sexta-feira, dezembro 12, 2014

Inglês obrigatório no 3.º ano e regras para dar aulas hoje publicadas

"No próximo ano letivo, todos os alunos do 3.º ano passam a ter, pelo menos, duas horas de inglês por semana, sendo que o diploma permite às escolas "proporcionar o complemento ou a iniciação anterior do estudo desta língua", caso tenham capacidade para o fazer.
A obrigatoriedade do inglês só será aplicada aos alunos do 4.º ano no ano letivo seguinte (2016-2017), define o diploma aprovado no mês passado em Conselho de Ministros.
O decreto-lei 176/2014 cria também um novo grupo de recrutamento de professores de inglês para o 1.º ciclo (120), definindo um novo ciclo de estudos de mestrado destinado à formação dos docentes.
Para garantir o recrutamento destes professores, será realizado no próximo ano um primeiro concurso extraordinário, segundo o diploma hoje publicado em Diário da República (DR).
Terão habilitação profissional para dar aulas, "aqueles que tenham adquirido o grau de mestre em ensino de Inglês e de outra língua estrangeira no ensino básico (...) e que, no âmbito do ciclo de estudos de mestrado, tenham realizado a prática de ensino supervisionada de Inglês no 1.º ciclo do ensino básico".
Além destes, os titulares do grau de licenciado do curso de Professores do Ensino Básico, variante de Português e Inglês, que estejam ou tenham estado vinculados ao 1.º ciclo também poderão dar aulas de inglês.
O Governo defende ainda que "com o objetivo de harmonizar e tornar coerente todo o ensino da língua inglesa, estão em curso diversas medidas, designadamente, a definição de metas curriculares para o 1.º ciclo do ensino básico e a consequente adequação das metas curriculares dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico".
Nos últimos anos, o Ministério da Educação e Ciência tem implementado gradualmente medidas relacionadas com esta língua: primeiro passou a ser obrigatório a partir do 5.º ano, em 2012 foram definidas as metas curriculares para os 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, entretanto passou a ser possível ensinar inglês no 1.º ciclo e agora será obrigatória a partir do 3.º ano de escolaridade".

Notícias ao Minuto

quinta-feira, novembro 27, 2014

segunda-feira, novembro 24, 2014

quinta-feira, novembro 20, 2014

Bandalhos, são todos uns bandalhos

"Fiquei boaquiaberto quando ouvi, mas se tivesse pensado bem não teria ficado assim tanto. José Lello do PS e Coito dos Santos do PSD vão propor na Assembleia da República a reposição da subvenção vitalícia dos deputados. E pelo que tem vindo a público, os respectivos grupos parlamentares já se preparam para fazer aprovar a medida.
A lei da vergonha de todos os que a assinaram em 1984 (Governo do… Bloco Central) vai ter mais um capítulo. De novo o Bloco Central dos interesses, agora os puramente pessoais, atropelando tudo o que diga respeito à ética republicana, seja lá o que isso for, à moral ou à simples dignidade humana.
Que essa gentalha tenha a coragem de propor essa medida já não me admira. Mas que um bando de centenas de energúmenos vá atrás, esquecendo tudo o que se foi aprovando nos últimos anos, é algo que me escapa. Não dos energúmenos e parasitas do PSD ou do CDS – desses espera-se tudo. Mas dos paladinos da verdade na política do PS, lembro-me assim de repente do cínico João Galamba ou da histriónica Isabel Moreira, desses – embora nada se espere  - assinala-se o facto de concordarem pela primeira vez com o PSD. Quanto a António Costa, já mostrou ao que vem, se é que ainda não se tinha percebido.
Até o PCP ficou calado. Enquanto se discutem os cortes nas pensões e nos salários, o PCP ficou calado. Calado! Será culpado por omissão, já que é fácil votar contra quando se sabe que a medida será aprovada na mesma.
Bandalhos, são todos uns bandalhos. Gente com quem tenho vergonha de partilhar a nacionalidade".

sábado, novembro 08, 2014

Por cada professor que dispensarem câmaras recebem 13 600 euros

"Proposta apresentada aos municípios que vão integrar projeto-piloto da descentralização do ensino prevê corte de até 5% dos docentes necessários
Cada professor eliminado vale 13 594,71 euros. É esta a proposta - equivalente a metade do custo anual do docente pelo índice salarial 167 - que consta da cláusula 42 da última proposta que o Ministério da Educação e Ciência enviou há duas semanas aos municípios com os quais está a negociar um projeto-piloto para a delegação de competências em matérias de educação, incluindo edifícios, parte dos currículos e recursos humanos.
A proposta de contrato foi divulgada ontem pela Federação Nacional dos professores (Fenprof), numa conferência de imprensa onde o líder desta organização sindical,Mário Nogueira, equiparou a cláusula com o"coeficiente de eficiência relativo ao pessoal docente" a "um filme de John Wayne" em que, "depois de um assalto, se discute a divisão:metade para ti e metade para mim".
Questionado pelo DN, o Ministério confirmou a proposta. Já a Câmara de Famalicão, uma das 10 autarquias envolvidas na "fase-piloto" das negociações destes contratos, avisa que não está interessada em gerir e contratar os professores".


DN

domingo, novembro 02, 2014

Mais de cinco mil professores já saltaram de escola em escola

"Desde o início do ano letivo, em meados de setembro, pelo menos 5.140 professores viram-se obrigados a trocar de escola. Em causa, escreve o Diário de Notícias (DN), estão os erros na bolsa de contratações e as mudanças obrigatórias por falta de turmas.
De acordo com a publicação, estas trocas parecem não ter fim à vista, uma vez que ainda se encontra a decorrer o prazo de 30 dias em que os últimos professores contratados podem rescindir e mudar de local de trabalho. Além disso, já começou a fase de permuta de docentes, o que irá originar uma nova onda de rotatividade.
O professor Arlindo Ferreira, do blogue Arlindovsky, fez as contas e revela que 4.360 dos professores que já andaram nesta ‘dança das cadeiras’ eram dos quadros e ficaram sem turma na escola em que agora estão colocados. Os restantes 780, escreve o jornal, são os professores que estavam colocados na primeira bolsa de contratação do Governo e que perderam o lugar, sendo, posteriormente, recolocados noutro estabelecimento de ensino.
Contudo, destaca o DN, a estes docentes devem ainda ser somados todos aqueles que, embora já colocados, quiseram trocar de escola por conseguir um horário melhor ou por ficarem mais perto de casa".

Notícias  ao Minuto

segunda-feira, outubro 20, 2014

Escolaridade das mães determina sucesso escolar dos filhos

Na semana passada, o jornal Expresso divulgou dois estudos que indicam que em Portugal a escolaridade dos pais, em particular da mãe, é o fator que mais determina o sucesso escolar. Por exemplo uma criança filha de uma mãe com baixa escolaridade tem sete vezes menos hipóteses de prosseguir os estudos que um colega filho de uma licenciada.

quarta-feira, outubro 08, 2014

É a indisciplina, estúpido!

O sucesso da campanha de Bill Clinton às eleições presidenciais norte-americanas, em 1992, é indissociável do slogan “É a economia, estúpido!”. Décadas passadas, por cá contentamo-nos com a vacuidade do “Pôr a economia a crescer”. Se no domínio das mais elementares condições de vida o discurso político vegeta a esse nível, na área do ensino arrasta-se uns furos mais abaixo. Nem sequer se chegou ao equiparável “Pôr a indisciplina a descer” e muito menos “É a indisciplina, estúpido!”.
Algumas notas introdutórias. Primeira, o funcionamento das escolas tem no âmago as atitudes e comportamentos dos que as frequentam. Segunda, as disfuncionalidades existentes neste domínio são em regra originadas por uma minoria, bastando um par de alunos para desestabilizar uma turma inteira e daí gerar-se o efeito bola de neve. Terceira, vivemos tempos em que o princípio respeitável de proteção das minorias atingiu características de paranoia coletiva porque se mantém mesmo quando significa atentar contra direitos elementares das maiorias, como o de ensinar e aprender com dignidade e qualidade.
Outra nota. Cada época tem a sua marca. Ora predominou, por exemplo, a identificação com o radicalismo religioso que permitiu a inquisição; ora predominou uma atitude de súbdito na relação com quem governava, o que explicou a radicalização do poder do estado nos tempos das ditaduras. Como sempre, apenas numa fase posterior as sociedades se apercebem dos seus estádios de alienação pretéritos. Nos dias que correm somos toxicodependentes do materialismo histórico e dialético (ou marxismo). Descodificado em senso comum, significa a crença avassaladora de que o essencial do funcionamento das nossas sociedades e instituições gira à volta das condições materiais. Acreditamos que com dinheiro tudo se resolve, tudo funcionará melhor.
Se é inegável que a disponibilidade de meios financeiros ajuda a ultrapassar parte das limitações ou disfunções sociais e institucionais, não é menos inegável que outra parte depende das atitudes e comportamentos dos indivíduos. Trata-se de domínios relativamente autónomos entre si – material e comportamental – e é de extrema importância conferir primazia a ambos de acordo com as especificidades de cada contexto.
Para além do défice de determinadas atitudes e comportamentos, se existe domínio no qual o dinheiro em excesso foi bastante prejudicial é o do ensino. Descontados os episódios risíveis dos investimentos no computador Magalhães, bem pior foi o facto do acesso fácil ao dinheiro a crédito na transição de século, aliado à “paixão pela educação”, ter impulsionado uma das mais desastrosas reformas. Na substância, traduziu-se na sobrecarga dos currículos do ensino básico e secundário ao longo de mais de uma década à custa da introdução, nos horários dos alunos, de áreas com rotulagens pomposas: Área de Projeto, Estudo Acompanhado e Formação Cívica. O leitor não necessita de saber o que são. Quem por lá andou e teve formação intensiva para o efeito, como eu, acabou em idêntico estado.
Do que não restam dúvidas é do lastro dessa reforma. Durante a sua vigência, a indisciplina nas escolas agravou-se de modo continuado, o contrário do que prometiam os avultados investimentos. A ideia de aula foi desregulada, passando dos estáveis 50 minutos para a oscilação aleatória entre 45 e uns insuportáveis 90 minutos, oscilação com impacto na desregulação de atitudes e comportamentos dos alunos, uma vez que o sistema perdeu um dos referentes essenciais de estabilidade. O desrespeito pela sala de aula enquanto espaço para a tranquilidade da aprendizagem foi agravado, posto que tais inovações pedagógicas ajudaram, como nunca, a transferir o ambiente ruidoso do pátio para o interior da sala de aula. Foram sacrificadas horas letivas semanais de disciplinas estruturais (ciências, história, geografia, entre outras) no altar da nova ideia de escola. Fazia ainda parte da reforma desviar os professores das suas áreas de conhecimento científico ou académico de origem para se entreterem numa espécie de carnaval permanente rotulado de áreas transversais. Entre outras estultices.
Pejadas de resquícios do Grande Salto em Frente e da Revolução Cultural maoístas, pior só mesmo os responsáveis por tais engenharias sociais nunca terem sido confrontados com a dimensão dos seus erros, nem terem sido disponibilizados à opinião pública os custos financeiros, seguramente astronómicos, implicados na massificação de tais experiências de laboratório. Não foi apenas no betão (estádios de futebol e demais elefantes brancos) que se torraram dinheiros públicos. Certas utopias pedagógicas não são indiferentes ao descalabro financeiro. Porém, neste caso nem sequer existe consciência da gravidade dos abusos perpetrados, nem a opinião pública se mostra sensível. Por isso, o regresso em força dos pedagogos do regime depende apenas de uma próxima ronda eleitoral.
Quando comparo o que vou observando em Moçambique com o que conheço de experiência vivida das salas de aula do básico e secundário em Portugal, é muito evidente que o ensino português não sofre de limitações ao nível dos recursos materiais ou humanos. Há muito que a matéria-prima existente chega e sobeja para que as escolas funcionem muitíssimo melhor. O verdadeiro obstáculo é a fortíssima resistência cultural em aceitar que é no domínio das atitudes e comportamentos em salas de aula e face ao estudo que residem as mais graves carências do ensino.
Apesar de ser mais do que evidente tratar-se, acima de tudo, de um fenómeno cultural, ideológico, político e civilizacional – não se deteta em toda a classe política, nem nos discursos dominantes no espaço público, quem ouse filiar-se a slogans do tipo “Pôr a indisciplina a descer” ou “Pôr o estudo a subir” enquanto princípios orientadores da ação política e cívica no ensino. Sobrevivemos rendidos a uma dupla cobardia coletiva.
Por um lado, apesar de intuirmos que o núcleo chave da gestão do ensino reside na regulação de atitudes e comportamentos dos alunos e que qualquer coisa deve mudar a esse nível, o facto é que nos tornámos exímios na exibição frenética de comportamentos de fuga face ao que mais incomoda. Escudamo-nos na sobrevalorização obsessiva de temas como a avaliação dos professores, a liberdade de escolha das escolas, a renovação do modelo de gestão dos estabelecimentos de ensino, o ajustamento e renovação material da rede escolar, a revisão das carreiras docentes, a revisão da regras dos concursos de professores. Por aí adiante.
Desta interminável amálgama não vimos, não vemos, nem veremos resultados com impacto substantivo na melhoria do ambiente quotidiano das salas de aula, o espaço onde o verdadeiramente importante se decide. Não nego que os aspetos referidos possam fazer algum sentido. Mas qualquer deles, sem exceção, tem significado marginal quando comparado com o núcleo-chave que faz mover o ensino: “É a indisciplina, estúpido!”.
A outra parte da cobardia coletiva face à indisciplina tem a ver com o pavor de sermos alvos de anátemas lançados pelos novos inquisidores: “fascista”, “socialmente insensível”, “destruidor da escola pública”, “desrespeitador dos que menos têm”, “desconsiderador das minorias étnicas”, “insensível ao multiculturalismo”, “contrário à escola inclusiva”, “direitolas” e demais mimos. O temor de pisar o risco do politicamente correto tem sido nocivo para o destino das sociedades ocidentais.
Como entrei na sociedade portuguesa pela porta dos mais pobres vindo de África e como sempre trabalhei em salas de aula de periferias urbanas ditas difíceis, território por excelência de minorias étnicas e de segmentos da população tidos como excluídos, atributos que partilhei ou partilho, não hesito em considerar que a inércia que se arrasta há décadas no combate efetivo à indisciplina nas salas de aula constitui dos mais cínicos e refinados sintomas de desprezo pelos pobres, pelas minorias étnicas e pelos excluídos. Descontada uma escola de qualidade, estes praticamente não têm outras possibilidades de transformação da sua condição social de origem.
De resto, é esquisito viver numa sociedade onde a Assembleia da República é por excelência o lugar onde mais se concentram empresários de sucesso em sensibilidade social. Pela televisão vou vendo como certos grupos parlamentares estão povoados de negros, ciganos, mestiços, asiáticos, islâmicos e o mais. Guardo na memória as suas intervenções no hemiciclo. Os grupos parlamentares que os integram são o farol de uma ampla família de forças políticas e de portugueses decentes. Talvez por isso essa parte da sociedade portuguesa possua a auréola de titular exclusiva da legitimidade da defesa dos setores vulneráveis da população, a parte que inclui senhoras e senhores de olhar altivo, não-racistas, não-discriminatórios, moralmente superiores. Os demais indígenas, estes outros cujos grupos parlamentares com que se identificam são étnica e socialmente homogéneos, talvez devam ser merecedores de opróbrio.
Entre pesadelo, ficção e sem-vergonha às vezes é difícil perceber por onde anda a realidade.

Gabriel Mithá Ribeiro
Observador

terça-feira, setembro 09, 2014

domingo, setembro 07, 2014

sexta-feira, agosto 29, 2014

Governo avisa que só rescinde com docentes que não façam falta

"Maria Luís Albuquerque sublinhou ontem que pode recusar candidaturas de professores. Poupanças com os outros programas de rescisões e com a requalificação estão abaixo do previsto mas o Governo espera que aumentem em 2015.
Querer sair do Estado só não chega. Os professores que apresentaram pedidos de rescisão por mútuo acordo só poderão sair se não estiverem a fazer falta nas escolas".

Jornal de Negócios

terça-feira, agosto 12, 2014

Professores que pediram rescisão vão ter turmas atribuídas

"Os 3.606 professores que estão à espera de saber se o seu pedido de rescisão será aceite não serão dispensados de dar aulas no próximo ano letivo, que começa já em setembro, confirmou à Lusa o gabinete de imprensa do Ministério da Educação e Ciência (MEC).
A Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGESTE) informou as escolas de que teriam de ser atribuídos horários aos docentes que tinham aderido ao programa de rescisões por mútuo acordo, lançado no final do ano passado.
Questionado pela Lusa sobre esta decisão, o gabinete do ministro Nuno Crato explicou que o programa destinado a professores do ensino básico e secundário não depende exclusivamente do MEC, sendo também da responsabilidade do Ministério das Finanças, "a quem compete a autorização final dos pedidos, de acordo com a legislação".
Além disso, o MEC lembra que os próprios professores também poderão decidir "não aceitar a proposta de acordo de rescisão".
Para garantir que nenhum docente que não veja o seu processo concluído fique sem dar aulas, a DGEstE "deu orientações às Direções de Serviço para que informem as escolas de que deverá ser atribuído horário aos docentes que entregaram pedidos de rescisão", explica o ministério.
O gabinete do ministro da Educação, Nuno Crato, sublinha que "este é um processo complexo e diferente do relativo aos pedidos de aposentação", uma vez que os docentes que pediram a aposentação podem ser dispensados de dar aulas.
Sobre a data de conclusão dos processos de rescisão, o MEC disse apenas que "o Governo está a trabalhar para que este processo esteja concluído tão depressa quanto possível".
O programa de rescisões começou no final do ano passado e o processo para entregar o pedido de rescisão terminou no final de junho".

Notícias ao Minuto

terça-feira, agosto 05, 2014

Matemática e Português com média negativa na 2ª fase

As médias dos exames nacionais do ensino secundário, na 2ª fase, foram negativas a 15 das 23 disciplinas sujeitas a exame. Alemão, Biologia e Geologia, Filosofia, Física e Química A, Francês, Geometria Descritiva A, História A e B, História e Cultura das Artes, Latim A, Matemática A e B, Matemática Aplicada às Ciências Sociais, Português Língua Não Materna e Português tiveram uma classificação final inferior a 95 pontos.
Segundo os dados divulgados pelo Ministério da Educação e Ciência, 60% dos alunos que fizeram exame nacional de Matemática A na 1ª fase repetiram o exame na 2ª fase. No caso da disciplina de Física e Química A, Biologia e Geologia e Português a percentagem de alunos que repetiram foi de 50%, 37% e 24%, respetivamente.
Os exames da 2ª fase apresentaram, na maioria das disciplinas, resultados inferiores aos observados na 1ª fase. No entanto, o Júri Nacional de exames justifica o panorama por se tratarem de exames realizados principalmente por alunos que não foram aprovados na 1ª fase.
Tendo em conta apenas os alunos internos, as disciplinas de Geografia, Português, Biologia e Geologia e Matemática A foram as que registaram maiores taxas de aprovação.

segunda-feira, agosto 04, 2014

Mais de 85% dos professores com prova de avaliação válida aprovaram no exame

Mais de 85% dos professores que realizaram a prova de avaliação, considerada devidamente válida, aprovaram no exame, informou hoje o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE).
Segundo os dados hoje divulgados, tiveram nota positiva 8.747 docentes, "o que corresponde a 85,6% do total de candidatos com provas classificadas" num universo de 10.220 provas realizadas.
O IAVE revela que 1.473 docentes reprovaram nesta prova, que permite o acesso à carreira docente de professores contratados, com menos de cinco anos de serviço.

domingo, julho 20, 2014

A propósito do exame aos professores

"A marcação, em segredo, de um exame aos professores para dali a cinco dias, com o objetivo de evitar qualquer tipo de reação da classe e pondo em causa as vidas das pessoas, é um ato evidentemente nojento, indigno de um governo e desrespeitador dos mais básicos direitos.
Em qualquer democracia minimamente madura, um ministro que se atrevesse a fazer uma coisa destas era imediatamente posto fora do Governo, mas, de facto, já se ultrapassaram todos os limites".


Pedro Lopes
DN

sábado, julho 05, 2014

Governo dá prémio a câmaras que trabalhem com menos docentes

O Ministério da Educação planeia pagar um prémio às autarquias que trabalhem com menos docentes do que os tidos como necessários.
Segundo o Público, o prémio em causa ronda os 12.500 euros por ano letivo e aplica-se sempre que o número de professores seja abaixo do estipulado no universo escolar. Mais concretamente, explica a publicação, uma autarquia receberia o prémio se trabalhasse com, a título de exemplo, 399 quando os necessários seriam 400.
Essa partilha em 50% do diferencial iria aplicar-se somente nas situações em que tal diferença entre os professores no ativo e os necessários não seja superior a 5%.
Para Manuel Pereira, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), esta medida encontra-se “no limite, muito perigosa” pois “permitirá aos municípios trocar professores em troca de dinheiro”.
Para o líder da Fenprof, Mário Nogueira, este “fator de eficiência” tem subjacente “uma intenção de premiar os municípios que consigam reduzir o número de professores”. Contudo, destaca que tal só pode ser concretizado ou através “da privatização ou da pior qualidade na resposta educativa”.

sexta-feira, julho 04, 2014

A escalada da violência nas escolas

"Uma professora francesa foi esta sexta-feira esfaqueada mortalmente pela mãe de um dos seus alunos, no início das aulas numa escola pública no sudoeste de França, por razões ainda desconhecidas.
"A mãe de um dos alunos entrou na escola com uma faca e esfaqueou, diante dos estudantes, uma professora de 34 anos", disse um responsável judicial da cidade de Albi, Claude Derens, à agência AFP.
O incidente ocorreu no princípio do horário das aulas, esta manhã, numa escola pública que tem 284 crianças, entre os 3 e os 11 anos, no jardim-de-infância e na escola primária.
O presidente francês, François Hollande, reagiu de imediato, considerando este caso como uma "tragédia terrível" e anunciando a mobilização dos serviços de apoio às crianças que testemunharam o homicídio.
A violência nas escolas francesas tem vindo a aumentar nos últimos tempos, segundo a AFP, que lembra uma pesquisa de 2012, segundo a qual 35,8% dos funcionários escolares disseram que foram vítimas de abuso e 17,1% admitiu ter recebido ameaças.
Quase metade (49%) dos diretores de escolas primárias e infantários foram agredidos verbal ou fisicamente pelos pais durante o ano letivo de 2012-2013, revela outro estudo publicado em abril pelo jornal Le Parisien".

CM

segunda-feira, junho 30, 2014

Mário Nogueira diz que 4% dos docentes poderá aceitar rescisão amigável

"Depois de 2.600 docentes terem aderido, até fevereiro, à proposta de rescisões amigáveis com o Estado, o representante da Fenprof revela que, terminado hoje o prazo, 4% dos professores do quadro poderá vir a aceitar a rescisão.
Em declarações à TSF, Mário Figueiredo diz que esta proposta do Estado poderá ser aceite por quatro mil docentes, mas realça que o alargamento do prazo está a prejudicar a preparação do próximo ano letivo.
“Em algumas escolas, em que se começa a preparar o ano letivo e ter de se saber com que professores se conta e a quem se distribui serviço, isso naturalmente causa perturbação”, destaca.
O líder da Fenprof destaca ainda que o alargamento do prazo se deveu ao facto de os números conhecidos estarem abaixo das perspetivas do Ministério da Educação.
O prazo para os professores pedirem a rescisão de contrato com o Estado termina esta segunda-feira, mas em fevereiro – data em que 2.600 professores aderiram – o Governo garantiu que o número de pedidos recebidos era suficiente para assegurar os objetivos de poupança definidos".

Notícias ao Minuto

quarta-feira, junho 25, 2014

OCDE: Professores não se sentem valorizados mas estão satisfeitos com o seu trabalho

A maioria dos professores portugueses acredita no seu trabalho, mas apenas 10,5% dos inquiridos num estudo da OCDE sente que a profissão é valorizada pela sociedade, um número abaixo da média de outros países.
A OCDE divulgou esta quarta-feira os números do inquérito internacional TALIS 2013 (Teaching and Learning International Survey) que apontam para um sentimento de desvalorização profissional e, quando comparada com a média dos mais de 30 países envolvidos no estudo, esta indica que 30,9% dos inquiridos acredita ser valorizado.
Ainda assim, os professores portugueses declaram-se satisfeitos com o seu trabalho - 94,1% -, desta vez acima da média de 91,1% da OCDE.
Outro dado curioso: há 16% que preferiam ter escolhido outra profissão. A média na OCDE desce quase para metade, fica-se pelos 9,5% e só na Coreia e na Suécia há descontentamento maior.
Um quarto de tempo perdido a manter a disciplina nas aulas
Quanto ao aproveitamento das aulas, os professores portugueses afirmam que 25% se perde em tarefas administrativas, como a contabilização e registo de presenças, e a manter a ordem dentro da sala.
Sobra 75% para lecionar, uma realidade próxima da média do estudo - 78,7% do tempo de aula dedicado ao ensino.
Mais tempo a trabalhar
Quanto aos horários, o TALIS conclui que os professores portugueses são dos que dedicam mais horas ao trabalho - aulas, preparação e correção de trabalhos. Os docentes portugueses dizem que trabalham 44,7 horas por semana, contra uma média de 38,3 na OCDE.

O TALIS envolveu mais de 100 mil docentes do 3.º ciclo do ensino básico e diretores de 34 países e economias.                         

sexta-feira, junho 13, 2014

4.º ano melhora média a Português e 6.º ano baixa notas a Matemática

Os resultados médios das provas finais do 4.º e 6.º anos a Português e Matemática mostram que os mais novos melhoraram a Português, face a 2012-2013, e que os mais velhos baixaram a média a Matemática.
Os alunos do 4.º ano obtiveram, na 1.ª fase das provas finais, notas médias positivas a Português (62,2%) e Matemática (56,1%), mas, no 6.º ano, apenas Português teve um registo médio positivo (57,9%), com a Matemática a ter média negativa (47,3%). Os resultados foram divulgados hoje pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), que destaca, em comunicado, as melhorias registadas a Português, mais significativas entre os alunos mais novos.
Em 2013, a nota média nacional das provas finais do 4.º ano, na disciplina de Português, tinha ficado próxima dos 49%, tendo os alunos do 1.º ciclo obtido melhores resultados a Matemática, com um registo médio de 57%. No final do ano letivo de 2012-2013, depois de conhecidos os resultados das provas finais do 4.º ano, o ministro da Educação, Nuno Crato, considerou os resultados dos mais novos insatisfatórios e reveladores do muito trabalho ainda a fazer com os alunos. A Português, a média do 6.º ano em 2013 foi de 52% e a de Matemática de 49%, superior à média deste ano.

quarta-feira, junho 11, 2014

Chumbos prejudicam o desempenho dos alunos a longo prazo, concluem economistas do Banco de Portugal

"Dois economistas do Banco de Portugal aconselham a que não se chumbem os alunos do ensino básico, por ser prejudicial para o seu desempenho educativo a longo prazo. Esta é uma das principais conclusões de um estudo sobre a retenção escolar no ensino básico em Portugal, que foi publicado junto com o Boletim Económico de junho desta instituição.
De acordo com o estudo realizado por Manuel Coutinho Pereira e Hugo Reis, a existência de alunos repetentes implica custos adicionais, “incluindo a despesa de fornecer um ano adicional de educação, bem como o custo para a sociedade em atrasar a entrada do aluno no mercado de trabalho”. Em quase todos os países europeus a legislação prevê a possibilidade de um aluno repetir o ano durante o ensino básico. Mas a Noruega e a Islândia decidiram instituir a “progressão automática ao longo de toda a escolaridade obrigatória” e os resultados, dizem os autores, são visíveis:
“Nos países escandinavos e na Itália, menos de 5% dos alunos com 15 anos de idade repetiram alguma vez no ensino básico, enquanto em países como Portugal, a França, a Espanha e o Luxemburgo os números estão acima dos 30%”.
Nota importante é que o estudo se baseia nos dados do relatório PISA (da OCDE), mas de 2003 e 2009 – sem refletir os dados do último destes relatórios, publicado em 2013.
Os economistas consideram que, em alternativa à retenção escolar, uma solução mais vantajosa para evitar o insucesso escolar seria a substituição parcial desta prática por programas alternativos de apoio aos alunos que revelem dificuldades de aprendizagem no início da vida escolar. Em Portugal, um exemplo deste tipo de modelos é o Programa Mais Sucesso Escolar, “cujo objetivo consiste em apoiar o desenvolvimento de projetos de prevenção e combate ao insucesso escolar no ensino básico”. O programa foi lançado no ano letivo de 2009/2010, enquanto Isabel Alçada era Ministra da Educação.
O estudo considera ainda que as “características individuais, de família e dos colegas assumem um papel de relevo” no sucesso escolar do aluno. Em Portugal, os alunos com menor maturidade e com piores condições socioeconómicas têm uma maior probabilidade de repetir o ano escolar. Além dos aspetos socioeconómicos, “as características da escola e das diferenças ao nível regional e ao nível do país” também influenciam a repetição, ou não, do aluno".

Jornal Observador

sexta-feira, maio 09, 2014

sábado, maio 03, 2014

Estudo mostra que colégios inflacionam notas

Uma equipa de um centro de investigação da Universidade do Porto analisou mais de três milhões de classificações de exames do secundário e as correspondentes notas internas, ao longo de 11 anos, e chegou à conclusão que as escolas privadas independentes são as que mais "inflacionam" os resultados dos seus alunos, em comparação com as públicas e mesmo com os colégios que têm contrato de associação (particulares mas financiados pelo Estado). 
Os autores do estudo mostram ainda como essa inflação de notas pode condicionar o acesso ao ensino superior e beneficiar assim os estudantes do ensino privado independente que, regra geral, já são de meios socioeconómicos mais privilegiados. 
Diretores de escolas e pais reconhecem o problema e defendem alterações na forma como é feito o ingresso na universidade.


Expresso Online


quarta-feira, abril 30, 2014

Os pais que fazem um "business plan" para os filhos

No estado de Nova Iorque, uma creche cancelou uma peça de teatro dos alunos invocando o seguinte argumento: nós estamos aqui para preparar as crianças para a sua carreira e não para brincadeirinhas teatrais. Numa carta assinada pelo director e quatro educadoras, a Harley Avenue Primary School (Elwood, NY) informou que o espectáculo marcado para 14 e 15 de Maio foi cancelado porque os alunos têm de continuar a trabalhar para que fiquem prontos para a "universidade e carreira". Repare-se que não estamos a falar de jovens de 16 anos, mas de crianças. A inocência está pela hora da morte.
Esta brutalidade executiva é chocante, mas obedece a uma mentalidade vigente em muitos papás de lá e de cá. Já repararam que as crianças já não podem ser crianças? Já repararam que, além da escola, elas têm o dia preenchido com actividades destinadas à construção do seu futuro profissional? É como se estivessem a cumprir um business plan cuidadosamente preparado por papás que parecem partir do pressuposto que as criancinhas são tabulas rasas, sem centelha própria, tabulas lisinhas à espera dos inputs centrados nas skills. Além das aulas normais, o pequeno-que-tem-de-ser-médico-custe-o-que-custar tem de passar por aulas suplementares de matemática, tem de cursar três institutos de três línguas diferentes, mandarim incluído, porque o mandarim vai ter muita saída, e ainda tem de vergar a mola em aulas de música e/ou desporto. Porquê a música? Porque gosta? Não, porque a música disciplina o cérebro, logo é útil no seu caminho até à medicina. Porquê a natação? Porque gosta de estar na água? Não, porque é uma actividade que disciplina, logo é bom para a sua futura carreira de Michael Phelps do estetoscópio. 
Sim, muitos pais não estão no business de criar filhos, o seu business é construir pequenos robôs, seres formatados desde a infância para um destino profissional. Aquela creche americana é só um eco desta nova estirpe de pais. O que fazer com crianças de quatro anos? Talvez um bootcamp de development de skills de networking necessária à entrepreneurship. Aliás, é um escândalo que uma criança de quatro anos não saiba já debater em inglês, não é verdade? Um escândalo só comparável ao facto de uma criança de seis anos querer brincar em vez de estar a preparar-se para a "faculdade e carreira". A idade da inocência está a acabar antes de começar. 

Henrique Raposo
Expresso Online


quarta-feira, abril 23, 2014

O 25 de Abril e a escola de Durão Barroso e Nuno Crato - crónica de Santana Castilho

Tornou-se um lugar-comum dizer que a história da Educação da democracia é a história de sucessivas reformas avulsas, quase sempre descontextualizadas e elaboradas sem o concurso dos docentes. Mas a esta característica consensual veio acrescentar-se a desolação dos anos de Crato.
Os constrangimentos impostos pela crise sofreram a interpretação de um fanático dos resultados quantitativos que, incapaz de ponderar os efeitos das suas políticas, está a produzir sérias disfunções no sistema de ensino, que nos reconduzem à escola de 24 de Abril, aquela que Durão Barroso evocou e celebrou há pouco, no antigo Liceu Camões. Porque ambos nos querem fazer acreditar que o sonho de modernizar o país foi um erro, que estava acima das nossas possibilidades, que devíamos ter continuado pobres e sem ambições, a eles e a todos os que olham a Educação como mercadoria, aos que ainda não tinham nascido em Abril de 74 e hoje destroem Abril com a liberdade que Abril lhes trouxe, importa recordar, serenamente, o que Abril fez:
Em 1974 existiam apenas cerca de 100 escolas técnicas e liceus, para 40.000 alunos. Em 40 anos de democracia construíram-se mais de 1000 novas escolas, para mais de milhão e meio de alunos.
Em 1974 havia apenas 26.000 professores. Desses, apenas 6000 eram profissionalizados. Em 40 anos de democracia formaram-se e profissionalizaram-se milhares de professores. Antes dos predadores que hoje governam, eram 150.000.
Em 1974 imperava o livro único e quatro anos bastavam. Em 40 anos de democracia chegámos a uma escolaridade obrigatória de 12 anos.
Em 1974 fechavam-se crianças nos galinheiros e a taxa de cobertura do pré-escolar era 8%. Em 40 anos de democracia essa taxa ultrapassou os 80%, graças a uma rede de pré-escolar que acolhe hoje cerca de 270.000 crianças.
Em 1974 a taxa de escolaridade aos 17 anos era de 28%. Em 40 anos de democracia passou para 80%.
Em 1974 a universidade era para uma escassa elite e para homens. Em 40 anos de democracia trouxemos para a universidade cerca de 370.000 portugueses, dos quais mais de metade são mulheres.
A trave mestra do desenvolvimento da sociedade portuguesa, a Educação, foi liminarmente implodida pelo actual Governo, que rejeitou uma das bandeiras de Abril, a educação para todos. Agora que Abril dobra a esquina dos 40, é urgente que a denominada sociedade civil desperte para o sombrio que mancha a paisagem humana das nossas escolas: preocupantes sinais de violência na relação entre alunos e no seu relacionamento com professores e funcionários; esgotamento físico e psíquico do corpo docente, vergado pelo grotesco burocrático de tarefas inúteis, impostas por políticas despóticas; êxodo precoce dos professores mais experientes; clima de luta insana por uma carreira sem futuro, donde se esvaiu a cooperação e a confiança que cimentava a comunidade humana dos docentes.
Celebrar Abril, adiado para a Educação até um dia, passará, imperiosamente, por:
- Gerar um compromisso nacional duradouro entre as forças partidárias quanto às políticas que estruturam o sistema de ensino, despolitizando os serviços técnicos, desburocratizando a vida das escolas e protegendo a administração superior da volatilidade da política.
- Reestruturar a Inspeção-Geral da Educação, orientando-a prioritariamente para a supervisão pedagógica organizada em áreas científicas e colocando-a sob dupla tutela (Assembleia da República e Governo).
- Subtrair o financiamento básico do ensino obrigatório à lógica casuística de qualquer Governo, para que a escola inclusiva, para todos, não seja presa fácil de derivas de austeridades de ocasião.
- Adoptar a verdadeira e sempre adiada autonomia das escolas, como alternativa à municipalização do ensino, vertente falsa da falácia da desconcentração do poder.
- Reverter a política de privatização da escola pública, separando claramente o que é público do que é privado e clarificando os modelos de financiamento: financiamento público para o que é público, financiamento privado para o que é privado.
- Reorganizar globalmente os planos de estudo e os programas disciplinares, em sede de estrutura profissionalizada e especializada em desenvolvimento curricular, dando-lhes coerência, recuperando a dignidade das humanidades e das expressões e adequando-os, em extensão, ao que a psicologia do desenvolvimento
- Devolver dignidade e autoridade aos professores, devolver-lhes a confiança do Estado e devolver-lhes espaço e tempo para a indispensável reflexão sobre a prática profissional e sobre o ensino que professam.
- Devolver às escolas a democraticidade perdida, adequando a natureza dos órgãos às realidades sociais existentes e abandonando a lógica concentradora do poder num só órgão.
- Reverter a solução dos mega-agrupamentos, que provocaram custos humanos inaceitáveis para alunos, famílias, professores e funcionários postula como limites.

quinta-feira, março 20, 2014

Futuros professores terão de fazer exame a Matemática e Português

"Todos os alunos do secundário que queiram ingressar na licenciatura em Educação Básica (imprescindível para dar aulas a alunos até ao 6º ano) terão no futuro de realizar exames nacionais nas áreas de Português e de Matemática. Esta é uma das alterações que decorre da aprovação hoje, em Conselho de Ministros, de novas regras nos currículos e acesso aos cursos superiores que formam professores.
A regulamentação específica sobre as provas de ingresso irá ainda ser aprovada e as novas regras não entrarão em vigor para já. Atualmente, a maioria das instituições de ensino superior exige apenas um exame nacional e os candidatos podem escolher qual, entre um leque alargado de disciplinas. Uma minoria de escolas exigem obrigatoriamente a prova de Português e nenhuma impõe a de Matemática.
A ideia de Nuno Crato é garantir que nenhum aluno chegue a professor de Matemática tendo chumbado à disciplina no secundário ou sem ter feito um exame nacional nesta área.
A importância acrescida dada à Matemática e ao Português fica patente noutras alterações. Os currículos da licenciatura em Educação Básica, que têm de estar adaptados até 2015/2016, terão de incluir mais horas destas duas áreas. Já no que respeita aos mestrados em ensino - formação obrigatória para dar aulas - fica claro um reforço na formação científica nas áreas a lecionar, em detrimento das cadeiras mais ligadas à pedagogia e ciências da educação.
Por exemplo, a formação para docentes do 2º ciclo (5º e 6º anos), que até aqui era genérica, é partida em duas áreas, precisamente para se garantir uma maior 'especialização' do conhecimento científico: Ciências Naturais e Matemática; História, Geografia e Português.
Outra das alterações agora aprovadas traduz-se no aumento da duração dos mestrados em ensino, passando a ter entre um ano e meio e dois anos.
O Ministério da Educação defende que estas alterações "reforçam os conhecimentos dos futuros professores sobre as matérias que irão lecionar" e consagram um "sistema mais exigente de acesso à formação inicial".

Expresso Online

quarta-feira, março 19, 2014

O colapso da escola

"O Jornal de Notícias de 11 de Fevereiro dava conta que, numa escola de Braga, um grupo de pais tinha denunciado ao Ministério Público a prática de masturbação e o arremesso de bolas de papel incendiadas contra professores em salas de aula do 9.º ano. O director do agrupamento desmentiu a primeira parte, mas confirmou a segunda. Teve mesmo de chamar a PSP. Escassos dias antes, o mesmo jornal informava que, noutra escola básica de Braga, tinha havido um arraial de pancadaria no recreio, que causou vários feridos entre alunos e professores. Foi necessária a intervenção da GNR, tendo dois alunos ido parar ao hospital.
O que se passa nas nossas escolas? O livro A Sala de Aula, da socióloga Maria Filomena Mónica, que acaba de sair do prelo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, revela o interior dos edifícios escolares. Para o conhecer melhor a autora pediu a alguns professores e alunos que, sob a forma de diários anónimos, contassem o seu dia-a-dia na sala de aula e à volta dela. O que se passa dentro dos muros das escolas é, por vezes, tão chocante que ficamos a não estranhar casos como os de Braga, que, ao contrário de muitos outros, chegam aos jornais. No volume Diários de uma Sala de Aula, que acompanha A Sala de Aula, uma professora relata a violência usada por uma aluna contra a mãe. Segundo a docente, numa reunião tida com as duas, a aluna “reagiu muito agressivamente, a sua expressão foi assustadora, a linguagem muito ordinária”. O pai, separado da mãe, era toxicodependente, tendo ele próprio iniciado a filha no haxixe. Noutra escola, esta frequentada por meninos ricos, uma aluna diarista descreve uma cena de uma aula do 10.º ano: “Durante um minuto, a professora grita com o aluno que a ignorou, até perceber que é inútil. Como sempre aliás”. E outra aluna retrata assim o ambiente escolar: “A porta da escola mais parece uma chaminé de fábrica. Todos os intervalos é possível encontrar uma boa parte da população estudantil a fumar. Ora tabaco, ora charros. (...) Se os papás soubessem o que os filhos fazem durante o dia, provavelmente não os deixariam ir às aulas...” Segundo a própria aluna, os pais que não sabem estão a trabalhar para comprarem roupas de marca para os seus rebentos. Estas descrições serão extremas, mas não completamente atípicas. As escolas albergam uma multidão de alunos, pobres ou ricos, que tudo fazem para não ir às aulas e, quando vão, as boicotam por todos meios ao seu alcance. Nas salas de aula é hoje, por vezes, muito difícil senão mesmo impossível ensinar e aprender.
Filomena Mónica, que em 1997 tinha escrito Os Filhos de Rousseau, condenando as teorias românticas que em grande parte são responsáveis pela indisciplina reinante (de facto, o bom comportamento não surge espontaneamente, como pensava o filósofo suíço), analisa agora em profundidade a realidade educativa nacional. Passa em revista os alunos, a família e a comunidade, os cursos profissionais, os exames, as matérias, os professores, os sindicatos e o Ministério. Com uma clareza meridiana, que não é normal nos autores de ciências sociais e humanas, e apoiada não só nos depoimentos dos diários mas também em documentos oficiais, apresenta os pontos fracos da educação nacional. Não foge às comparações com a escola de antigamente, que critica sem hesitar, e com a escola de outros países mais desenvolvidos, que gostaria de ver aqui emulada. Sublinha alguns bons exemplos na escola portuguesa: a luta heróica de alguns professores que conseguem cumprir a sua missão num clima adverso. Embora verifique o colapso educativo, defende o papel insubstituível da escola pública como elevador social: “Continuo a acreditar que, se as escolas públicas forem boas, os filhos dos pobres poderão, até certo ponto, sair do círculo de miséria em que estão encerrados.” A autora é particularmente severa para com o Ministério, ou melhor para com os seus sucessivos ocupantes (28) após 1974. Critica o actual ministro, em quem muita gente, incluindo a maioria dos professores, depositava fundadas esperanças, por pouco ter feito para tornar a escola um lugar onde se ensina e aprende sem bolas de fogo ou refregas como as de Braga. Apesar de partilhar com Nuno Crato a aversão ao “eduquês”, a novilíngua que o Ministério criou e mantém, verifica com mágoa que ele não implodiu a máquina ministerial como queria fazer, que não deu às escolas a autonomia de que fala e que não tem dado poder aos professores como é preciso. Pelo contrário, o Ministério, povoado por assessores incompetentes e sustentado por plataformas informáticas que Kafka não imaginou, continua a infernizar a vida a professores e alunos. Conclui Filomena Mónica o seu capítulo sobre os docentes: “Além de não assegurar a qualidade do ensino, o Ministério impede o normal funcionamento das aulas.” Tendo a concordar".

Carlos Fiolhais
Público

sábado, março 08, 2014

Colocar o engano no centro da política - crónica de Pacheco Pereira

"Sempre escrevi contra o moralismo em política.
Não quero saber se o político A ou B engana a mulher, ou tem uma filha que esconde do público, se fez ou não um aborto, se é homossexual e está dentro do “armário”, ou se fuma qualquer droga leve, e, consequentemente minta e oculte qualquer destes comportamentos privados em público. Detesto a exposição que a comunicação social anglo-saxónica faz da vida privada dos políticos e acho inaceitáveis as teses que para aí circulam de que existe um direito natural de violar a vida íntima de um político porque ele é político, e que se confunda deliberadamente o maior escrutínio sobre aspectos da sua vida pessoal quando esta toca o espaço público, o que é aceitável, com a devassa generalizada da sua vida privada e íntima. A esfera da intimidade é para mim inviolável por regra, mesmo que possa haver limitações em certos aspectos muito restritos da privacidade. Não aceito a tese, que também circula na esquerda, de que se um político andar a fazer campanha eleitoral com a mulher isso dá direito aos jornalistas de revelar que ele tem uma amante, ou se for mulher e falar contra o aborto, não pode ter feito um aborto, ou a tese muito comum na imprensa cor-de-rosa de que, ao usar para sua publicidade a exposição do jetset, isso obriga alguém a “assumir” (como eles dizem) “namoradas” umas a seguir às outras e a não ter vida privada.
A privacidade foi uma tão difícil conquista do modo “burguês” de viver, ou seja do progresso material de muitas pessoas nos últimos duzentos anos, da sua saída do mundo asfixiante das aldeias, onde todos sabem tudo de todos, que a última coisa que quereria repor esta era em nome de uma outra aldeia ainda mais pastosa, a “aldeia global”. Privacidade é liberdade, é uma forma peculiar de liberdade que permite a cada um ter uma identidade e uma efectiva capacidade de decisão “moral”. Exige, é certo, alguma cultura e alguma riqueza material, não está ao alcance dos mais pobres, mas a defesa da privacidade é um upgrade civilizacional, como a anestesia.
Isto serve de intróito para dizer que não considero que haja necessariamente uma impregnação dos “maus” comportamentos privados na vida pública, e detesto a máquina de tornar flat os políticos matando qualquer espessura psicológica que não suporte a pressão para a exposição total. Churchill não aguentaria um mês com os critérios de exposição moralista actuais, mas Hitler tinha uma vida privada sóbria e frugal. Já é outra coisa falsificar um currículo para anunciar títulos académicos que não se tem, usar de bens e recursos públicos para se “pagar” a vida que se tem, quando ela é mais complicada, assumir comportamentos pré-criminosos ou socialmente inaceitáveis como seja a violência doméstica. E, claro e como é óbvio, aceitar a corrupção.
Feita esta fronteira, há uma discussão sobre a moralidade em política de outra natureza e penso que ela é crucial nos dias de hoje. É quando a imoralidade, a mentira, o engano, o desprezo pelas pessoas comuns, o fácil pisar dos mais frágeis, torna a decência mínima que a política deve ter em democracia, um bem precioso e a indecência um veneno quotidiano.
Vivemos em tempos onde essas imoralidades abundam, todas elas tendo como efeito a destruição da dignidade do seu semelhante, o seu amarfanhamento pela indiferença ou o dolo, com o acesso ao poder de uma geração de políticos absolutamente amorais, criados numa escola em que a desertificação cultural e ideológica é total, em que o manobrismo reina no meio de pequenos círculos e em que a educação pela intriga, feita em meios muito medíocres, sem abertura a nenhum mundo, nem a organicidade dos meios pequenos, nem o cosmopolitismo. Eram os políticos de antes melhores? Uns eram, outros não, mas não havia esta fusão de mediocridade e amoralidade dos dias de hoje, como regra de vida e de carreira.
Este amoralismo não é um pragmatismo, que podia ser um mérito, nem sequer um oportunismo que a política em democracia aceita como necessário em certas circunstâncias. É outra coisa: é uma ignorância e uma indiferença, um egoísmo obsessivo mas de muito pequeno alcance. Está muito ligado à falta de mundo e de leituras, a um provincianismo atroz, e a uma vida enclausurada em experiências estandardizadas e triviais, que tiram dimensão ao exercício do poder. Quando estas pessoas chegam ao topo, isto revela-se de forma muito cruel. O problema é que há sempre quem pague um custo por este modus vivendi. O país e os outros.
Uma das formas mais evidentes deste amoralismo político é a introdução do logro, do engano, do dolo, no âmago da decisão política. Os cínicos dirão que este tipo de engano, esta coreografia, é comum no teatro da política e habitual na democracia. Mas mesmo que se aceite um quanto deste tipo de comportamentos, é muito diferente o seu uso e abuso, a sua despudorada exibição como instrumento de política. E isso é ofensivo para o comum dos mortais. 
A acusação ao Primeiro-Ministro de que a sua palavra não valia nada, provocou-lhe um surto de irritação mais do que de indignação. Na verdade, a começar pelo próprio, ele sabe muito bem que o valor da sua palavra é nulo, e isso não o preocupa muito, não porque seja “mau”, mas porque o “valor da palavra”  remete para um conjunto de valores que ele e a sua geração acham antiquados e arqueológicos.
Veja-se o caso do “temporário” / “definitivo” dos cortes, um exemplo típico de como a “palavra”, no sentido de uma afirmação de honra, não tem nenhum valor. Desde o primeiro corte do subsídio de Natal, ainda em 2011, que tal foi apresentado como excepcional. O mesmo aconteceu nos cortes sucessivos de salários e mais tarde de pensões. No ano seguinte, passaram a ser válidos apenas enquanto houvesse “programa”, adiantando-se o ano do fim para 2013. Em 2013, o fim da troika passou para meados de 2014, mas em 2014, estendeu-se até ao fim do ano. Com a mais recente afirmação do Primeiro-ministro, vemos que ele pensa que são para sempre.
Poderá dizer-se que então nesse caso ele estaria a falar verdade? Não, ele está mais próximo da verdade quando diz que “não são para voltar atrás”, mas isso não significa que a sua “palavra tenha valor” Quando fala em modo eleitoral, os cortes (desculpem, as “poupanças”) são “temporários”. Quando fala em modo constitucional, para o Tribunal Constitucional, são também “temporários” e “excepcionais”. Quando fala em modo troika diz-lhe que os cortes são “definitivos”.  Quando o Primeiro-ministro entra em modo de “mercados”, são também “”definitivos”. Que o governo, na sua concepção do “ajustamento” está do lado da troika e tudo fará para que sejam “definitivos”, não sobra dúvidas. Mas que valor tem a “palavra”, quando ela muda conforme os destinatários e conforme as circunstâncias?
Nada disto é muito sofisticado, nem elaborado, o dolo é mesmo muitas vezes muito grosseiro, e isso se deve a que o governo e o Primeiro-ministro acham que ter que dar explicações sobre esta matéria é um desperdício de tempo e tem um infinito desprezo por aqueles que lhe perguntam sobre as suas contradições. No seu entender, ele, o governo, fará o que tem que fazer, fará o que quer fazer, e como tem o poder, a faca e o queijo na mão, nem sequer se preocupam muito em disfarçar.
Ora isto, para milhões de pessoas, no receiving end,  não é uma abstracção nem um truque de retórica, isto é a sua vida. Tratá-los assim é obsceno e imoral. Ora desta imoralidade, que falta ao mínimo respeito pelas pessoas, todos temos que cuidar e muito a sério. E isso obriga a falar de novo de decência e moralidade, porque estamos em tempos de desprezo".

Pacheco Pereira
Público

quinta-feira, março 06, 2014

Escolas vão ter novas regras no final deste ano para contratar professores

Cada estabelecimento passa a elaborar uma lista ordenada de docentes para contratar ao longo do ano.
A partir do próximo ano lectivo as escolas vão ter regras diferentes para contratar professores. Além de cair o critério da entrevista pessoal - que até aqui tinha um peso de 50% na selecção - todas as contratações feitas directamente pelas escolas vão passar a ter como base uma bolsa de contratados de cada estabelecimento.

segunda-feira, março 03, 2014

Os coelhos que Crato tira da cartola são passos eleitorais - crónica de Santana Castilho

"Com um sorriso pérfido, tão impróprio quanto significativo, Passos Coelho referiu-se assim ao sofrimento que já causou e continuará a causar aos portugueses: “… Quando se começa a levar pancada, as primeiras, que podem ser as mais fortes, não são, necessariamente, as que doem mais …”.
Há circunstâncias em que a leitura das imagens pode ser dúbia. Não é o caso. O primeiro-ministro fez chacota com o anúncio de mais sacrifícios e a justeza do que afirmo poderá ser confirmada por quem me ler. Basta visionar a gravação deste momento abjecto do Congresso do PSD. Surpreende que a falta de recato verbal e decoro expressivo, por parte de quem impôs o empobrecimento forçado de milhões de portugueses, não tenha provocado incómodo nos congressistas? Nada disso! A parada do Coliseu foi agradecer prebendas e aquecer motores para as campanhas eleitorais que se seguem.
O primeiro inebriado com o cheiro a eleições foi Nuno Crato. Antecipou-se ao sorteio das facturas e desatou a distribuir milhões. Começou com 140, para uma espécie de meias licenciaturas sem certificado, a que chamou Cursos Técnicos Superiores Profissionais. Horas volvidas sobre o anúncio, os institutos politécnicos (os beneficiados na lotaria) vieram dizer que não os leccionariam. Alegaram com razão, digo eu, que a coisa se sobrepunha simplesmente a outra já existente, os Cursos de Especialização Tecnológica, sem nada lhes acrescentar e destruindo a racionalidade do que já se fazia; que a medida era precipitada e havia sido tomada sem qualquer tipo de concertação com os interessados, estabelecendo, ainda, uma confusão total entre a formação profissional de nível secundário e a formação profissional de nível superior. Com efeito, sem que se tenha resolvido a trapalhada dos 30 milhões retirados às universidades, em “golpe de mão” que provocou a demissão (suspensa, é certo) do presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, fará sentido gastar 140 milhões numa sobreposição de cursos que já existem?
Pouco tempo volvido (Diário de Notícias de 17 transacto), novo anúncio: 1.300 milhões de euros para distribuir, em dois anos, por jovens com menos de 30 anos, que tenham abandonado o ensino superior e não estejam a trabalhar. Sem que se conheçam detalhes e concedendo, embora, que no quadro de sacrifícios enormes impostos às famílias resultam positivas as medidas que os minorem, o anúncio só pode ser considerado escandalosamente eleitoralista. Apesar da ressalva anterior, será equilibrado o destino anunciado daqueles 1.300 milhões? É que, para que quem me lê ajuíze o desatino de tudo isto, recordo que, no Orçamento de Estado para 2014, a verba total alocada ao funcionamento de todas as universidades portuguesas é inferior ao que se propõe gastar com o regresso ao sistema de alguns alunos (dados recolhidos a meio do ano lectivo de 2012/2013 apontavam para cerca de 20.000 alunos com propinas em atraso e apenas 1.000 anulações de matrículas consumadas). Ou que os 650 milhões anuais anunciados para tal acção comparam com os escassos 36 milhões inscritos para toda a formação de adultos em Portugal. Primeiro desempregaram-lhes os pais e cortaram ou diminuíram-lhes as bolsas de estudo (há 9 milhões de euros de incumprimento por parte de estudantes que recorreram a financiamento bancário para custear os estudos). Agora voltam a chamá-los com tal desequilíbrio de verbas?
Porquê a obrigatoriedade de não estarem a trabalhar para serem elegíveis? Imagine-se um jovem que, exactamente porque o desemprego entrou em casa dos pais, aceitou um trabalho pago a salário de escravo. Será justo ficar sem ajuda? Estamos a dizer-lhe que foi parvo, procedendo como procedeu? Imagine-se outro que, para não desistir, passou, com enorme sacrifício, a trabalhar à noite, enquanto estuda de dia. É moralmente aceitável deixá-lo de fora?
Como se sentirão os jovens que não são elegíveis (porque não “abandonaram” os estudos) pela kafkiana razão de nunca terem entrado na universidade, por nunca terem tido dinheiro para a pagar? Que ética é a do Governo, se decidir assim?
Esta política de uma nota de dó está em sintonia com o flop do “ajustamento estrutural” da economia que, desta feita, O FMI desmascarou: 60% do aumento das exportações é consequência da entrada em operação da refinaria da Galp, em Sines. Se retirarmos do balanço importações/exportações a fatia representada pelos combustíveis, o resultado no celebrado indicador da balança comercial passaria a negativo. Saindo o cheiro da gasolina, fica, dominante, o cheiro das eleições, a marca vital de um partido que celebra ter conseguido, à pancada, dar uma vida pior às pessoas de “um país melhor”.

terça-feira, fevereiro 25, 2014

Professores sem prova podem dar aulas no próximo ano

A reunião que a Federação Nacional de Educação e o Ministério da Educação e Ciência realizaram esta terça-feira, decidiu que os professores com menos de cinco anos de serviço que não realizaram a prova de avaliação para professores poderão candidatar-se à vinculação e a dar aulas no próximo ano letivo, refere o Público

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

Masturbação em salas de aula gera queixa no Ministério Público

"Masturbação e provocações aos professores com bolas de papel em chamas preocupam pais de alunos da Escola Secundária de Maximinos, em Braga, que acusam os alunos dos cursos vocacionais de estarem a prejudicar o normal funcionamento da escola. Segundo o Jornal de Notícias, a situação foi ontem reportada ao procurador do Ministério Público.
Um grupo de pais e encarregados de educação da Escola Secundária de Maximinos, em Braga, apresentou uma queixa no Ministério Público por crimes de natureza semipública nas salas de aula deste estabelecimento de ensino. Em causa, estão, supostamente, casos de alunos a masturbarem-se nas aulas, bolas de papel em chamas atiradas contra os professores e tentativas de incêndio na escola.
Segundo um encarregado de educação referiu ao Jornal de Notícias, os alunos estão a ser prejudicados por um grupo de estudantes que “está na escola contrariado e que faz tudo para perturbar o normal funcionamento da escola”.
Os atos são cometidos pelos alunos de três turmas do 9.º ano de cursos vocacionais de Informática, Eletrónica e Materiais, cursos iniciados há dois anos como uma experiência piloto e que os responsáveis educativos dizem estar a ter bons resultados na formação dos jovens.
Confrontado com as acusações, o responsável pelo Agrupamento de Escolas de Maximinos confirma o lançamento de bolas de papel em chamas, situação que levou a uma queixa na PSP e no Ministério, mas nega as restantes imputações. Este lamenta, ainda, que se avance “para o Ministério Público e para o exterior da escola sem que nenhum pai tivesse apresentado qualquer queixa, sobre qualquer assunto, à direção da escola”.
Já os pais dizem ter falado com vários docentes e com a direção da escola e que nada foi feito"

JN

quinta-feira, janeiro 16, 2014

O bullying é pior do que a pancadaria do meu tempo?

"Natural de Adaúfe (Braga), Nélson tinha quinze anos e era humilhado por colegas de escola. Na sexta-feira passada, forçaram-no a ficar em cuecas no pátio. Foi a gota de água. Sábado à noite, Nélson suicidou-se com a velha receita, corda, nó, laço. Infelizmente, Nélson é só o último episódio de uma vaga de violência escolar. Exemplos? Há dias, na Amadora, um miúdo morreu numa rixa de faquistas. No ano passado, na minha velha C+S da Póvoa, dois garotos violaram uma miúda de 12 anos. Pelo Expresso, fiquei a saber que a minha C+S é agora a Escola Carlos Paredes. No rescaldo deste caso, falei com ex-professoras. Garantiram-me que o ambiente piorou, Henrique, isto está muito pior do que no teu tempo. Na altura, tentei desconstruir essa ideia . As minhas professoras, dizia eu , estavam a recriar um passado mágico que nunca existiu, o meu tempo também foi violento, só não tínhamos um nome chique para dar à coisa, não era bullying, era mesmo maldade.
Eu estava errado. A situação piorou, e vou tentar explicar porquê. Além de potenciar a boa e velha maldade da criançada (bater no mais fraco), a internet criou um novo estilo de violência psicológica. Oiço frequentemente histórias de garotas forçadas a mudar de escola e até de cidade, porque aparecem em vídeos ou fotos íntimas que circulam entre a rapaziada. Isto é novo. No meu tempo, as cenas de pancadaria e o porno imberbe ficavam entre quatro paredes. What happens in Vegas stays in Vegas. Hoje em dia, a internet não permite esta contenção analógica. Uma miúda pode mudar de cidade, mas aquele vídeo vai estar à sua espera na nova cidade. E um garoto como o Nélson também pode mudar de cidade, mas os vídeos onde ele aparece a ser humilhado também vão estar à sua espera.
A tecnologia porém não é a única culpada. Aliás, a grande culpada é a minha geração de professores e pais. Afogados no mito da bondade virginal da criança, nós criámos um clima de impunidade em casa e na escola. Até importámos um termo, bullying, para evitarmos o confronto com a palavra certa, crueldade. Sim, as crianças podem ser muito cruéis. Na escola do Nélson, a EB 2/3 de Palmeira, os responsáveis disseram logo que a causa do suicídio não podia ser a violência escolar, ora essa. Mas Nélson era ou não era humilhado por alguns colegas? Tinha ele o hábito de andar em pelota por desporto? Quando um miúdo é humilhado no pátio, os professores têm o dever moral de intervir. Sucede que os professores desistiram desta tarefa, olham para o lado. A stôra de hoje acha que é uma mera técnica que está ali para ensinar uma matéria específica e não para educar moralmente as crianças. No meu tempo, as velhas stôras puxavam as orelhas aos estroinas. Em 2013, um puxão de orelhas é um acto intolerável. Ora, o problema começa precisamente aqui, e os culpados nem sequer são os professores. A nova ética da stôra é um reflexo da sociedade. Se tivesse puxado as orelhas aos miúdos que deixaram Nélson em pelota, um professor da EB 2/3 de Palmeira teria à sua espera um batalhão de pais indignados; a notícia do jornal não seria "jovem ficou em cuecas no recreio antes do suicídio" mas sim "pais espancam professor à saída da escola". 

Henrique Raposo
Expresso Online

quarta-feira, janeiro 15, 2014

Grelhas salariais dos professores para 2014



Tabelas retiradas daqui.

As pegadas que a troika deixa - crónica de Santana Castilho

"Um requerimento potestativo (figura regulamentar que permitiu a audição independentemente de contestação por parte da bancada que apoia o Governo) levou Nuno Crato ao Parlamento. O ministro sustentou que a evolução positiva dos resultados obtidos pelos estudantes portugueses em sede do PISA não pode ser atribuída a um programa homologado em 2007, cuja generalização só se consumou em 2010. Crato referia-se ao programa de Matemática, lançado em tempos de Maria de Lurdes Rodrigues. Mas a questão em análise não era essa e o ministro da Educação não a podia ignorar.
A questão era, e é, Crato explicar por que mudou esse programa num contexto tão positivo de resultados, sem que exista a mínima avaliação sobre aquilo que muda. A questão era, e é, ter operado muitas outras mudanças, que a maioria das associações profissionais de professores apoda de retrocessos inaceitáveis.
Há factos notoriamente positivos sobre os resultados do desempenho dos nossos estudantes, que os mais conceituados programas internacionais de avaliação educacional têm evidenciado. Crato, antes de ser ministro, maximizava esses processos. Crato, ministro, minimiza-os e desvaloriza-os. Essas evoluções não são certamente resultado de um só programa ou de um só ministro. São fruto de múltiplas variáveis e, em minha opinião, apesar dos ministros e das políticas. Mas o mesmo ministro que acusou o PS de estar a fazer aproveitamento político dos resultados do PISA disse logo a seguir que “em 2015 Portugal tem condições para estar no pelotão da frente” dos melhores do PISA. Ou seja: o que recusou a Lurdes e ao programa de 2007 (apesar de resultados já medidos) prevê para ele próprio e para o seu programa de 2013, para resultados ainda a medir, em 2015. Dispenso-me de qualificar. Vou antes glosar, olhando para o mais que nos cerca.
Quando a legislatura acabar, os portugueses que trabalham, e muito particularmente os professores, terão perdido duas décadas de salários e de direitos básicos, ante uma inevitabilidade fabricada por um pequeno grupo elitista. Crato pertence-lhe e nunca surpreendeu os mais atentos. Quem tivesse ouvido com atenção, e sublinho atenção, a comunicação apresentada em 2009 ao Fórum Portugal de Verdade não se surpreenderia com o que se seguiu: o enterro definitivo da eleição aberta dos directores; a diminuição do peso dos professores nos conselhos gerais; o aumento da promiscuidade entre a política partidária e a gestão pedagógica do ensino; a protecção da tirania e do caciquismo; a adulteração do sentido mais nobre do estatuto da carreira docente; a consolidação dos mega-agrupamentos; a extinção da transparência e da universalidade dos concursos de recrutamento de professores e a subserviência à corporação do ensino privado, por forma que a Constituição proíbe.
A falácia que Crato projecta para 2015 não se circunscreve a ele. Encontramo-la já colada à celebração de outro êxito, o de 17 de Maio próximo. Como se mais relevante do que a saída da troika (ainda que meramente formal, que não de facto, como sabemos) não fosse o estado em que país fica. E quem melhor do que Crato e as políticas para a Educação o ilustra?
O corte brutal da despesa pública em Educação não aumentou só, e de modo drástico, as desigualdades sociais entre nós (um inquérito encomendado pela Comissão Europeia à consultora Mackenzie, divulgado recentemente em Bruxelas, mostra que 38% dos jovens portugueses queriam prosseguir os seus estudos, mas não os conseguem pagar). Esse corte, para além de empobrecer os portugueses, empobreceu o maior capital para o desenvolvimento do país. Porque é universalmente reconhecido que a Educação é fonte de riqueza e que há uma relação incontornável entre o nível educacional dos povos e o seu desenvolvimento económico. Aquilo que para a generalidade de pensadores é investimento (educação e ciência) é para este Governo um simples custo. A expressão financeira das suas políticas mostra-o a qualquer que se dê ao trabalho de compulsar os Orçamentos do Estado de 2011 a 2014: o corte na despesa feita com os ensinos básico e secundário, entre 2011 e 2014, cifrou-se em 1327,7 milhões de euros; às crianças com necessidades educativas especiais foram cortados, no mesmo período, cerca de 36 milhões; a ciência e o ensino superior perderam, em conjunto, 223,8 milhões (cerca de metade dos orçamentos das instituições de ensino superior são hoje constituídos por receitas próprias e o esforço das famílias para suportar custos de estudos quintuplicou na última década). E porque persistem os que dizem que gastamos mais do que os nossos parceiros, ficam os números que comparam as despesas médias da União Europeia, por aluno, com as nossas (Education at a Glance, 2013), expressas em dólares e considerando a paridade do poder de compra: no ensino básico gastamos 5922 e a UE 8277; no secundário gastamos 8882 e a UE 9471; no superior gastamos 10.578 e a UE 12.856.
Estas são, caro leitor, pegadas que a troika deixa e que demorarão muito a apagar.troika

segunda-feira, janeiro 13, 2014

4 em cada 10 jovens sem dinheiro para estudar

Portugal tem uma das mais altas percentagens de jovens que queriam prosseguir os estudos, mas não têm possibilidade de os pagar (38 por cento, cerca de 4 em cada 10), revela um inquérito patrocinado pela Comissão Europeia que é hoje apresentado em Bruxelas.

O estudo incidiu em 5.300 jovens, 2.600 empregadores e 700 instituições educativas de oito países da União Europeia: França, Alemanha, Grécia, Itália, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido.

Intitulado "Educação para o Emprego: Pôr a Juventude Europeia a Trabalhar", o designado relatório McKenzie sublinha que entre os oito países estão as cinco maiores economias da Europa (Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Espanha), dois dos países mais afetados pela crise (Grécia e Portugal) e um da Escandinávia (Suécia).

No conjunto, estes países têm perto de 75 por cento do desemprego jovem na União Europeia a 28.

O valor das propinas pago pelos estudantes nas universidades públicas ultrapassa os mil euros por ano e o relatório indica outro fator que eleva as despesas: a deslocação da área de residência. "45 por cento dos jovens tem de sair da sua cidade para continuar a estudar".

Neste inquérito, um terço (31 por cento) dos jovens portugueses declarou não ter tempo para estudar porque tinha de trabalhar, o valor mais elevado entre os países analisados.

terça-feira, janeiro 07, 2014

Prazo a terminar, mas professores contratados sem novidades

Faltam apenas duas semanas para terminar o prazo exigido pela Comissão Europeia para o Ministério da Educação esclarecer a situação dos professores contratados. Mas os docentes continuam sem saber as alterações que estão a caminho, avança o Expresso.
Isto depois de a Comissão Europeia considerar que, em Portugal, os docentes a contrato estão a ser discriminados em relação aos professores dos quadros e que o recurso a contratos tem sido abusivo.
Por esse motivo, ordenou que o Ministério da Educação a tomar uma atitude, sobre a qual, até ao momento, nada se sabe.
Contactado pelo Expresso, o presidente da Associação Nacional dos Professores Contratados (ANPC), César Isabel Paulo, lamentou o sucedido, mantendo a esperança de que até ao dia 20 de janeiro haja novidades no sector da Educação.
"Não acreditamos que o ministério deixe o assunto seguir para o Tribunal de Justiça da União Europeia, arriscando uma multa pesadíssima, cujo valor poderá ser, em vez disso, aplicado na educação pública", afirmou, salientando que serão "mais de dez mil os docentes que o Estado deve integrar nos quadros", matéria sobre a qual estão a decorrer nos tribunais várias ações individuais.
Em causa está a Resolução de 2010 da Assembleia da República que determina "a integração na carreira docente dos professores profissionalizados contratados, em funções há mais de dez anos letivos".

domingo, janeiro 05, 2014

Um abraço aos professores portugueses - crónica de Santana Castilho

Há crónicas que nascem de jacto, outras que se arrastam. Comecei por ensaiar uma retrospectiva sobre o ano que terminou. Abandonei. Digitei linhas e linhas sobre o ano que vai seguir-se. Não gostei. Parei e recordei. Porque é mau que percamos a memória colectiva.

"Recordei escolas fechadas aos milhares, Portugal interior fora. Recordei os protestos, onde hoje vejo esquecimento. 

Recordei as falsas aulas de substituição, com que Maria de Lurdes Rodrigues iniciou a proletarização dos professores. Perdeu em tribunal mas abriu um caminho sinistro. E hoje vejo Crato, oportuno, trilhá-lo com zelo. 

Recordei a divisão dos professores em titulares e outros. Caiu a aberração mas persiste a tentação. De que outra forma se explica a disponibilidade para examinar colegas a três euros por cabeça? 

Recordei o altruísmo anónimo por parte de professores, que testemunho há décadas, no combate nacional ao abandono escolar precoce. Vejo, atónito, o novo desígnio governamental de promover o abandono docente precoce. 

Recordei a indignação nas ruas e a contemporização nos memorandos e nos entendimentos. E hoje vejo o desalento de tantos que desacreditaram. 

Recordei dois que acabam de partir e senti raiva por tantos que, vivos, são mortos para a profissão. E pergunto-me se, algum dia, muitos, com nome, responderão pelos futuros que destruíram. 

Recordei a infame guerra em curso aos professores, a quem, em fartas partes, se deve o notório aumento das qualificações dos portugueses. Mau grado desencontros e desencantos. 

Recordei dados recentes (2013 Global Teacher Status Index, Varkey GEMS Foundation) de um estudo que apurou a atitude das sociedades desenvolvidas relativamente aos seus docentes. E vi o estatuto social dos professores portugueses no último terço da tabela, bem atrás da maioria dos seus parceiros europeus. E vi, sem espanto, que apenas 12% dos portugueses encorajam os filhos a serem professores (o segundo pior resultado do universo estudado). 

Recordei, a propósito, que a International Association for the Evaluation of Educational Achievement realiza, cada quatro anos, dois estudos conceituados internacionalmente: o TIMMS (Trends in International Mathematics and Science Study) e o PIRLS (Progress in International Reading Literacy Study). Portugal participou na edição de ambos de 1995, tendo ficado nos últimos lugares do ranking. Ausente dos estudos de 1999, 2003 e 2007, voltou a ser cotado em 2011. Entre 50 países, ficou no 15º lugar em Matemática e 19º em ciências. Entre 45 países, foi 19º no PIRLS. Em valor absoluto, os resultados foram positivamente relevantes. Foram-no, ainda mais, em valor relativo: de 1995 para 2011, foi Portugal o país que mais progrediu em Matemática e o segundo que mais avançou no ensino das ciências; se reduzirmos o universo aos países da União Europeia, estamos na 12ª posição em ciências, 7ª em Matemática e 8ª em leitura; se ponderarmos estes resultados face ao estatuto económico e financeiro das famílias e dos estados com que nos comparamos, o seu significado aumenta e deita por terra o discurso dos que destratam os professores. Estes resultados, é bom e actual recordá-lo, são fruto do trabalho dos professores portugueses. 

Recordei outro estudo, promovido por Joana Santos Rita e Ivone Patrão, investigadoras do Instituto Superior de Psicologia Aplicada, segundo o qual metade dos professores portugueses sofre de stress, ansiedade e exaustão. E vi que as causas apuradas são o excesso de trabalho e de burocracia e a pressão para o sucesso. E vi, vejo, o que o ministro Crato tem por sucesso: caminhos que desprezam a natureza axiológica da Educação, tentando impor-lhe o modelo de mercado, fora ela simples serviço circunscrito a objectivos utilitários e instrumentais, regulada apenas por normas de eficácia e eficiência. 

E recordei, então, uma carta a um professor, transcrita num livro de João Viegas Fernandes (Saberes, Competências, Valores e Afectos, Plátano Editores, Lisboa, 2001): 
 
“… Sou sobrevivente de um campo de concentração. Os meus olhos viram o que jamais olhos humanos deveriam poder ver: câmaras de gás construídas por engenheiros doutorados; adolescentes envenenados por físicos eruditos; crianças assassinadas por enfermeiras diplomadas; mulheres e bebés queimados por bacharéis e licenciados… 
 … Eis o meu apelo: ajudem os vossos alunos a serem humanos. Que os vossos esforços nunca possam produzir monstros instruídos, psicopatas competentes, Eichmanns educados. A leitura, a escrita e a aritmética só são importantes se tornarem as nossas crianças mais humanas". 

Basta um esforço ínfimo de memória para qualquer se aperceber de quanto deve aos professores. Chega uma réstia de inteligência para qualquer perceber que um ataque aos professores é um ataque ao futuro colectivo. Porque tenho a graça de ter voz pública, começo 2014 com um abraço aos professores portugueses".