segunda-feira, outubro 31, 2011

O "essencial" e é um pau

"A afirmação do actual ministro da Educação de que o "princípio geral" que presidirá à "sua" reforma curricular do ensino básico e secundário é o de que "é necessário concentrar nas disciplinas essenciais" constitui todo um programa ideológico.
Deixando de lado o obsessão de todo o bicho-careta que chega a ministro da Educação em Portugal em "reformar" mais uma vez os curricula escolares, tornando o ensino num laboratório de experiências educativas e os alunos em cobaias que se usam e deitam fora na próxima "reforma", tudo com os resultados que se conhecem, a opção por um ensino público limitado a "disciplinas essenciais" segue fielmente a rota ideológica do "saber ler, escrever e contar" de Salazar.
Falta apurar o que o ministro entenderá por "essencial", mas outras medidas que tem tomado, como triplicar o valor dos cortes na Educação pública previsto no acordo com a "troika" enquanto financiava generosamente os colégios privados, levam a crer que o programa de empobrecimento anunciado por Passos Coelho é mais vasto do que parece. E que, além do empobrecimento económico das classes médias e mais desfavorecidas, está simultaneamente em curso o seu empobrecimento educativo.
Para a imensa maioria que não tem meios para pôr os filhos em colégios privados (que, no entanto, financia com os seus impostos), o "essencial" basta. Mão-de-obra menos instruída é mão-de-obra mais barata. E menos problemática".

Manuel António Pina
JN

domingo, outubro 30, 2011

Suspensão eterna

"Quando um Governo aumenta impostos ou corta direitos e diz que a medida é temporária, a experiência mostra que o provisório da linguagem política se transforma rapidamente em definitivo.
É o que se passa na polémica suspensão dos pagamentos dos 13º e 14º meses à Função Pública e aos reformados que ganham mais de mil euros brutos. O primeiro-ministro disse que as medidas que afectam mais de três milhões de pessoas (os reformados e funcionários com 650 euros brutos já perdem um mês de subsídio) são "temporárias", mas admitiu que não haverá uma retoma "automática do padrão anterior". Em 2014, o Estado de um País empobrecido, dificilmente terá luz verde dos credores para aumentar a despesa".

Armando Pereira
CM

quarta-feira, outubro 26, 2011

A opinião desinteressada

"Em tempos, como os nossos, de falta de memória, valem-nos a Net e quantos, na Net - pois a generalidade dos media tradicionais se tornou hoje em instrumento de esquecimento -, não desistem de se lembrar. Sem a Net, no caso a blogosfera, ficariam por desmascarar muitas trapaças de opinião com que alguns dos figurões que peroram nas TVs e jornais vão levando, com o ar mais "técnico" deste mundo, a água ao insaciável moinho das próprias conveniências.
Devo à infatigável memória do blogue http://derterrorist.blogs. sapo.pt o "link" que me fez descobrir o que Ângelo Correia pensava há um ano sobre direitos adquiridos: "A terminologia político-sindical proclama a existência de 'direitos adquiridos' (...)[Ora] numa democracia, 'adquiridos' são os direitos à vida, à liberdade de pensamento, acção, deslocação, escolha de profissão, organização política (...) Continuarmos a insistir em 'direitos adquiridos' intocáveis é condenar muitos de nós a não os termos num qualquer dia do futuro" (CM, 14/6/10).
Isto era um há um ano. Entretanto, quando direitos adquiridos a salários e pensões são todos os dias espezinhados, discutindo-se agora a suspensão das subvenções vitalícias de ex-políticos que acumulem vencimentos no sector privado, Ângelo Correia já pensa outra coisa: "Os direitos que nós temos são...direitos adquiridos!" (RTP, 24/10/11).
Aqui está um homem em cujas desinteressadas opiniões se pode confiar".

Manuel António Pina
JN 

sábado, outubro 22, 2011

Pais de alunos indisciplinados podem vir a ser multados

"Os pais de alunos indisciplinados podem ser multados e até perder os apoios de Acção Social Escolar, segundo consta do novo Estatuto do Aluno dos ensinos básico e secundário da região autónoma dos Açores. Para a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), esta será a base do Estatuto do Aluno que o Ministério da Educação e Ciência vai apresentar às escolas do continente".
CM

sexta-feira, outubro 21, 2011

"Rankings" das escolas são uma farsa

"O Sindicato dos Professores da Região Centro insurgiu-se hoje contra a elaboração de "rankings" de escolas a partir dos resultados dos exames nacionais, que considera "uma farsa", defendendo que o Governo deve por fim ao "estigma do erro".
A divulgação de resultados em bruto, diz o sindicato, acaba por "denegrir a imagem da escola pública" e agravar as condições de desenvolvimento das escolas com mais dificuldades, "Trata-se de uma divulgação, que sujeita a critérios inevitavelmente subjectivos de quem os elabora, estabelece uma relação directa entre os resultados e a natureza das escolas a que os alunos pertencem", lê-se num comunicado hoje divulgado.
O sindicato alega estar em causa uma "utilização abusiva de resultados" que representam até 30% do impacto da avaliação dos alunos e leva o grande público a associar qualidade ao ensino privado e a falta dela ao ensino público. "As escolas que apresentam melhores resultados nos rankings são escolas privadas sem contrato de associação com o governo (para efeitos de financiamento) suportadas totalmente pelas famílias dos alunos que as frequentam, o que revela uma origem social, cultural e económica muito elevada relativamente ao padrão médio nacional", justifica.
Para o Sindicato dos Professores da Região Centro, a disponibilização em bruto dos resultados do exame e a possibilidade de construção de rankings a partir desses resultados prestam "um mau serviço" à Educação, sujeitando muitas escolas públicas e privadas "ao vexame de que não são directamente responsáveis". A estrutura sindical sustenta que deveria pertencer ao governo português a responsabilidade de pôr termo à "situação vergonhosa que contribui para o estigma do erro".
"Deveria ser garantida uma avaliação externa das escolas justa, eficaz e consequente, a partir da qual deveriam ser estabelecidas as prioridades no apoio a prestar a cada escola não agrupada ou a agrupamentos de escolas", de acordo com o documento. O sindicato gostaria de ver aprovada uma lei de financiamento da educação e do ensino que estabelecesse as condições de apoio financeiro às escolas públicas e privadas com contrato de associação, de forma a promover-se "uma efectiva equidade" no financiamento do sistema de ensino português".
DN

quarta-feira, outubro 19, 2011

Motivo de enorme apreensão

"Os cortes previstos nas escolas públicas só podem significar que, no ano lectivo 2012-2013, o governo vai avançar com toda a energia para as fusões de agrupamentos escolares e ainda com a revisão curricular. Só ao criar mais megagrupamantos e reduzir ao mínimo o currículo nacional, eliminando ou fundindo disciplinas, seria possível arrecadar mais dinheiro".
Jornal i

segunda-feira, outubro 17, 2011

Mentiroso



Passos Coelho mente descarada e deliberadamente com o único objetivo de intoxicar a opinião pública. Ao 1º ministro não lhe convém dizer que a média dos salários na função pública é mais elevada porque no Estado trabalham centenas de milhar de licenciados (médicos, professores, emfermeiros, etc), algo que não se passa no privado. Mas se ele comparasse os ordenados de trabalhadores do privado com as mesmas funções ou habilitações dos do público, facilmente iria verificar que os do privado são melhor remunerados. Basta verificarmos, por exemplo, o que ganha um médico no setor privado comparativamente com o que ganha no setor público para percebermos como mente o 1º ministro. José Sócrates mentia aos portugueses todos os dias. Passos Coelho parece querer enveredar pelo mesmo caminho.

sábado, outubro 15, 2011

Ranking das escolas secundárias e do 9º ano

Ranking geral das escolas secundárias.
Ranking geral das escolas do 9º ano.
Ranking de escolas do 9º ano por distrito.

Metade das escolas com nota negativa no exame de Língua Portuguesa

Metade das escolas do ensino secundário tiveram média negativa no exame nacional de Língua Portuguesa B, que colocou a primeira escola pública em apenas 21º lugar.

De acordo com os dados do Ministério da Educação e Ciência, das 601 escolas onde se realizaram exames a Língua Portuguesa apenas 317 tiveram uma média superior a 9,5, apesar de nenhuma escola ter tido em média menos de dez valores na classificação interna atribuida pelos professores no final do ano lectivo.

Nos exames de Matemática A, o número de escolas com média positiva nos exames caiu a pique, este ano apenas 62 por cento dos estabelecimentos conseguiu ter mais de 9,5 (em 20), quando em 2010 tinham sido 87 por cento.

Os dados do Ministério da Educação e Ciência indicam que de 595 escolas onde se fizeram provas de primeira fase da disciplina, 372 tiveram resultados positivos (iguais ou superiores a 9,5 valores), enquanto no ano passado foram 519

quarta-feira, outubro 12, 2011

Opinião - Mário Nogueira

"Debate do Orçamento à porta e cada um parece puxar a brasa à sua sardinha, em tempo escasso de brasas e sardinhas. Aparentemente, seria o que pretende a comunidade educativa ao manifestar preocupações perante o corte de 600 milhões.
A acontecer tal corte, teremos sérias ruturas no sistema e funcionamento das escolas. As escolas funcionam nos mínimos; as famílias não suportam os custos, exigindo-se um reforço da ação social escolar; professores e demais trabalhadores são postos na rua aos milhares; autarquias, à beira da falência, não poderão responder a responsabilidades que lhes atiraram para cima; no superior, cursos e instituições correm riscos de sobrevivência! Cortar 600 milhões – a somar aos 800 milhões de 2011 – é uma irresponsabilidade política. Assentando este corte na dispensa de milhares de profissionais, tal dependerá de medidas que porão em causa a qualidade educativa e o funcionamento das escolas. Crato, agora no Ministério, parece já não querer implodir o dito… parece agora, isso sim, apostado em explodir as escolas!"
CM

segunda-feira, outubro 10, 2011

Fenprof desafia docentes a não assinar contratos mistos

A Fenprof (Federação Nacional de Professores) desafiou os professores a não assinarem contratos mistos, por considerar que os mesmos são ilegais.

A posição foi manifestada pelo secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, depois de uma reunião na Provedoria da Justiça, que durou mais de duas horas.

Ao constatar na Provedoria que não existe a situação de um primeiro contrato de 30 dias seguido de uma renovação por tempo incerto, Mário Nogueira alertou para a ilegalidade de regimes mistos

domingo, outubro 09, 2011

Cortes não afetam educação sexual

"A secretária de Estado do Ensino Básico e Secundário, Isabel Leite, afirma que a educação sexual não fica em causa com o fim da Área Projecto e com os cortes orçamentais em curso. Muitas das iniciativas de educação sexual estavam enquadradas na Área Projecto, mas para Isabel Leite o seu fim "não vai necessariamente pôr em causa" o trabalho desenvolvido.
"Acho que se pode fazer trabalho de excelente qualidade sem exigir mais recursos. Não implica ter mais meios, mas repensar a forma como fazemos as coisas", afirmou a governante, à margem de uma conferência de formação de professores, frisando que "a selecção dos projectos tem de ser mais criteriosa, o que não implica que se acabem com esses projectos"
Isabel Leite defende que a educação sexual deve abordar o "contexto alargado das relações humanas e afectivas".
CM