sexta-feira, novembro 23, 2007

Conselhos executivos pressionam professores para evitarem negativas no 1º Período

"Parece que as notas dos alunos vão contar para a classificação profissional dos professores. O Ministério da Educação deve considerar, assim, que um bom professor é o que dá boas notas e não necessariamente o que se preocupa em ensinar aos alunos com rigor e que tenha um elevado grau de exigência. O bom professor não será o excelente pedagogo mas um ‘stor porreiro’ para os alunos mais cábulas.
Há, efectivamente, uma campanha para melhorar as estatísticas com o ensino. O problema é que este objectivo não é conseguido com uma melhoria efectiva da aprendizagem mas com subida artificial das notas. O CM publicou, na terça-feira passada, uma manchete com o título “Professores obrigados a dar boas notas”, onde revelava pressões em várias escolas para os docentes evitarem dar negativas. O Ministério da Educação desmentiu a notícia mas a realidade desmente o Ministério. O CM sabe que, em pelo menos sete escolas de diferentes regiões do País, foram convocadas pelos conselhos executivos reuniões gerais, onde a mensagem dominante passava pelo aconselhamento aos docentes para evitarem as negativas. Ao contrário do que o Ministério alega, não se trata de suspeições de dirigentes sindicais, o que se passa é que, na prática, só os dirigentes sindicais podem falar. Os outros professores temem processos disciplinares se contarem o que se passa nas escolas".

Armando Esteves Pereira
Director Adjunto do "Correio da Manhã"

1 comentário:

Anónimo disse...

Ora aí está o que é! Sem tirar nem pôr! A política educativa deste governo é a maior das farsas que se possa imaginar. É só fachada! Será que os empregadores, no futuro, vão confiar nas competências destes jovens? Quem são as principais vítimas destes actos burlescos? Os alunos!!! São eles que estão a ser directamente ludibriados pelo governo que, demagogicamente, lhes está a fornecer gato por lebre. Se, no presente, os jovens com mais habilitações são os primeiros a serem votados à exclusão social, devido à falta de uma política económica que conduza ao desenvolvimento do país, o que será de esperar quando estes jovens sem quaisquer qualificações de facto, mas com certificados de habilitações, procurarem emprego?
E, por arrasto, podemos prever a situação económico-social.
Mas o que é que esta gente tem na cabeça?