Estive bastantes anos sem leccionar turmas do unificado. O ano passado calhou-me em sorte tal tarefa. Confesso que a experiência não me deixou desejos de lá voltar tão cedo. Por aquilo que vou ouvindo na sala de professores - sou professor numa escola secundária com 3º ciclo - as coisas por este grau de ensino vão de mal a pior. Ao fim de três meses de aulas o diagnóstico está feito: os miúdos estão impossíveis de se aturar; o seu interesse pelas actividades escolares é mínimo; não estão na escola para aprender mas sim para transitar de ano. Com o facilitismo que impera neste grau de ensino tal desiderato é praticamente garantido. Sabendo disso, os meninos entretêm-se a passar o tempo a infernizar o juízo dos professores e, estes, periódicamente atulhados em reuniões, discutindo e delineando estratégias que no final do ano se vêm a revelar extremamente pertinentes e bem sucedidas. Estas estratégias assentam numa única premissa: baixar os níveis de exigência até ao limite do possível por forma a que os petizes alcancem o objectivo máximo a que se propuseram. Desígnios que o Ministério da Educação estabelece e que deixam pais e alunos eternamente agradecidos. Até quando os professores aguentarão tamanha bandalhice?
segunda-feira, dezembro 05, 2005
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1 comentário:
daí ser imperioso acabar com exames. Não se pode traumatizar as crianças. Deixemo-las livres nos nossos infantários e nestes novos «juvenários». Qualquer dia temos de pensar também em nós, adultos. Também quero um «adultário» - estou a ficar traumatizada e preciso de nada fazer e viver livremente. Quero um subsídio porque não gosto de trabalhar. Prefiro ler, ver fimes, passear, estar com família e amigos.
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