Porque é que sempre que os professores convocam uma greve se verifica uma condenação quase generalizada dos media e da opinião pública em geral, e quando o mesmo acontece com outras corporações não se observa idêntica manifestação de repúdio? Alguém me consegue explicar?
2 comentários:
Tentando explicar:
-Algumas "corporações" e eu não lhes chamaria assim, tem conseguido greves mais participadas do que as dos docentes. Lanço a hipótese de que se as greves dos professores fossem mais participadas seriam mais respeitadas.
-Ao contrário do que se diz, as greves dos professores são das greves que mais problemas causam na nossa sociedade. Eu acho que é muito mais problemático não ter escola para o meu filho do que não ter transporte para ir trabalhar. Pior do que isso só as greves da saúde.
-Actualmente os movimentos de trabalhadores, greves, etc, são mal vistos na opinião publicada pois o que está a dar não é o trabalho.
-Neste momento os professores, que foram alvo de uma campanha negativa encetada pelo seu próprio ministério, é natural que tenham uma má imagem.
-Esta má imagem já percorreu outras "corporações".
-Eu penso que tudo se resolverá se os professores estiverem unidos nas greves e participarem nelas expressivamente.
Como diz o Henrique Santos, as greves dos professores têm grande visibilidade social e causam enorme transtorno, pondo a nu a função silenciada da escola: a de custodiar as crianças enquanto os pais vão trabalhar. De facto, a escola não está desenhada em função dos alunos, mas das necessidades dos adultos e do mundo do trabalho. Por isso, como diz Olga Pombo (que desmonta muito bem esta questão), uma greve de professores é sempre uma greve maldita, que vem revelar a incómoda verdade de que construímos uma sociedade profundamente errada, onde os mais jovens e os mais velhos são "armazenados" em instituições, para que a população produtiva labore, forçada a índices de produtividade cada vez maiores.
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