quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Directores exigem indemnização

"Os directores exigem ser indemnizados no caso de os seus mandatos serem interrompidos devido ao processo de agregação de escolas.
A proposta do Governo de novo modelo de gestão escolar prevê que, em caso de fusão, seja nomeada uma comissão administrativa provisória e o director afastado.
Para Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), trata-se de "uma falta de respeito lamentável pelos directores". "Se um mandato de quatro anos é interrompido por questões administrativas, o director deve ser respeitado e até indemnizado pela quebra de expectativas", afirma.
Tutela e sindicatos de professores vão hoje reunir-se para negociar o diploma de gestão escolar. As associações de directores e o Conselho de Escolas não participam".

CM

terça-feira, fevereiro 28, 2012

Concursos só em 2013

O secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, garantiu ontem que o concurso de professores para lugares de quadro terá lugar apenas em 2013 e não este ano, como queriam os sindicatos. Até lá, o método é, “grupo a grupo, perceber as necessidades do sistema”, disse.

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Entrevista de Mário Nogueira

Mário Nogueira, Secretário-geral da Fenprof, sobre proposta do Governo de novo regime de concursos de professores
CM - O que lhe parece a proposta do Governo?
Mário Nogueira - Ainda temos de analisar melhor. Mas queremos primeiro perceber se esta pressa do Governo em apresentar o documento significa que vai haver concurso para lugares de quadro este ano.
- O actual regime prevê que o concurso ocorra a cada quatro anos e esta proposta nada altera, pelo que o próximo concurso deve manter-se em 2013.
- A proposta diz que o concurso será quadrienal mas nada impede que comece já este ano. Queremos concurso já em 2012, é a grande prioridade e foi um compromisso do anterior Governo. Mas é preciso que haja vagas, porque em 2009 só houve 396.
- Porque é essa a prioridade?
- As escolas precisam do concurso, porque desde 2006 reformaram-se 23 mil professores que foram substituídos por precários e só entraram os tais 396 para os quadros. Este ano lectivo houve 12 a 15 mil lugares que correspondem a necessidades permanentes e foram ocupados por contratados.
- O que lhe parecem os outros aspectos da proposta?
- É negativo que não preveja um regime de vinculação para contratados, alguns com 15 anos de serviço, quando no privado ao fim de três anos, no limite seis, entra-se nos quadros.

CM

sábado, fevereiro 18, 2012

Conselho das Escolas concorda com reforma no recrutamento de docentes

"O Governo vai adoptar várias reformas no recrutamento e gestão dos horários nas escolas. O professor Manuel Esperança, do Conselho das Escolas, elogia algumas das medidas avançadas.
“A questão da abertura de quadros penso que vai ser fundamental devido à saída de muita gente, será uma forma de estabilizarmos mais os quadros das escolas. Tem uma parte negativa que é a parte dos contratados, mas os contratados não fazem parte do sistema”.
Outra medida positiva “é a possibilidade da permuta: um professor que é colocado no Algarve pode fazer a permuta com outro que esteja colocado em Lisboa”.
“Considero também como medida positiva que um professor que tenha um horário incompleto – se surgirem horas para que os miúdos não percam as aulas – possa fazer esse complemento de horário”.
Manuel Esperança deixa, no entanto, uma sugestão. “Era fundamental também rever a questão dos atestados médicos. Só a partir de um atentado médico de 30 dias é que podemos proceder à substituição de um professor. Penso que isso devia ser revisto”.
Segundo o projecto do Governo, nestas contratações os critérios de antiguidade e classificação profissional devem pesar 50% na decisão, ficando os outros 50% dependentes de entrevista ou análise curricular da escola. Esta é uma regra que, segundo fonte do Ministério da Educação, serve para dar um critério único a este tipo de contratações.
O diploma do Governo espera ainda conseguir colmatar mais rapidamente as situações de doença e baixa, permitindo aos professores que não têm horário completo, preencher as vagas desde que para isso tenham habilitações. Professores portadores de deficiência passam a ter prevalência na integração do quadro da escola".

RR

domingo, fevereiro 12, 2012

As alterações que o Governo pretende fazer ao modelo de gestão das escolas

- aos candidatos a diretores ser-lhes-á exigido que tenham no mínimo cinco anos de serviço como docentes e ainda formação específica na área da gestão e administração escolar;
- ser eleito com pelo menos um quarto dos votos do Conselho Geral, que é composto por um máximo de 21 elementos;
- ser avaliado pelo Conselho Geral;
- o número de departamentos curriculares passará a variar, de acordo com a realidade das escolas, que passarão a ter autonomia para o determinar;
- os coordenadores de departamento, deixam de ser nomeados pelo diretor, que passará a indicar 3 nomes, um dos quais será escolhido pelos docentes.

sábado, fevereiro 11, 2012

Provas da 1ª fase obrigatórias

A 1ª fase dos exames finais dos 11º e 12º anos, que se vai realizar entre 18 e 26 de Junho, passa este ano a ter "carácter obrigatório para todos os alunos internos e autopropostos", de acordo com o calendário de provas, ontem publicado em Diário da República. Os alunos deixam de poder optar por fazer directamente as provas na 2ª fase, este ano entre 13 e 18 de Julho. A 2ª fase fica "reservada para os alunos que na 1ª fase não tenham obtido aprovação [ou que] pretendam realizar melhoria da classificação", esclarece o Ministério da Educação e Ciência (MEC).

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Professores são os mais afectados pelo bloqueio das progressões

"Fenprof estima que número de docentes que não progrediram por erro dos serviços ascende a 1.200.
O Governo garante que "são poucos" os funcionários públicos afectados pela falha nas progressões na carreira devido a uma má interpretação da lei do OE/2011 e que se tratam de casos que foram indentificados na Educação. Porém, os sindicatos asseguram que muitos trabalhadores de vários sectores do Estado estão nestas condições e que, só entre docentes, os casos deverão rondar os 1200.
Em causa, tal como avançou ontem o Diário Económico, estão trabalhadores do Estado que tinham reunido as condições para subir na carreira até Dezembro de 2010 e que, até agora, ainda não viram as progressões concretizadas. Isto porque houve um "erro ou inércia" dos serviços - tal como admitiu o Ministério das Finanças - na interpretação de um artigo da Lei do OE/2011 que veio proibir valorizações remuneratórias a partir de Janeiro de 2011. Mas o número 4 do mesmo artigo excepciona as promoções "que devessem obrigatoriamente ter ocorrido em data anterior àquela."
Foi esta norma que levantou dúvidas nos serviços e fez com que as progressões fossem bloqueadas. O Governo já reconheceu o erro e garantiu que irá regularizar a situação e pagar a diferença salarial com retroactivos".

Diário Económico 







quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Portugal tem a 2.ª pior taxa de abandono escolar na UE

Um relatório divulgado, esta quarta-feira, em Bruxelas, mostra que na União Europeia, segundo dados de 2010, Malta tem a maior taxa de abandono escolar (36,9 por cento), seguida de Portugal (28,7 por cento) e Espanha (28,4 por cento).
No entanto que Portugal e Espanha melhoraram a taxa de abandono escolar precoce, em relação a 2009 (31,2 por cento em ambos os países), enquanto em Malta se manteve inalterada.
A média dos 27 Estados-membros era, há dois anos, de 14,1 por cento, tendo baixado 0,3 pontos percentuais em relação a 2009.

domingo, fevereiro 05, 2012

No ensino contemporâneo compete aos alunos bater nos professores

"De vez em quando, o meu pai contava episódios alusivos ao professor dele na "primária", um sádico chamado Miranda que passava metade das aulas a impor aos alunos uma disciplina militar e a metade restante a espancá-los sob divertidos pretextos. Num dos episódios mais memoráveis, o meu pai e o meu avô encontraram o emérito pedagogo na rua. Perante a criança aterrada, os adultos trocaram conversa e cortesias. À despedi- da, o meu avô instruiu o professor: "Já sabe: dê-lhe! Dê-lhe com força!" Trinta ou quarenta anos depois, mas só trinta ou quarenta anos depois, o meu pai ria-se da completa redundância do conselho.
Hoje, semelhante brutalidade é vista como um anacronismo ou mesmo uma lenda: nem os professores batem nos alunos nem os familiares destes incentivam aqueles a fazê-lo. No ensino contemporâneo, compete aos alunos bater nos professores, directamente ou por intermédio de familiares. É por isso que a notícia do docente de matemática assistido no hospital de Vila Nova de Gaia mal chega a ser notícia.
A história é simples. De manhã, o professor dispensou, e consta que empurrou, uma menina da sala por esta insistir em ouvir música no telemóvel. À hora do almoço, três ou quatro parentes da menina interpretaram à letra os recorrentes apelos à participação dos progenitores no quotidiano das crianças e deixaram o homem de 63 anos inconsciente mediante argumentos racionais, ameaças de morte, socos e pontapés. O Ministério da Educação condenou "veementemente este tipo de comportamentos". Estranhamente, ninguém perguntou a opinião ao ministro da Administração Interna, o qual tutela as polícias, as quais deviam tutelar a escola tolerante e moderna que erguemos sobre as ruínas da velha intolerância.
Haverá meio-termo? Espero que sim. Em não havendo, sobra uma certeza: o meu pai foi criado no medo e acabou por levar uma vida, perdoem a expressão, honrada. Seria interessante acompanhar o futuro da menina de Gaia criada na impunidade. Acompanhar à distância, claro".

Alberto Gonçalves
DN

sábado, fevereiro 04, 2012

Professor e polícia

A maioria que nos governa, e bem, quer equiparar o estatuto de professor ao de polícia. Nada mais oportuno depois da tareia que um docente apanhou de familiares de uma aluna que perturbava aula de Matemática e foi expulsa.
A Matemática perturba. Esta aluna do 5º ano, dela não precisa para nada. Treinada em atrapalhar, tinha o direito de reforçar aqui as suas competências. E o professor não deixou. Esteve mal. Recebeu tratamento no hospital. Um hospital está sempre mal localizado. Devia estar junto a cada escola.
O estatuto de professor-polícia, ou de polícia-professor (no caso de se pretender reforçar a componente pedagógica do papel da autoridade policial na aquisição de conhecimento), poderá resolver a questão da violência parental sobre a filharada, a parentela próxima, e sobre a classe docente, a parentela afastada.
Esta mudança de estatuto do professor, há muito que se impunha. Em boa hora, a maioria vai pô-la em prática. O que é necessário é não descurar a componente da formação do polícia que passará a viver em cada professor que, esperamos, se venha a apresentar devidamente fardado na esquadra, perdão, na escola.
Em primeiro lugar, a componente da acção psicológica. O futuro agente da autoridade terá de compreender que se não é bruto, para bruto deve evoluir. Imbuir-se deste espírito de corpo de intervenção é fundamental.
Luta corpo a corpo, e toda a panóplia de artes marciais, devem entrar nessa formação específica. Mas exercícios de tiro também. A progressão na carreira deve a exigir, como pré-requisito essencial, a carreira de tiro e gestão de paióis. Aprender a acertar em alvo humano com cabecinha diminuta deve ser basilar. A cabecinha destes petizes, com o amor à matemática e às outras disciplinas, tem tendência a mirrar. E só com mira telescópica se pode acertar no alvo. É que os professores, não raro, têm dificuldade em mirar alunos indisciplinados. Muitos não só não os vêem, como não os ouvem. Os centros de novas oportunidades que vão ser extintos - e que não fazem falta porque já temos oportunistas habilitados que cheguem - poderão ser, depois de adapatados, lugares muito interessantes para aprender a manejar o cassetete, a despoletar uma granada de mão, a redigir um auto de polícia. De autos, como é notório, os professores só conhecem o Fiat Punto.
Depois é só chegar à sala de aula e despejar a pistola engatilhada em cima da secretária. Mandar escrever o sumário de rajada. Esvaziar o tambor dos conhecimentos. Quem não ouviu, ouvisse. Uma descarga tonitruante, em voz de cabo de esquadra, é audível até em casa. E, os pais dos meninos, assim poderão adquirir muitos conhecimentos. Sim, porque um progenitor bem formado, musculado, treinado em sopapo e biqueirada, faz sempre falta para animar as reuniões com encarregados de educação.
Ensinar um pai, também, a lidar com um professor não é fácil. Embora gente educada, e bons educadores dos filhos, alguns vão confundindo um docente com um saco de kickboxing. Mas o docente, que não enche completamente o saco, também deve estar preparado para reagir. Sim. Só os professores de Química conhecem reacções apropriadas. Outros deprimem à falta de pior reacção. Este estatuto de polícia, com que os professores vão ser agraciados, vai permitir, em tempo de crise severa, extinguir a "Escola Segura" e poupar muitos milhões de euros em passeios diletantes de escola em escola que polícias, que não apreciam andar a pé, fazem. Depois, é só mudar a nomenclatura da carreira docente. Na sala de aula o aluno terá de aprender a chamar ao professor "nosso praça"; o director de turma pode ter o honorífico cargo de "cabo de esquadra"; o director da escola, "senhor comissário". 
E, assim que surja qualquer dúvida, na matéria, chamem a polícia...

José Alberto Quaresma
Expresso

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Não ponham um travão nisto e um dia acontece uma desgraça

Um professor de matemática de 63 anos, que expulsou uma aluna da sala de aula por estar a perturbar a lição, foi agredido terça-feira em Gaia a murro e pontapés à frente da escola por alegados familiares da estudante do 6.º ano.




Escolas querem mais tempo para Português no 12º Ano

"O Conselho das Escolas (CE) quer aumentar a carga horária de Português em 45 minutos no 12.º ano, devido à extensão e exigência do programa e aos resultados "cada vez mais baixos" nos exames nacionais.
A posição deste órgão consultivo do Ministério da Educação está espelhada no parecer que entregou na segunda-feira ao secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida e a que a agência Lusa teve acesso.
No documento, aprovado pelos conselheiros na sexta-feira, a propósito da revisão da estrutura curricular do ensino básico e secundário, sustenta-se ainda que a necessidade de reforço se deve também à "complexidade conceptual dos conteúdos literários" e à falta de tempo para desenvolver actividades necessárias para se atingir a eficácia de expressão escrita e oral exigida neste nível de escolaridade.
O CE diz ainda que a actual carga horária é inferior à das demais disciplinas sujeitas a exame nacional.
O conselho considera, por outro lado, que deve manter-se uma área curricular não disciplinar de formação cívica do 5.º ao 12.º ano porque dá "um contributo valioso para a formação integral dos jovens, para a construção da sua cidadania e para a melhoria do clima de escola".
A actualização do leque de opções no ensino secundário, tendo em conta o seguimento dos estudos e as necessidades do mercado de trabalho são outra proposta do CE.
Para o efeito, propõe-se a criação de disciplinas e a focalização da atenção do aluno no conhecimento fundamental, proporcionando "uma melhor gestão do tempo de estudo".

CM