrás e esquecer todo o trabalho entretanto feito.
Pacheco Pereira, o grande pensador social-democrata, percebeu bem o problema. E já foi avisando que o partido terá um problema, se os 30 dias não trouxerem o que o PSD quer... Se Pacheco Pereira o diz, Manuela Ferreira Leite devia ouvi-lo. Ou talvez não, dados os resultados recentemente obtidos pelo partido sempre que a líder social-democrata seguiu os conselhos daquela proeminente figura da democracia nacional...
A atitude do PSD nesta matéria da Educação revela ainda um outro facto de enorme importância. A ideia que dá é que o PSD não está disposto a esticar já a corda, de modo a evitar que o Governo se possa vitimizar perante o País. Esta estratégia traz um risco associado: a incoerência. É que a mansidão e o alegado sentido de Estado agora defendidos contrastam bastante com o estilo "guerreiro" e destrutivo (por vezes exageradamente destrutivo) que Ferreira Leite, provavelmente aconselhada por Pacheco Pereira, escolheu como marca da sua liderança.
Bem sei que a ex-ministra das Finanças começou por ser acusada de nada dizer ao país, de se manter quieta e calada na São Caetano à Lapa (terá também sido Pacheco o teorizador desta estranha postura?). Mas não esqueçamos que, a seguir, o rumo mudou radicalmente. Ferreira Leite passou - e várias vezes bem - ao ataque directo ao primeiro-ministro. O espaço de tempo, apesar de tudo curto, em que tudo isto aconteceu deve trazer muitos sociais-democratas um pouquinho atarantados. Eu só vejo uma possibilidade de análise a tudo isto: Ferreira Leite passou a ouvir mais Aguiar-Branco do que Pacheco Pereira".

Paulo Ferreira, JN

Indivíduo execrável

"É fartar vilanagem! Maria de Lurdes Rodrigues, o seu projecto de reforma da Educação e a obra realizada durante quatro anos com sacrifício e enorme paciência para aturar tantos boçais (os professores têm dirigentes que são exemplares únicos de rara boçalidade) estão por terra.
Agora que caiu o primeiro tijolo é só ir desmanchando a teia de modificações que foram introduzidas num sistema caduco e retrógrado. Uma a uma podem ser desactivadas para regressarmos ao quadro anacrónico em que o ensino apodrecia, antes de Maria de Lurdes Rodrigues.
Hoje deve haver festa rija porque se acabou com o sistema de avaliação de professores e o Estatuto da Carreira Docente. Nem de perto nem de longe se erguerá, em sua substituição, outro dispositivo que permita fazer a ponderação do trabalho realizado e a distinção entre bons e maus, entre aqueles que se sacrificaram pelos resultados da escola pública e os que se espreguiçaram entre faltas, atestados e que ao longo de anos contribuíram para uma escola ultrapassada, incapaz de preparar as novas gerações para desafios e competições no universo da Comunidade Europeia. Espero que os actuais responsáveis pela Educação, incluindo o Primeiro--Ministro, nos poupem ao espectáculo degradante de ver cair devagarinho todas ou quase todas as bandeiras da reforma do ensino, enquanto duram as gargalhadas larvares dos fenprofs e quejandos e os gritos histéricos de vitória (a maior vitória à escala planetária jamais obtida por qualquer sindicato ou conjunto de sindicatos!).
Os milhares de professores que cumpriram a lei, aqueles que fizeram no terreno a reforma difícil mas que provaram que ela era possível, esses só têm de baixar a cabeça, voltar à estaca zero, viver despreocupados da vida da escola e até suportar a ‘vingançazinha’ dos novos ‘heróis’. E, se tiverem sentido de humor, ainda podem sorrir com o trabalho inglório que desenvolveram e assistir ao acto de prestidigitação que é ver aparecer num mês um sistema de avaliação e um estatuto de carreira que a anterior equipa do Ministério da Educação não conseguiu estabilizar em quatro anos. A reforma morreu.
Uma nota final para dizer que não havia necessidade de incomodar Mário Nogueira, que se mostrou agastado pelo facto de ainda ser possível activar o segundo ciclo avaliativo (a suspensão não foi aprovada) da maldita lei pois, como ele dizia, “as escolas ainda vão ter de fazer tarefas que eventualmente virão a ser consideradas desnecessárias”. É um facto, não há maioria absoluta, mas não é preciso ajoelhar".

Emídio Rangel
Correio da Manhã

quinta-feira, novembro 19, 2009

Ofício enviado às escolas sobre a avaliação de desempenho

"GABINETE DA MINISTRAAv. 5 de Outubro, 107 1069-018 Lisboa Telf:21 781 18 00 Fax: 21 781 18 35 E-mail gme@me.gov.pt

Comunicação sobre o 1º ciclo de avaliação do desempenho docente

1. O 1º ciclo de avaliação do desempenho docente prossegue e conclui-se,nos termos da lei, até 31 de Dezembro de 2009.
2. Todos os docentes serão avaliados no âmbito do 1º ciclo de avaliação desde que se tenham apresentado a avaliação na primeira fase desse processo, tal como identificada na alínea a) do Artigo 15º do DecretoRegulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro e como tal mantida no chamado procedimento de avaliação simplificado, nos termos da alíneaa) do nº 2 do Artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 11/2008, de 23 deMaio.
3. Assim, a apresentação do avaliado à primeira fase do processo de avaliação concretiza-se através da entrega da ficha de auto-avaliação, que é legalmente obrigatória (conforme dispõe expressamente o nº 2 do Artigo 16º do Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro), aindaque não tenham apresentado previamente, no prazo previsto, a respectiva proposta de objectivos individuais.
4. Nos termos da alínea a) do nº 1 do Artigo 8º do Decreto Regulamentarnº 2/2008, de 10 de Janeiro, a avaliação de desempenho tem sempre por referência os objectivos e metas fixados no projecto educativo e no plano anual de actividades para o agrupamento de escolas ou escolanão agrupada.
5. Quando estejam fixados objectivos individuais, o grau de cumprimento desses objectivos constitui, nos termos do Artigo 10º do Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro, referência essencial da classificação atribuída em relação aos parâmetros a que tais objectivos se reportem".

Um governo vergado aos sindicatos

"A diferença para a governação entre um respaldo parlamentar com ou sem maioria absoluta está bem patente nos dias que correm. Fazendo fé à leitura dos sindicatos de professores dos sinais emitidos pela nova equipa da 5 de Outubro, nem vale a pena perder tempo com jogos de palavras: se aqueles que resistiram até agora em cumprir o que estava estipulado para concretizar a sua própria avaliação e se os responsáveis pela conclusão deste 1.º ciclo de notações vão ser isentados de completar vários trâmites finais - já reconhecidos como desnecessários para o novo quadro de avaliação que se quer abrir -, o Governo acaba por ceder à reivindicação central da frente sindical, reduzindo a pó a versão simplex em vigor. É certo que, sem uma maioria parlamentar que o suporte, o Governo não tinha grande saída. Mas os factos revelam a derrota do Executivo perante a força dos sindicatos.
O que o Governo pode fazer depende da força efectiva que consiga agregar. E, neste ponto, convém recordar que a perda de meio milhão de votos não ficará impune numa questão que polarizou o País. O essencial prende-se agora no detalhe. As dezenas de milhar de professores e as centenas de conselhos executivos de escolas que cumpriram a tempo o que a lei lhes impunha não devem assistir com gosto a uma tabula rasa, que premeie aqueles que optaram pela resistência cívica e política a essas mesmas disposições legais. O que levanta, de novo, a questão de saber se o que vem aí consegue ou não identificar e premiar a excelência e alertar para os desempenhos abaixo do padrão de exigência aprovado.
O mais, na Assembleia da República, vai acabar por ser muito barulho por algo que, no essencial, já está decidido".

João Marcelino
DN

quarta-feira, novembro 18, 2009

Professores que entregaram ficha de auto-avaliação serão avaliados

"O Governo informou hoje as escolas de que os professores que não entregaram objectivos serão avaliados até 31 de Dezembro desde que tenham apresentado fichas de auto-avaliação, reiterando que o primeiro ciclo avaliativo será concluído segundo a lei em vigor.
"Todos os docentes serão avaliados no âmbito do 1.º ciclo de avaliação desde que se tenham apresentado à avaliação na primeira fase desse processo", lê-se numa nota enviada hoje pelo Ministério da Educação às escolas e a que a Lusa teve acesso.
"Assim, a apresentação do avaliado à primeira fase do processo de avaliação concretiza-se através da entrega da ficha de auto-avaliação, que é legalmente obrigatória, ainda que não tenham apresentado previamente, no prazo previsto, a respectiva proposta de objectivos individuais(...)", prossegue o mesmo texto.
A nota esclarece que quem não entregou os objectivos é avaliado tendo como referência "os objectivos e metas fixados no projecto educativo e no plano anual de actividades" da escola. Nos restantes casos, a referência é o cumprimento dos objectivos individuais.
"O 1.º ciclo de avaliação do desempenho docente prossegue e conclui-se, nos termos da lei, até 31 de Dezembro de 2009", segundo o mesmo texto".

Público

Receber sem trabalhar é o sonho de qualquer trabalhador

O vice-presidente do Banco Comercial Português (BCP), Armando Vara, que é hoje ouvido pelo juiz de instrução criminal de Aveiro como arguido no processo Face Oculta, vai continuar a receber um salário de cerca de 30 mil euros brutos até ao apuramento dos factos, apesar de ter suspenso as funções.
Aquela professora de Espinho que cometeu a imprudência de falar de sexo na sala de aula, foi suspensa de funções e perdeu o direito ao ordenado. Outros portugueses, cidadãos comuns, na mesma situação, recebem idêntico tratamento. Armando Vara acusado das maiores trafulhices é suspenso de funções no BCP, mas mantém o ordenado (e que ordenado!). Injusto? Nah! Estamos em Portugal. E neste país os poderosos são um grupo à parte: os seus direitos regem-se por outra cartilha.

A Srª Ministra só pode estar a brincar

A iniciativa Novas Oportunidades assinalou ontem o aluno um milhão. Alçada sublinhou que a iniciativa se desenvolve "num quadro de qualidade e exigência", rejeitando que haja facilitismo.

terça-feira, novembro 17, 2009

A hora da verdade

Na próxima sexta-feira vamos finalmente ficar a saber quais os partidos da oposição que se mantêm fiéis aos compromissos assumidos com os professores, antes e depois das eleições.

segunda-feira, novembro 16, 2009

É impressão minha ou andam todos a fugir aos compromissos que tinham com os professores?

"O Bloco de Esquerda deixou cair o projecto de lei que estabelecia um modelo integrado de avaliação das escolas e dos professores, por considerar inoportuna a sua votação quando sindicatos e Governo estão em negociações.
"Não nos parecia que este fosse o momento da Assembleia da República fazer uma votação sobre um modelo que neste momento está a ser negociado pelos sindicatos", disse à Agência Lusa a deputada Ana Drago.
Segundo a bloquista, o partido entendeu que deve ser dado "tempo de debate e diálogo" ao Governo e aos sindicatos, que na semana passado iniciaram contactos, mas espera que o projecto do Bloco possa servir de "contributo" para as "negociações"".

Público

Ciclos de avaliação maiores

"Ciclos avaliativos mais longos e articulados com os momentos de mudança de escalão; maior enfoque na avaliação da componente científico-pedagógica; formação especializada dos avaliadores através de parcerias com universidades. Estes poderão ser alguns dos aspectos do novo modelo de avaliação de desempenho, cujo primeiro esboço a ministra da Educação, Isabel Alçada, prometeu apresentar esta semana aos sindicatos".

Correio da Manhã

domingo, novembro 15, 2009

Este odeia os professores

"Oxalá Isabel Alçada consiga esse milagre, sem deitar para a valeta o esforço de milhares de professores.
Há quatro anos, quem ousasse falar numa reforma do ensino em Portugal era considerado "persona non grata" pela corporação, que estava "gorda e anafada" gozando os seus privilégios, sem nexo. Os relatórios das instituições internacionais especializadas davam conta da existência de um sistema de ensino anacrónico, um dos mais atrasados da Europa, com índices de aproveitamento escolar de bradar aos céus, com faltas de assiduidade dos professores em percentagens elevadas. O ensino profissionalizante tinha sido condenado à insuficiência, o parque escolar mantinha-se degradado, o começo dos anos lectivos nunca se verificava a tempo e horas.
Sócrates tomou posse como primeiro-ministro de um Governo de maioria absoluta e anunciou ao País que a modernização do ensino era uma prioridade do Governo.
Maria de Lurdes Rodrigues assumiu a pasta da Educação e começou então uma longa e difícil batalha para mudar aquilo que era uma evidência. Passados quatro anos não se pode sequer comparar a situação que este Governo herda com aquilo que Maria de Lurdes Rodrigues recebeu. As mudanças foram em todas as áreas. Nenhuma foi fácil. Todas encontraram resistências tremendas. No entanto, como a determinação era grande, as alterações foram-se sucedendo.
Obviamente que nada disto poderia ir por diante sem a criação de uma carreira docente e de um sistema de avaliação consequente. Tocou-se nos privilégios, e aí foi o ‘inferno’.
Os sindicatos, que são puras correias de transmissão dos partidos, envenenaram todo o ambiente e desencadearam uma guerra ao Governo e ao ministério, a propósito, sobretudo, do sistema de avaliação. Não aceitavam que fosse adoptada uma solução séria que premiasse os bons e punisse os maus. Maria de Lurdes Rodrigues foi embora, e eu, que não a conheço de lado nenhum, só posso, como cidadão, agradecer-lhe o que fez pela modernização do ensino em Portugal.
Temos agora uma nova ministra neste Governo de maioria simples de Sócrates. Isabel Alçada já distribui muitos sorrisos e garante que numa semana se põe de acordo com as 14 organizações sindicais a propósito da carreira profissional e de um sistema de avaliação que sirva mesmo para avaliar. Oxalá Isabel Alçada consiga esse milagre, sem deitar para a valeta o esforço de milhares de professores que cumpriram a lei".

Emídio Rangel
Correio da Manhã

sábado, novembro 14, 2009

A ministra continua a utilizar uma linguagem ambígua e indecifrável

A ministra da Educação, Isabel Alçada, afirmou hoje que os professores que não entregaram os elementos de avaliação não serão avaliados.
Convinha que a ministra descodificasse esta afirmação para se saber efectivamente o que ela considera ser "elementos de avaliação". É que existem uns quantos milhares de professores que não entregaram os objectivos individuais mas preencheram a ficha de auto-avaliação. Será que estes professores vão ser avaliados ou não? Porque é que não clarificam esta situação de uma vez por todas? Que o governo está interessado em prolongar esta novela já todos percebemos.

Governo pode travar AR

Sol

Avaliação de directores mudou

Sol

Estatuto serve de moeda de troca

Sol

quinta-feira, novembro 12, 2009

Felizmente que ainda vai havendo alguém com juízo

"Apesar da abertura demonstrada por Isabel Alçada, os professores não querem que a luta no Parlamento abrande. Os movimentos independentes não gostaram de ver mais promessas de diálogo e querem que as coisas mudem já.
A paciência parece ter-se esgotado junto dos movimentos independentes e nem a abertura inicial demonstrada por Isabel Alçada parece apaziguar algumas das hostes docentes que reclamam mudanças imediatas.
Contrariamente aos sindicatos que anteontem foram recebidos pela ministra, e que ficaram agradados com a sua postura dialogante, a desilusão instalou-se nos movimentos independentes de professores com a marcação de novas rondas negociais e mostram-se especialmente críticos para com os líderes sindicais.
O movimento PROmova (Professores - movimento de valorização) diz que não compreende "o regozijo da Fenprof e da FNE com a postura da ministra da Educação, que se limitou a reafirmar a não suspensão do modelo e dos seus efeitos e a agendar novas reuniões". E, em comunicado, interroga: "tirando a simpatia da ministra e a retórica do diálogo, em que é que este filme difere substantivamente dos anteriores?".
Também o MUP (Movimento Mobilização e Unidade dos Professores) ficou desiludido com o resultado final da ronda de anteontem que, considera Ilídio Trindade, "quase pareceu um novo memorando de intenções, que arrasta o processo e deixa os professores muito preocupados".
Para o professor, "protelar a resolução dos problemas - a suspensão do actual modelo de avaliação e o fim da divisão na carreira - é compactuar com o conflito que se vive nas escolas e se tem adensado nestes últimos tempos à medida que, nos diversos estabelecimentos de ensino, se vão conhecendo as classificações da avaliação atribuídas aos professores".
Ilídio Trindade vai mais longe e, no blogue do MUP, escreve mesmo que "aos sindicatos parece continuar a interessar o prolongamento de negociações, arrastadas no tempo, como se esse fosse o único lenitivo da sua existência"".

JN

Líder da FNE anda a ver se trama os professores

"A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) quer que a solução para a guerra entre professores e Governo seja resultado das negociações com o Ministério da Educação. Segundo João Dias da Silva, líder da federação, esse cenário é preferível à possibilidade de a mesma ser encontrada na Assembleia da República através da Oposição.
"Já dissemos aos partidos da oposição que queremos uma solução que resulte do processo negocial. Preferimos uma solução no Ministério da Educação a uma solução na Assembleia da República", afirmou ontem João Dias da Silva ao CM, mostrando-se esperançado nas negociações com a ministra da Educação: "Vamos construir rapidamente um modelo novo. A reunião marcou o início do fim da avaliação"".

Correio da Manhã

quarta-feira, novembro 11, 2009

Se não forem os partidos da oposição estamos lixados

Faço votos para que os partidos da oposição se mantenham firmes na disposição de suspenderem o actual modelo de avaliação e acabarem com a divisão da carreira entre professores e professores titulares. É que os sindicatos, a avaliar pelas declarações dos seus líderes, deixaram-se manipular pela conversa ardilosa da senhora ministra. Esta já veio dizer que a avaliação é para cumprir. Os sindicatos, pelo contrário, acreditam que não vai ser assim. Depois de terem sido enganados várias vezes durante a anterior legislatura, esperava-se que os sindicatos não voltassem a cair no mesmo erro. Pelos vistos, não aprenderam a lição. E quem se lixa com esta aparente ingenuidade são, mais uma vez, os professores.

Santana Castilho hoje no Público

"Tendo a Educação ocupado boa parte das intervenções, foi significativo o mutismo da respectiva ministra1. Espero que depois do debate do programa do Governo não restem dúvidas aos que as tinham: a intenção é prosseguir a política, mesmo nos aspectos mais contestados e que as evidências demonstraram estarem errados. Para o núcleo político do Governo remodelado, dir-se-ia que a oposição, agora maioritária, não existe. Se com a avaliação foi o que se viu, que se poderá esperar da gestão das escolas, das trapaças com as contratações dos professores, da impreparada municipalização do ensino básico, do prolongamento do ensino obrigatório, da mistificação do profissional, dos duvidosos processos de renovação dos edifícios e equipamentos e da protecção sem limites aos pequenos delinquentes, que o Estado nacionalizou quando decretou que reprovar é retrógrado?
Recordam-se como Sócrates tratou os professores no início da última legislatura? Ameaçando com a requisição civil, logo que o horizonte se toldou com uma greve aos exames. Porque a medida era desproporcionada e de constitucionalidade duvidosa, pareceu-me desde logo evidente que estávamos perante uma determinação de impor uma política sem qualquer tipo de cedência ou diálogo. Quatro anos e meio de absolutismo na Educação confirmaram o que pensei. As previsões que aqui fiz, antes de se conhecer o programa do Governo, estavam igualmente certas, infelizmente. Demonstrou-o o respectivo debate: a política de Sócrates é inconciliável com qualquer cedência. Sócrates perdeu nas urnas o poder absoluto, mas não sabe governar em diálogo. O que aí vem é conflito atrás de conflito. Continuará o caucionamento legal da indisciplina e da preguiça. De Isabel Alçada esperem tão-só afirmações redondas, irresponsáveis, de directora-geral sem poder.
Para além dos ministros políticos do núcleo duro, fiquei particularmente atento ao debate, para ver sinais clarificadores sobre os novos. Tendo a Educação ocupado boa parte das intervenções, foi significativo o mutismo da respectiva ministra. Ficou todo o tempo arrumadinha a um canto da bancada. Nem pio. O ruído desse silêncio tornou-se ensurdecedor com o contraste que a colega do Trabalho, sentada mesmo ao lado, estabeleceu: às matérias da pasta respondeu ela, sem tutoria".

terça-feira, novembro 10, 2009

Continua o desrespeito pelos professores

Contrariando as declarações de hoje de Mário Nogueira e José Dias da Silva, a ministra veio dizer que afinal nada mudou e que "o actual ciclo avaliativo é para cumprir e vai ter consequências". Perante isto só nos resta concluir que, ou os líderes sindicais fizeram uma interpretação errada daquilo que a ministra lhes disse na reunião, ou então a ministra virou o bico ao prego provavelmente depois de uma conversa com José Sócrates. Assim sendo, é caso para perguntarmos: afinal de contas em que é que ficamos? quem é que fala verdade e quem é que está a mentir?

FNE considera que reunião com ministério marca princípio do fim da antiga avaliação

"A FNE considera que a reunião de hoje com o Ministério da Educação marca “o princípio do fim” do actual modelo de avaliação dos professores e manifesta-se confiante em que o ciclo avaliativo que agora arranca terá novas regras.

“O que nós achamos que é importante, e que resulta desta reunião, é que os professores não têm de estar preocupados em formular objectivos e prosseguirem o trabalho à luz do modelo de avaliação que está a terminar”, afirmou o secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE).

Questionado se recebeu garantias de Isabel Alçada de que as escolas já não precisam de avançar com os procedimentos à luz do actual regime, João Dias da Silva respondeu: "É uma presunção minha"

O dirigente sindical manifestou-se confiante de que um novo modelo de avaliação vai arrancar “proximamente” e, por conseguinte, um novo ciclo avaliativo, com “com novas regras”.

“O futuro da avaliação de desempenho vai ser diferente daquele que ocorreu até agora. O modelo anterior está a terminar, o modelo novo vamos construí-lo rapidamente”, garantiu, apontando para um prazo de “60 dias”.

Para João Dias da Silva, a reunião de hoje com Isabel Alçada marca “o princípio do fim da antiga avaliação e o princípio do fim da divisão da carreira em duas categorias” hierarquizadas.“

Ficou clara a disponibilidade do ministério para que se inicie um rápido processo de negociação do Estatuto onde não há matérias fechadas”, sublinhou".

Público

Fenprof diz que ministra tem urgência na revisão do ECD

"A ministra da Educação, Isabel Alçada, mostrou-se disponível para rever o estatuto da carreira docente, o que abrange a divisão da carreira e o modelo de avaliação, revelou Mário Nogueira, dirigente da Fenprof (Federação Nacional dos Professores), à saída do encontro com a governante. O calendário para as negociações será entregue na próxima semana.

Mário Nogueira adiantou que a Fenprof monstrou disponibilidade à ministra da Educação para se encontrar uma "solução transitória" para a avaliação mas, segundo este responsável, Isabel Alçada terá dito que tal não seria necessário dada a urgência que tem em rever o estatuto da carreira docente."Se o calendário que nos entregarem na próxima semana empurrar a revisão para Fevereiro ou Março, então voltaremos à carga com a suspensão da avaliação. Se o prazo for até ao final do primeiro período, então a avaliação será suspensa por si mesma", disse Mário Nogueira.O segundo ciclo avaliativo está previsto começar no final deste ano. O presidente da Fenprof revelou que insistiu com a ministra "que o que os professores mais querem é acabar com a revisão da carreira prevista no Estatuto da Carreira Docente". Segundo Mário Nogueira, a ministra reafirmou que está tudo em aberto neste processo".

Público

Secretário geral da FNE fala das suas expectativas para a reunião de hoje com a ministra

"Correio da Manhã – Com que expectativas parte a FNE para esta primeira reunião com a ministra da Educação Isabel Alçada?
João Dias da Silva – Partimos optimistas e com a convicção de que é necessário que se inicie um processo novo na relação entre o Ministério da Educação (ME) e as organizações sindicais de professores. É fundamental que num quadro de diálogo se possam anular os factores graves de perturbação que têm estado instalados.
– Quais as principais reivindicações da FNE para esta primeira reunião?
– Esperamos que este novo processo negocial conduza à revisão do Estatuto da Carreira Docente, com o fim da separação dos professores em duas categorias, e que muito rapidamente tenhamos o modelo de avaliação de desempenho substituído por outro. Estas são apenas as matérias mais urgentes, mas vão ter de ser definidos calendários para etapas futuras de negociação de muitos outros temas.
– Como recebeu as primeiras declarações da ministra Isabel Alçada, bem como as palavras do primeiro-ministro José Sócrates?
– Quero relevar as afirmações da ministra de que em termos de Estatuto da Carreira Docente e de modelo de avaliação tudo está em aberto para negociação. E também quero relevar as palavras do primeiro-ministro de que o modelo de avaliação tem de ser sério, justo e rigoroso.
– A FNE vai entregar à ministra uma proposta de modelo de avaliação?
– Vamos entregar três documentos. Uma proposta de estrutura de carreira, uma proposta de modelo de avaliação e um roteiro para a legislatura. Mas consideramos esta reunião um ponto de partida e não de chegada.
– Mas é uma reunião decisiva?
– A atitude do ME vai ficar marcada por o que disser amanhã [hoje]".

Correio da Manhã

domingo, novembro 08, 2009

Sondagem: Maioria defende suspensão da avaliação de professores

"A maioria dos portugueses defende a suspensão do actual modelo de avaliação de professores, apesar do estado de graça à volta da nova ministra da Educação, indica a sondagem.
Quase dois terços dos inquiridos, 64,2% considera que Isabel Alçada é um bom nome para pacificar a pasta da Educação, onde a grande polémica tem sido a avaliação de professores.
A questão é já considerada o maior teste que o novo Governo minoritário vai enfrentar no início desta legislatura no Parlamento, onde todos os partidos da oposição estão contra o actual regime.
Esta posição encontra eco na maioria dos Portugueses. 59,4% defendem a suspensão da avaliação dos professores até se encontrar um novo modelo, contra apenas 24,1% que, pelo contrário, considera que tudo devia ficar como está".

Rádio Renascença

Educação vai estar entregue a Sócrates

"Correio da Manhã – A reunião da Fenprof com a ministra da Educação Isabel Alçada está marcada para terça-feira. Já está definida qual a agenda?
Mário Nogueira – Sim. Será para debater o Estatuto da Carreira Docente e o modelo de avaliação de desempenho. Tendo em conta que é a primeira reunião a agenda é estreita. Pensámos que fosse uma agenda mais larga, com discussão dos grandes temas da Educação.
– Com que expectativas parte para a reunião?
– Os primeiros sinais não são positivos como as declarações de intransigência do ministro dos Assuntos Parlamentares [Jorge Lacão] ou do primeiro-ministro, indicando que o Governo quer manter as mesmas políticas educativas.
– Há mais sinais negativos?
– Sim, como a nova equipa do Ministério da Educação ter pouco peso político e, portanto, pouco espaço para introduzir mudanças, o que significa que a Educação vai estar entregue ao gabinete do primeiro-ministro José Sócrates, que vai tentar prosseguir as políticas de Maria de Lurdes Rodrigues.
– A nova ministra já foi professora e conhece bem o meio. Isso é uma vantagem?
– É um aspecto positivo. Mas por conhecer bem o ensino, por conhecer os motivos dos protestos dos professores e quais os principais problemas tem responsabilidades maiores.
– Quais as principais reivindicações da Fenprof?
– A questão central é rever o Estatuto da Carreira Docente e dentro dele acabar com a divisão da carreira entre professores titulares e não titulares e substituir o actual modelo de avaliação. Estamos confiantes porque o Governo está isolado.
– A Fenprof pondera voltar às manifestações de rua?
– Quanto ao plano de acção vamos esperar para ver. Os sinais que nos chegam não são positivos, mas às vezes há surpresas".

Correio da Manhã

Todos os professores devem ser avaliados

"A Fenprof exigiu ontem que todos os professores sejam avaliados neste primeiro ciclo avaliativo de dois anos, que termina em Dezembro, mas pretende que as classificações de Muito Bom e Excelente não tenham qualquer efeito. Este foi um dos pontos da resolução aprovada ontem no Conselho Nacional da Fenprof, que reage assim à posição assumida pelo primeiro-ministro, quando afirmou que suspender a avaliação seria “deitar para o lixo todo o trabalho das escolas”. Nogueira esclareceu que a Fenprof quer é que este modelo não seja aplicado no segundo ciclo avaliativo, nos anos civis de 2010 e 2011.
“Ninguém quer que se suspenda o que foi feito. O primeiro-ministro diz que 48 mil professores já foram avaliados. Pois nós exigimos que sejam avaliados todos os cerca de 150 mil professores e educadores, mesmo os que não entregaram os objectivos. Queremos é que não se inicie o segundo ciclo avaliativo com este modelo”, afirmou Nogueira, frisando que na “esmagadora maioria das escolas todos os professores são avaliados e os que não foram por não ter entregue objectivos estão a ser alvo de discriminação à luz da Constituição”.
Nogueira exige ainda que as notas de Muito Bom ou Excelente não permitam subir nas listas graduadas para concurso. A Fenprof reúne-se, terça-feira, com a ministra da Educação Isabel Alçada, mas Nogueira está pessimista, considerando existirem “sinais negativos"".

Correio da Manhã

sábado, novembro 07, 2009

Ministra da Educação começa negociações com sindicatos

"Para a ronda negocial com o Governo, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, já disse o que estará em cima da mesa. "Iremos colocar logo à cabeça um processo de revisão do estatuto para que, entre outros objectivos, seja alcançado o fim da divisão da carreira docente e a substituição deste modelo de avaliação por um que efectivamente seja sério e justo", afirmou Mário Nogueira".

Público

sexta-feira, novembro 06, 2009

Estudantes dinamarqueses vão poder consultar a Internet durante os exames

"Na Dinamarca, os estudantes finalistas do ensino secundário vão poder consultar a Internet durante os seus exames finais. A medida foi autorizada pelo Governo e o sentimento geral é de que os alunos são suficientemente sérios para poderem usufruir desta medida sem copiarem. Os chats e a troca de e-mails durante o exame estão, obviamente, proibidos".

Público

Sexualidade mal ensinada é prejudicial

"O sexólogo Nuno Monteiro Pereira alertou ontem que a educação sexual mal ensinada nas escolas pode ser prejudicial para as crianças, defendendo que os educadores têm de estar "perfeitamente à vontade" com a sua sexualidade para não transmitirem ideias erradas. "A educação sexual nas escolas é importante, mas também é questionável", disse o especialista, a propósito das V Jornadas de Sexologia da Universidade Lusófona, em Lisboa.
Para o clínico, o facto de se falar muito de sexo não significa que se saiba de sexualidade. "Determinar por decreto que se passa a ensinar sexualidade pode ser arriscado", afirmou, justificando que "há tantas nuances que, se a educação sexual não for muito bem feita, pode ser contraproducente". Nuno Monteiro Pereira considera que a escolha dos educadores é essencial, pois "têm de estar perfeitamente à vontade, para não induzirem em erro as suas próprias insuficiências e dificuldades"".
Correio da Manhã

quinta-feira, novembro 05, 2009

E a ministra da educação ainda não disse uma palavra

Já todos percebemos que esta questão da avaliação de desempenho e do estatuto da carreira da educação irá cair numa querela jurídica que não saberemos como vai terminar. Enquanto isso, as escolas e os professores vão definhando.

quarta-feira, novembro 04, 2009

Antigo ministro defende resposta consensual na avaliação de professores

O antigo ministro da Educação Júlio Pedrosa considera, sobre a avaliação dos professores, ser necessário construir uma base de consenso a partir dos aspectos em que todos os partidos concordam. A suspensão deste modelo prende-se com simples questão de linguagem, defende.
«Seria um serviço ao país encontrar modos de construir uma base de consenso», disse, em declarações à TSF. O actual sistema tem «fragilidades» e necessita de ser corrigido – nisto estão todos os partidos de acordo e podem mesmo começar por aí, considera Júlio Pedrosa.
«É evidente que existe outras políticas e os diferentes partidos têm diferentes respostas e soluções, mas há momentos nas histórias dos países em que o que deve ser preocupação prioritária é construir soluções», concluiu o antigo ministro do Governo de António Guterres.

Avaliação de professores divide bancada PS e Governo

"A intransigência do Governo em manter em vigor o actual regime de avaliação dos professores até que seja negociado um novo criou mal estar na direcção da bancada do PS. Francisco Assis não entende a estratégia governamental e deixou-o claro. Dizendo que se "exige" ao Executivo que diga "o que quer fazer" porque "nada será possível sem o mínimo consenso"".

DN

terça-feira, novembro 03, 2009

O governo PS comporta-se como tivesse maioria absoluta

Contrariando a posição de Jorge Lacão, hoje em declarações à TSF, que disse que suspender o modelo de avaliação de desempenho de professores está fora de questão, os partidos da oposição respondem no mesmo tom ao ministro dos Assuntos Parlamentares: sem a suspensão do actual modelo não é possível escrever outro.
Não deixa de ser curioso e ao mesmo tempo lamentável o silêncio da ministra Isabel Alçada. A ideia que fica é que a ministra não manda rigorosamente nada. Sócrates dará as ordens e a ministra irá aplicá-las, independentemente da sua opinião sobre a matéria. Ou muito me engano ou vamos ter um pau mandado à frente dos destinos da Educação.

Tal como seria de esperar

O Programa do novo governo socialista não deixa margem para dúvidas: avaliação de desempenho dos professores é para manter assim como o ECD.

domingo, novembro 01, 2009

Quem resgata a avaliação autoritária?

"Está na ordem do dia a avaliação de professores e professoras e o Estatuto da Carreira Docente, que os dividiu em categorias de primeira e segunda. Só podia ser assim, depois de quatro anos de estragos nas escolas e dos maiores protestos profissionais de sempre. Mas há sombras sobre os espíritos optimistas.
A Ministra da Educação mantém o silêncio quando as escolas precisam de respostas hoje. Temos um secretário de Estado, vindo do Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação, que foi braço direito de Maria de Lurdes Rodrigues - a quem terá dado os números do carimbo "faltosos" colocado na testa dos professores - com ela comungando de idêntico carinho pela classe.
O novo líder parlamentar do PS, Francisco Assis, garante que o governo tomará as rédeas da avaliação dos professores e do Estatuto da Carreira Docente e que o papel dos demais partidos é vir ao debate das suas propostas. Mas as notícias mais frescas garantem o contrário: há um negócio sob a mesa entre o CDS e o PS para definir o novo modelo de avaliação dos professores.
Paulo Portas, sorridente, garante que não quer professores a espiarem-se entre si e que a avaliação está, para o CDS, centrada nos Conselhos Pedagógicos. Mas sabe-se bem o que o CDS sempre defendeu: que os directores devem determinar todo o processo. Se assim for, não se vira a página de Maria de Lurdes Rodrigues. É a sua obra que se completa, em glória.
É preciso decência, o que exige um sistema de avaliação que credibilize o trabalho das escolas e dos professores, pensado para o maior desafio da escola pública: o direito de todos e todas ao sucesso com qualidade.
Se ainda puder haver debate em vez de negócio, ele deverá responder às duas perguntas que interessam: a avaliação de professores deve ser feita exclusivamente dentro das escolas ou deve vir de dentro e de fora, incluindo mecanismos externos que a tornem mais isenta e preventiva de danos dos poderes locais? O desempenho individual dos professores e professoras esgota o modelo ou, pelo contrário, a avaliação deve integrar as escolas, os seus diferentes órgãos e o desempenho dos professores, no reconhecimento de que cada professor o é no seu contexto e de que cada escola é uma realidade?"

Cecília Honório
Esquerda. net