segunda-feira, maio 23, 2011

Culto do facilitismo

"Uma prova de Físico-Química do 9.º ano de escolaridade, elaborada este mês pelo Gabinete de Avaliação Educacional, do Ministério da Educação, volta a pôr a nu o mais um grave problema do sistema de ensino: uma crescente e aparentemente imparável, reforma atrás de reforma, degradação do nível de exigência colocado aos alunos. Neste caso, em muitas questões, para conseguir a resposta certa o aluno teria, apenas, de saber entender as perguntas escritas na prova, pois, em si próprias, elas continham a solução do problema.
Se esta fosse uma situação isolada, nem notícia mereceria ser, mas, na verdade, basta falar com qualquer especialista ou qualquer professor para perceber que, pelo contrário, desde há muitos anos que a pressão dos gabinetes ministeriais junto das escolas é feita no sentido de aligeirar os conteúdos programáticos, de diminuir as dificuldades para os educandos, de conseguir um bom resultado estatístico, de fugir aos problemas, independentemente do resultado qualitativo na formação dos estudantes.
Focalizar o problema do ensino básico em Portugal na questão da avaliação dos professores, como aconteceu nos últimos anos, serviu para desviar as atenções da opinião pública para este outro problema, obviamente bem mais grave: o ser política oculta do Estado para a educação a formação de alunos cultos em facilitismo".

Editorial
DN


1 comentário:

Anónimo disse...

A dificuldade de um exame mede-se considerando a globalidade das perguntas. É perfeitamente natural e até desejável que existam questões com diferentes graus de dificulade e que a primeira questão do exame ou de um grupo seja bastante fácil para que o aluno descontraia e embale na resolução do exame. O que é necessário é que, para obter positiva, seja necessário demonstrar um grau de conhecimento razoável. Alguém se deu ao trabalho de verificar a cotação dessas questões?