quarta-feira, setembro 30, 2009

Aprovava uma iniciativa idêntica em Portugal

"Profissionais da educação do Estado de São Paulo prometem ficar pelados durante um protesto por aumento salarial, no Dia do Professor, no próximo dia 15. São esperadas 10 mil pessoas, entre diretores, vice-diretores e supervisores. Dessas, ao menos mil devem aderir à ideia de tirar a roupa.
A manifestação, batizada de "Dia do Nu Pedagógico", está prevista para ocorrer em frente à Secretaria Estadual da Educação, na praça da República, centro. De acordo com o Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado (Udemo), o protesto quer "mostrar a nudez do governo atual" em relação à educação. Além da Udemo, mais quatro entidades devem participar das manifestações".

Destak Jornal

Professores vão cobrar promessas da oposição

Os movimentos independentes dos professores vão exigir aos partidos da oposição o cumprimento das promessas de suspensão do modelo de avaliação.
Ricardo Silva, da Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino (APEDE) confirmou, em declarações ao ‘Público’ que aquela associação pretende que «sejam agendadas com urgência iniciativas parlamentares com vista à suspensão» do novo Estatuto da Carreira Docente e do modelo de avaliação de desempenho dos professores.
O dirigente da APEDE garante que «a revisão urgente» do Estatuto do Aluno, que considera «um absurdo que está a tornar impossível trabalhar nas escolas» é outra das prioridades daquela associação.

terça-feira, setembro 29, 2009

A dúvida que subsiste

A nova configuração parlamentar poderá ser favorável às pretensões dos professores, desde que os partidos da oposição respeitem aquilo que prometeram ao longo da anterior legislatura. A questão está em saber se eles irão cumprir o que prometeram ou se, por outro lado, irão deixar cair a educação em troca de áreas mais convenientes para os seus interesses.

segunda-feira, setembro 28, 2009

A FNE também já se pronunciou

"João Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), afirmou que recorrerá aos partidos da oposição para corrigir o que considera estar mal na Educação. “O Parlamento ganhou maior intervenção e na próxima legislatura não deixaremos de, junto dos partidos políticos na AR, relembrar posições tomadas no passado, no sentido de corrigir orientações do governo anterior, decididas sozinhas e com a contestação generalizada de todos os partidos”, realçou".

Público

A Fenprof já se pronunciou

"Os sindicatos de professores esperam o apoio dos partidos da oposição, em maioria no Parlamento, para pôr fim a medidas polémicas do governo cessante na área da Educação, como a do contestado modelo de avaliação.
"O nosso desejo era que, ganhasse quem ganhasse, não ganhasse com maioria absoluta", disse à Lusa o dirigente da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, considerando que "um dos problemas dos últimos quatro anos e meio é que a maioria absoluta não soube negociar", nem "funcionar com as regras da democracia".
Mário Nogueira salientou que na última legislatura houve propostas que uniram toda a oposição na Assembleia da República - como a de "contestação ao modelo de avaliação e o fim da divisão da carreira dos professores em duas" - mas que não foram para a frente devido "ao veto sistemático da maioria do governo"".

Expresso

Estou curioso

em saber o que pensam os sindicatos dos professores deste novo desenho parlamentar.

domingo, setembro 27, 2009

E o milagre não aconteceu

O país, mais uma vez, ficou a perder. Os professores vão ter de continuar a sua luta.

As urnas acabaram de fechar

e uma boa parte dos portugueses sonha por um milagre.

Apesar da esperança ser pouca

espera-se que num dia tão importante como o de hoje, nenhum professor falte à chamada.

quinta-feira, setembro 24, 2009

Triste país o nosso

Definitivamente somos um país sem memória e sem um pingo de vergonha e decência. De acordo com as últimas sondagens, José Sócrates prepara-se para ser reeleito como primeiro-ministro de Portugal. Com o país de rastos e colocado na cauda da europa, os portugueses decidiram que o melhor para Portugal é renovar a confiança num primeiro-ministro que sempre os desconsiderou. Contado ninguém acredita. Isto é uma prova cabal de que somos um país de gente desinformada e inculta que se está absolutamente marimbando para o futuro do país e, pior ainda, para o futuro dos seus filhos.

P.S. - A minha derradeira esperança é que estes senhores das sondagens confundam aquilo que é a realidade com aquilo que eles desejam que aconteça.

quarta-feira, setembro 23, 2009

Descaramento é coisa que nunca lhes faltou

O Ministério da Educação explicou hoje que caberá ao próximo Governo decidir se o computador Magalhães será entregue aos alunos que entraram este ano para o ensino básico, negando que o programa e.escolinhas tenha sido suspenso por causa desta opção da tutela.

Comentário - A menos de uma semana do acto eleitoral há que recorrer a todos os expedientes para cativar votos. Com esta declaração, o PS pretende passar uma mensagem clara: pais, cujos filhos entraram este ano no ensino básico e queiram o Magalhães, terão de votar na cor rosa, caso contrário arriscam-se a ver o computador por um canudo. Ora isto cheira a chantagem e a chantagem do mais baixo nível que, no entanto, não nos deve surpreender, pois esta tem sido a prática deste governo ao longo de toda a legislatura.

segunda-feira, setembro 21, 2009

Cinco dirigentes da Confap demitem-se

"Cinco dirigentes da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) pediram a demissão devido a “discordâncias internas sobre políticas de educação nacional”, anunciou o vice-presidente demissionário da estrutura António Amaral.
Dos cinco dirigentes associativos, três pertencem ao Conselho Executivo (Gina Oliveira, Fernando Coelho e António Amaral), e os restantes faziam parte do Conselho de Jurisdição e Disciplina (António Farto e Agostinho Almeida).
O motivo da demissão prende-se com “as posições de apoio do presidente da Confap ao Governo” e ao facto de estas “não terem eco nas associações de pais do distrito de Setúbal”, que os demissionários representam, explicou António Amaral.
A demissão dos dirigentes prende-se também com “sérias preocupações de que a Confap não vai por um caminho de independência” em relação ao poder político e ao actual governo, explicou ainda o dirigente associativo.
A decisão dos cinco dirigentes foi tomada a 12 de Setembro, durante uma reunião executiva, disse o vice-presidente demissionário, explicando ainda que “o processo não está formalizado porque falta comunicar ao presidente da Assembleia-geral”.
Os membros eleitos das associações de pais do distrito de Setúbal pretendem “uma Confap forte, ligada às associações de pais e independente do poder político”, concluiu António Amaral.
O presidente da Confap escusou-se a comentar a demissão de cinco dirigentes, alegando tratar-se de um assunto “interno” da Confap que será resolvido “nos órgãos próprios”.
“Não vou comentar. É um assunto interno da Confap que será resolvido nos órgãos próprios. Não vou acrescentar mais nada”, afirmou Albino Almeida".

Público

domingo, setembro 20, 2009

sábado, setembro 19, 2009

Não se deixem desmoralizar pelas sondagens

"Em 1992, John Major era dado como derrotado nas eleições gerais britânicas. Major era o ‘passado’ e o ‘atraso’. Neil Kinnock, líder dos trabalhistas, era o ‘futuro’ e o ‘progresso’.
As sondagens, aliás, davam-lhe larguíssima vantagem. No dia das eleições, Major era eleito (com folgança) e os jornais nativos imprimiam na primeira página: ‘Seremos um país de mentirosos?’ Pelos vistos, não são os únicos: como se viu nas europeias, a ‘direita’ normalmente tem pruridos em confessar as suas inclinações e responde mal, ou então não responde, aos ‘senhores’ das sondagens. Por medo? Por vergonha? Mistério. Mas esse mistério chega para não levar a sério nenhuma delas. Não por culpa exclusiva das ditas. Mas porque a matéria-prima não inspira confiança. Não é fácil viver quatro anos de mentiras sem nos tornarmos, também nós, um país de mentirosos".

João Pereira Coutinho
Correio da Manhã

quarta-feira, setembro 16, 2009

Sócrates revela-se em todo o seu esplendor

"Esqueçam a "entrevista" com os Gato Fedorento - de resto, o tipo de programa que se molda a e favorece bem mais uma personagem histriónica como José Sócrates, do que figuras mais genuínas como Manuela Ferreira Leite ou Jerónimo de Sousa (ou mesmo Louçã, até certo ponto). Se querem conhecer melhor o secretário-geral do Partido Sócrates2009, ouçam (sentados) esta entrevista exemplar que ele deu ontem a Maria Flor Pedroso, na Antena 1 (Sócrates não quis que as imagens filmadas ficassem on line - já perceberão porquê):

Na entrevista, Sócrates é, por assim dizer, captado in vivo. Não há guião que lhe valha, porque é confrontado com alguém que, efectivamente, lhe faz as perguntas que se espera sejam feitas a um político. E é precisamente por isso que ele reage tão mal. Pessimamente. Ouça-se, ao longo de quase toda a entrevista, o tom impaciente, duma insolência insuportável, contrariado, que atinge a má-criação para com a jornalista. (Logo nos primeiros minutos, quando ela, como é natural, lhe vai cortando as suas intermináveis melopeias entoadas de cor.)

Para o primeiro-ministro, reconhecer erros políticos é "ridículo" [sic] e um "exercício académico" [sic] (isto quando Flor Pedroso citava anteriores entrevistas - as da fase da "delicadeza", post-eleições europeias...). Praticamente, chama estúpida à interlocutora (ela nem compreende o que lhe parece óbvio, diz, jocoso), a propósito das recusas continuadas em dar entrevistas (suas e dos seus ministros) à TVI. Ridiculariza-a, imitando-lhe a voz - tudo num registo de bobo, dir-se-ia de estrebaria, não de corte. Sempre que a entrevistadora toca em pontos politicamente relevantes (demissão de Correia de Campos, consequências das políticas na Educação, etc), impedindo-o de se estender nas suas divagações (aquilo que Sócrates, na sua semântica peculiar, entende por 'respostas'), acusa-a de "só querer falar desses pequenos nadas [sic] e não dos problemas do país [sic]". Nem sei o que poderia ter acontecido naquele estúdio, caso Flor Pedroso se desse ao atrevimento de fazer alguma perguntinha sobre o assunto Fripor, esse "pequeno nada".
A pura agressividade do entrevistado chega a tal ponto, que a jornalista tem de dizer, como desculpando-se: 'Estou só a perguntar-lhe...' Tudo se passa como se, diante dela (e de nós), não estivesse um responsável político, mas antes uma criatura intratável. É o velho Sócrates, que desconsiderava insultuosamente os deputados das oposições com troças, momices e impropérios.

Sem responder às perguntas, lá se entreteve com as suas habituais falácias e analogias coxas a respeito da "avaliação dos professores" e disse, sem se rir, que "foi humilde" e "estendeu a mão". Depois, sobre tudo e sobre nada, como é seu costume, falou muito acima dos problemas, com as suas generalidades rarefeitas: o "combater os privilégios", o ser "corajoso", a "facilidade", o "interesse geral", o "escolher o melhor para o meu país", os "interesses corporativos", etc. Enfim, toda aquela litania mitológica que o homem imagina justificar alguma coisa.

Chega a ser divertido ouvir-se alguém que não produz um discurso (só reproduz) vir, sentencioso, discorrer sobre a "substância da política". Um dos momentos mais interessantes, porque esclarecedores, a respeito do "pensamento" objectivo do primeiro-ministro, ocorre quando apresenta, como pólos mutuamente exclusivos, o "pretender ganhar uns votos [sic]" e o "defender os interesses do país" - isto vindo do homem que, esbracejando nas suas arengas em sessão contínua, não faz mais nada do que insinuar a "reacção" nos outros e "citar" a famosa "suspensão da democracia".

O tom azedo e malcriado do primeiro-ministro na entrevista é compreensível. Como não, se ele nunca está preparado para manter uma conversa, responder efectivamente a perguntas, mas só para descarregar frases decoradas, chavões, inanidades – tudo imerso num imenso e enjoativo discurso auto-elogioso e de auto-comiseração? O primeiro-ministro detesta que lhe façam perguntas. Ele apenas deseja que lhe ponham à frente pretextos para se espraiar nas suas vacuidades.

Esta é uma entrevista recomendada para o conhecimento político da personagem que nos tem governado estes quatro anos e meio. E pretende reincidir".

Carlos Botelho

Sócrates volta a vestir a pele de animal feroz

Depois disto não pode haver dúvida de que Sócrates não pode voltar a ser 1º ministro.

segunda-feira, setembro 14, 2009

Sócrates tenta tudo para conquistar o voto dos professores

"Maria de Lurdes Rodrigues nunca mais. Se o PS ganhar as eleições, Sócrates não reconduzirá a ministra que funcionou como o seu alter-ego na reforma da educação, que o primeiro-ministro desde o início definiu como prioritária ("determinação", "não ceder às corporações", "rumo", "convicção", etc.).
Como todo o processo está a ser cobrado com juros altos e fez o PS alienar grande parte da influente classe dos professores, resta agora a Sócrates tentar sugerir, no sprint final, que um voto no PS não é um voto em Maria de Lurdes. Ao que o i sabe, a ministra da Educação não está ofendida com o despedimento: perfeitamente consciente dos estilhaços políticos que o seu mandato provocou, também não tem qualquer desejo de vir a ser reconduzida. Ocupa-se agora em "terminar o mandato como dignidade": assegurar que o ano lectivo começa sem sobressaltos.
O fim da era Maria de Lurdes Rodrigues, anunciado antes do arranque oficial da campanha, foi avançado durante o debate com Manuela Ferreira Leite com meias palavras: "Novo governo, novos ministros". Quando saiu do estúdio, José Sócrates foi mais longe: "em todas as pastas haverá novos ministros", declarou o secretário-geral do PS, abrindo a porta à interpretação de total "limpeza de balneário"".

Jornal "i"

sábado, setembro 12, 2009

Música de encantar

Quem disse que em Portugal não se faz boa música?

Médias de entrada no ensino superior

Consulte aqui as médias de entrada em cada uma das faculdades.

sexta-feira, setembro 11, 2009

José Sócrates muito bem retratado

"Não sei se Sócrates é fascista. Não me parece, mas, sinceramente, não sei. De qualquer modo, o importante não está aí. O que ele não suporta é a independência dos outros, das pessoas, das organizações, das empresas ou das instituições. Não tolera ser contrariado, nem admite que se pense de modo diferente daquele que organizou com as suas poderosas agências de intoxicação a que chama de comunicação. No seu ideal de vida, todos seriam submetidos ao Regime Disciplinar da Função Pública, revisto e reforçado pelo seu Governo. O primeiro-ministro José Sócrates é a mais séria ameaça contra a liberdade, contra a autonomia das iniciativas privadas e contra a independência pessoal que Portugal conheceu nas últimas três décadas. Temos de reconhecer: tão inquietante quanto esta tendência insaciável para o despotismo e a concentração de poder é a falta de reacção dos cidadãos. A passividade de tanta gente. Será anestesia? Resignação? Acordo? Só se for medo…"

António Barreto
Público, Janeiro de 2008

Há que apostar no voto útil

Para todos aqueles que querem derrubar o PS nas próximas legislativas, é fundamental consultar este trabalho feito por um colega nosso.

quarta-feira, setembro 09, 2009

Professores ganham abaixo da média da OCDE

"A fatia de leão nos gastos no ensino é sempre os salários, lembra a OCDE, uma verdade inquestionável sobretudo quando o investimento total fica abaixo da média da OCDE. O relatório Education at a Glance 2009 revela que Portugal gasta 85% do orçamento da Educação para o ensino básico em salários de docentes, quando a média da OCDE é de 64%.
Em 2007, o salário médio dos professores portugueses do ensino básico foi menos de metade do rendimento dos docentes do Luxemburgo, mas superou os vencimentos dos professores franceses e italianos.
No ensino básico, os professores portugueses com 15 anos de experiência ganham, segundo a OCDE, 34.876 dólares anuais. Um valor bem abaixo da média da OCDE, de 41.993 dólares. Na vizinha Espanha, os professores no mesmo nível ganham 44.774 dólares, mas o valor mais elevado está no Luxemburgo e é de 89.864 dólares.
O relatório da OCDE mostra ainda que em Portugal os professores no topo da carreira ganham três vezes mais do que os docentes que começam o seu percurso profissional".

Diário Económico

Portugal lidera abandono escolar

"Portugal tem a maior taxa de abandono escolar dos 36 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) abrangidos no estudo ‘Education at a Glance’, relativo a 2007.
Apenas 44 por cento dos portugueses entre os 25 e os 34 anos concluiu o Ensino Secundário, enquanto a média na OCDE foi de 79%. Ainda assim, Portugal melhorou face aos 29% do início da década. Já a despesa pública com a Educação no nosso país é de 3,7% do PIB, face aos 3,5% de média na OCDE. Mas Portugal investe apenas 4570 euros por aluno, do Pré-Escolar ao Superior, contra 7840 euros de média na OCDE.
Verifica-se ainda que os alunos portugueses do 1º Ciclo passam 889 horas por ano na sala de aulas, contra apenas 790 horas de média geral. Já no Ensino Básico a situação inverte-se: 872 horas para os portugueses e 966 de média na OCDE. O Ministério da Educação destacou o aumento do número de alunos matriculados e a melhoria dos resultados escolares. E destacou que "os professores portugueses continuam a ser dos mais bem remunerados da UE e OCDE". Já Mário Nogueira, da Fenprof, destacou que a despesa com salários não subiu devido às "políticas de desvalorização dos professores".

Correiod da Manhã

segunda-feira, setembro 07, 2009

O ensino está demasiado fácil

"O ensino nas escolas está demasiado fácil e os últimos quatro anos acentuaram o problema. Para a maioria dos 45 pais ouvidos pelo i, os problemas pioraram com a crispação entre professores e Governo, que criou instabilidade nas escolas. E dão exemplos "O estatuto do aluno é um desastre e uma ofensa aos alunos cumpridores. Valores e atitudes como o trabalho, o mérito, a assiduidade, o comportamento, a aprendizagem, o conhecimento, foram postos em causa e de repente considerados antiquados e conservadores", diz Manuel Marques, economista nas Caldas da Rainha, pai de um aluno matriculado no 8º ano. "O estatuto do aluno privilegia o facilitismo e desresponsabiliza os alunos", acrescenta Maria José Viseu, presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE). "Esta norma de os alunos não poderem reprovar até ao 10º ano é um verdadeiro disparate. Desmotivador para alunos, pais e professores. O que sente um professor quando no 9º ano encontra um aluno que nem sabe conjugar os verbos?", questiona Maria Castelo Branco, 53 anos, mãe do Gonçalo, que vai frequentar o 10º ano. "A exigência académica é cada vez menor", remata Teresa dos Santos Paiva, mãe de um aluno do 10º ano e de duas filhas gémeas no 6º ano, que logo a seguir dispara contra um regime de faltas pouco rigoroso e que iliba os mais faltosos: "Os mais espertos olham para o regime de faltas como uma brincadeira. De que serve dizer-se que os alunos não podem faltar se sabem que estudam um pouco, fazem um teste de recuperação e já está, voltam a ficar sem faltas ou com elas todas justificadas?"
Mas há mais calcanhares de Aquiles nas reformas educativas do actual governo. Muitos pais acusam o governo de Sócrates de ter sido "autista" e "autocrático". De trabalhar números para as estatísticas. E citam a falta de diálogo entre ministério e os diversos agentes de ensino. Bem como o braço-de-ferro entre professores e ministério que se arrastou demasiado tempo e prejudicou o normal funcionamento das aulas. "Coube à professora da minha filha avaliar os outros professores da escola. Ela faltou três tardes inteiras. Se todos os professores tivessem de ser avaliados nos moldes em que se pretendia, teria de faltar 40 horas. Não é assim que uma avaliação deve ser feita", critica Paula Henriques.
"As reformas massacraram os professores e, por sua vez, massacraram os alunos", diz Olinda Marques, mãe residente em Rio Maior que aplaude algumas medidas mas critica os métodos: "Algumas medidas são inteligentes e vantajosas. É preciso pensar é: isso acontece à conta de quem?"
Apesar de concordarem que anos de guerra aberta entre ministério e professores se reflectem numa maior desmotivação dos professores nas aulas, a maioria concorda com a avaliação dos professores: "É bom que alguém tenha tido a coragem de avaliar o tempo útil que os professores davam à educação. Não têm de ser uma classe à parte", diz Cristina Sousa, desenhadora de moldes, mãe de uma filha no 6º ano.
O sistema de avaliação que lidera as críticas lidera também os elogios. "Era necessária", diz a maioria. Aulas de substituição, o ensino obrigatório do inglês no primeiro ciclo, a fixação dos professores no mesmo estabelecimento durante quatro anos, a aposta no ensino técnico-profissional são, para a maioria dos 40 pais, as medidas mais louváveis da educação dos últimos quatro anos. O Magalhães divide os ouvidos. "Não foi utilizado uma única vez na sala de aula da minha filha. Só posso deduzir que o magalhães serve para as mães dos meninos jogarem Tetris quando têm insónias", acusa Elsa Rocha, mãe de Portimão. Todos são unânimes: os resultados destas políticas só serão visíveis daqui a alguns anos. "Brinca-se demasiado à educação. Acho que ainda nenhum ministério da educação acertou. É preciso dar tempo à implementação das reformas. Não se vê os resultados de uma reforma em quatro anos", diz Adelaide Campos, mãe de dois filhos - um no 4º, outro no 8º ano".

Jornal "i"

sábado, setembro 05, 2009

Não se deixem levar por falsas promessas

Por estes dias temos reparado que os professores estão sempre na boca dos políticos. Percebe-se: 150.000 professores e respectivos apêndices e familiares podem ter um peso significativo no resultado das próximas eleições, daí que representem um nicho de grande importância para os responsáveis políticos.
Só desejo que os professores saibam distinguir quem sempre esteve com eles e quem é aliado de última hora, e que, incredulamente, parece querer passar uma esponja num percurso de 4 anos em que tudo fez para desacreditar toda uma classe e a tratou como lixo. Tenhamos a convicção de que mais um passo em falso poderá determinar a falência da escola pública e a continuação de uma política de injustiças que afectará a classe docente. Não pode haver lugar a dúvidas e hesitações. Se queremos vencer a guerra que os socialistas moveram contra nós, o nosso voto nunca poderá ser encaminhado para o PS. Não faltam partidos onde podemos colocar o nosso voto. No PS é que nunca mais.

quinta-feira, setembro 03, 2009

Dr. Jekyll e Mr. Hyde

"Depois da entrevista do primeiro-ministro à RTP e das declarações à imprensa em que a ministra da Educação se tem desdobrado nos últimos (longe vá o agoiro) tempos, os professores ficaram a saber com o que podem contar num próximo eventual mandato de Maria de Lurdes Rodrigues: talvez um pouco mais de "delicadeza", provavelmente até preliminares, vaselina e outras boas práticas, mas a mesma virilidade por assim dizer reformista, ou "guerra", como a ministra diz.
Um fenómeno interessante das campanhas eleitorais é que elas facultam aos eleitores descobrir o afável e confiável Dr. Jekyll que se esconde afinal atrás de cada Mr. Hyde. No momento de prestarem contas ao chamado "país" e de tentarem reconquistar a sua confiança, os políticos fazem todos como aquele "mauvais sujet repenti" de Brassens, arrepiando caminho pela via dos melhores propósitos. É assim que a ministra parece agora mais uma vítima de erros seus, má fortuna, amor ardente do que o provável algoz de uma nova maioria de Sócrates. Como nos velhos filmes mudos, "à mercredi prochain" (que é como quem diz até que a campanha termine)".

Manuel António Pina, JN

Palavras para quê?

"Depois de quatro anos e meio à frente do Governo, de duas gigantescas manifestações e de uma greve nacional como nunca se tinha visto, eis que José Sócrates vem dizer aos professores que os tratou com pouca delicadeza e que pretende corrigir esse pecado se voltar a ganhar as eleições legislativas. Percebe-se o arrependimento. Portugal tem 150 mil professores que são eleitores potenciais e que, além disso, ainda exercem uma razoável influência social. Acontece que esta humildade do primeiro-ministro cheira a esturro.
Até porque ao longo do conturbado processo negocial com os sindicatos dos professores a arrogância governamental não teve limites e por mais de uma vez o primeiro-ministro, a ministra da Educação e os respectivos secretários de Estado sempre acusaram os partidos da oposição de oportunismo político por apoiarem as reivindicações dos docentes. Aqui e agora importa lembrar ao secretário-geral do PS as palavras que proferiu logo após a primeira gigantesca manifestação de professores. Disse Sócrates: "Considero lamentável o oportunismo dos partidos que deviam defender os interesses do País e não colarem-se a reivindicações corporativas na esperança de ganhar uns míseros votos." No dia 27, estas palavras não vão ser certamente esquecidas pelos 150 mil professores".

António Ribeiro Ferreira
Correio da Manhã

terça-feira, setembro 01, 2009

Vale tudo para conquistar o voto dos professores

Sócrates andou uma legislatura inteira a cavalgar em cima dos professores, dizendo deles aquilo que não se diz do pior inimigo, tendo como único objectivo desacreditá-los junto da opinião pública para assim mais facilmente impor a sua lei. Não ouviu os professores, não ouviu os partidos da oposição que sempre se manifestaram contra as suas políticas educativas, preferindo sempre uma postura autista, arrogante e prepotente que colocou a escola pública num atoleiro que parece não ter fim.
Perante este quadro, vem este senhor dizer que, caso seja eleito, fará tudo para melhorar as relações com os professores. Só um indivíduo destituído de carácter e de uma baixeza inqualificável, é capaz de utilizar truques reles para tentar convencer os professores a votarem no PS. Isto é um insulto aos professores e à sua inteligência. Os professores têm memória, não são nenhuns indigentes mentais e não se deixarão enganar por este vendedor de banha da cobra. Dia 27, cá estaremos para lhe dar a resposta merecida.

Maioria absoluta de qualquer partido desagrada Fenprof

A Federação Nacional dos Professores não quer que das próximas eleições legislativas saia uma nova maioria absoluta, qualquer que seja o partido. Mário Nogueira assegura que este não é um apelo aos partidos mais pequenos, mas apenas a vontade de ter mais parceiros com quem negociar.«Parece-nos a nós que faz crescer de importância aquelas que vão ser as propostas de partidos mais pequenos, que por normal não são de poder, mas que têm propostas importantes para a qualidade do ensino», disse o responsável da Fenprof, segundo a TSF.Mário Nogueira faz questão de frisar que os professores não se vão deixar levar por simples palavras. «Não é só dizer “vocês são importantes”. É tomar medidas, rever o estatuto da carreira docente, e depois também uma palavritas de apoio, que também sabem bem», disse.O próximo passo para a Fenprof é divulgar, já esta terça-feira, a carta reivindicativa que norteia a vontade do sindicato para trabalhar com o futuro Governo. O diploma será enviado a todos os partidos e ao Presidente da República.

A ignorância desta gente arrepia

"O que leva o PSD a prometer medidas tão interessantes como a baixa da Taxa Social Única e disparates como a suspensão da avaliação dos professores? O eleitoralismo. Manuela Ferreira Leite corteja há muito uma das corporações mais poderosas do país, os professores. Uma corporação entrincheirada nos seus privilégios e que rejeita (liminarmente) a mudança. Uma corporação em relação à qual a ministra da Educação e o primeiro-ministro falharam na forma (abordagem e métodos utilizados) mas não no conteúdo (avaliação).
Ferreira Leite tem experiência política para perceber que está a comprar um grave problema a prazo. Porque se for eleita terá de recuperar a ideia da avaliação (aliás, o PSD até quer estender este princípio à Justiça). O que devia ter feito era prometer melhorar o actual modelo, não declarar a sua suspensão. Porque sem avaliação é impossível melhorar o Ensino.
Ferreira Leite devia recordar-se do que lhe aconteceu enquanto ministra da Educação: ao introduzir as propinas nas universidades teve contra a si um monumental protesto da geração rasca. Mas insistiu na medida e... ganhou. O ministro seguinte fez o impensável: recuou quando os estudantes já tinham aceite o princípio do pagamento. E as propinas voltaram a ser um problema. Até hoje!
Acresce que há outra (grande) razão para a líder do PSD não ter feito o que fez. A corporação que agora tacticamente se cala perante a sua promessa, será a primeira a vir para a rua quando ela tiver de arrepiar caminho. Lamentável".

Camilo Oliveira
Jornal de Negócios