A rotina do início do ano lectivo para os professores, foi este ano quebrada com as novas directivas no que respeita à elaboração de horários. Os ânimos parecem agora menos exaltados do que na altura em que esta medida foi anunciada. Em que termos é que este novo regime vem revolucionar a nossa vida profissional e a qualidade do nosso trabalho é algo para ser avaliado no futuro. Uma coisa é certa: a ministra ganhou pontos junto da opinião pública e na generalidade dos líderes de opinião, para quem a maioria da classe docente é uma corja de incompetentes e preguiçosos, e os principais responsáveis pelo que de mal vai acontecendo no nosso sistema de ensino. Agora que o nosso período laboral se vai equiparar aos restantes trabalhadores, estou para ver qual é a próxima arma de arremesso que será atirada para cima dos professores.
quinta-feira, setembro 08, 2005
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2 comentários:
Eu acho que sempre trabalhei mais do que as 35 horas semanais (e quase me atrevo a dizer que todos os professores do 1.º Ciclo minimamente empenhados também)... e acho que as 7 horas da componente não lectiva destinadas ao "trabalho individual" são manifestamente insuficientes, principalmente neste arranque do ano e/ou a quem tenha, como eu, uma turma de 1.º ano. Mas não só...
O que vai acontecer daqui a uns tempos?
Alguns Agrupamentos vão "inventar" reuniões para justificarem as 3 horas atribuídas a reuniões e atendimento aos EE... esquecendo que qualquer professor esgota e ultrapassa largamente as tais 7 horas destinadas ao "trabalho individual" e as meias-horas semanais reservadas ao atendimento!
Se os professores começarem a contabilizar esse tempo "extra" (sim, porque se o horário é de 35 horas... é de 35 horas), deviam exigir o pagamento de horas extraordinárias! :) :P
É que a opção é começar a cortar a palavra aos EE... dizendo-lhes que a meia-hora está esgotada... e que temos de ir almoçar para a seguir irmos para uma reunião!
Estou a "ficcionar"... claro... mas havia de ser giro se todos fizessem isto... na defesa intransigente do seu horário! :)
Vou comentar só a questão do novo regime vir ou não "revolucionar ...... a qualidade do nosso trabalho" e focando só a grande incidência das novas horas em aulas de substituição. Enquanto não decorrer o tempo indispensável para que sejam organizadas, com os respectivos recursos materiais, actividades que efectivamente sejam pedagogicamente úteis e reforcem a acção educativa, a mera aula de substituição (como ja foi largamente provado por experiências feitas)não é mais do que entreter os alunos, o que, a meu ver, seria, sim, degradação da qualidade educativa e uma preocupação da sra ministra atentatória da nossa dignidade profissional. Não tenho dúvidas de que saberemos organizar o que acima disse, mas dificilmente numa ou duas semanas. O que me revoltou na medida do aumento de horas (além de acharem que me bastam 7 horas para tudo o que preparo em casa)foi a imposição de tarefas sem qualquer preocupação com as condições indispensáveis, pelo que muito terá a ministra que fazer para esquecermos que disse que O IMPORTANTE era não haver nenhum aluno no recreio ou desocupado.
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