quinta-feira, dezembro 29, 2005

Multas pesadas para insultos a professores

"Cerca de 20 multas de 103 dólares (85 euros) foram aplicadas desde Novembro no Liceu Bulkeley, de Hartford, Connecticut, EUA, a alunos que ofenderam os professores. As autuações, feitas por polícias em serviço na escola, equivalem às coimas de excesso de velocidade e levam a tribunal quando não são pagas. A acção abrange já 1600 estudantes e será alargada ao outro liceu da cidade." Se isto fosse levado à prática em Portugal acabavam os problemas financeiros nas nossas escolas.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Reuniões de avaliação

Com o términus do 1º período de aulas, procedeu-se nos Conselhos de Turma ao primeiro momento de avaliação. Pelo que se viu, as recentes alterações da ministra ainda não tiveram reflexos positivos nos resultados escolares dos alunos. No 3º Ciclo, os intermináveis aspectos burocráticos foram acrescidos com os planos de recuperação que, obviamente, vão resultar em pleno, como se verá no final do ano lectivo. No Secundário, as taxas de insucesso no 10ºAno continuam com valores altíssimos algo esperado atendendo à legislação laxista, promotora do facilitismo, que impera no Unificado. As causas para classificações tão negativas são as habituais: ausência de pré-requisitos que condicionam a aprendizagem de novos conteúdos; falta de empenho e interesse dos alunos pelas actividades escolares e o completo desinteresse dos pais pela vida escolar dos seus filhos. Algo que eu nunca vi em muitos anos de ensino é a assunção de responsabilidades por parte dos professores. Sim, porque no que toca ao insucesso escolar alguma parte deve caber aos professores. Ou será que não?

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Novas regras no concurso de professores

Está lançada mais uma disputa acesa entre sindicatos e a tutela da educação. Desta vez o motivo da discórdia centra-se na alteração ao concurso dos professores. Segundo o Ministério da Educação, o alargamento da validade do concurso de colocação por três e quatro anos, tem como objectivo aumentar a estabilidade do corpo docente nas escolas. Com estas novas regras, os professores vão ficar impossibilitados de se candidatar a qualquer outra escola, durante este período. Significa que um professor residente em Bragança ao ficar colocado em Faro terá de aí permanecer durante três ou quatro anos. Imagine-se os custos financeiros que daqui advêm já para não falar dos custos emocionais para quem está separado da família durante tão largo período de tempo. É de facto um problema grave e que gera situações de clara injustiça: estes professores ver-se-ão ultrapassados por colegas com menor graduação e arriscam-se a, quando voltarem a concorrer, que as escolas da sua preferência tenham já as vagas preenchidas. Obviamente que o Ministério não vai ceder nesta matéria, até porque, mais uma vez, terá a concordância da opinião pública que vê esta situação como mais um choradinho dos professores que não fazem outra coisa senão lastimar-se.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

O ensino unificado

Estive bastantes anos sem leccionar turmas do unificado. O ano passado calhou-me em sorte tal tarefa. Confesso que a experiência não me deixou desejos de lá voltar tão cedo. Por aquilo que vou ouvindo na sala de professores - sou professor numa escola secundária com 3º ciclo - as coisas por este grau de ensino vão de mal a pior. Ao fim de três meses de aulas o diagnóstico está feito: os miúdos estão impossíveis de se aturar; o seu interesse pelas actividades escolares é mínimo; não estão na escola para aprender mas sim para transitar de ano. Com o facilitismo que impera neste grau de ensino tal desiderato é praticamente garantido. Sabendo disso, os meninos entretêm-se a passar o tempo a infernizar o juízo dos professores e, estes, periódicamente atulhados em reuniões, discutindo e delineando estratégias que no final do ano se vêm a revelar extremamente pertinentes e bem sucedidas. Estas estratégias assentam numa única premissa: baixar os níveis de exigência até ao limite do possível por forma a que os petizes alcancem o objectivo máximo a que se propuseram. Desígnios que o Ministério da Educação estabelece e que deixam pais e alunos eternamente agradecidos. Até quando os professores aguentarão tamanha bandalhice?

quinta-feira, dezembro 01, 2005

A violência nas escolas

Os números avançados pelo Ministério da Educação sobre os casos de violência escolar, não preocupam a ministra que considera os 1200 casos de agressão ocorridos no ano lectivo 2004/2005, um número irrisório atendendo à globalidade do sistema educativo. A ministra desvaloriza a questão e garante que não há motivo para preocupações. Alunos, professores e funcionários podem andar descansados porque a escola é um local seguro. Quem assim não pensar só pode estar a exagerar. Esquece-se a senhora minitra de que se a este número juntássemos todas as outras ocorrências que, por este ou aquele motivo, não foram contabilizadas, teríamos valores bem mais preocupantes. Já para não falar das agressões verbais de que diariamente são vítimas professores e funcionários, e aí teríamos um valor incomensurável. Infelizmente, tudo isto são "peanuts" para a senhora ministra.