sábado, novembro 25, 2006

A propaganda socialista

As declarações de Sócrates relativas à aprovação do novo ECD no último Conselho de Ministros provocam-me um sentimento: nojo! Não é de agora. Desde há algum tempo que este senhor e a sua ministra me merecem a mais veemente repulsa. Desta vez, Sócrates, duma forma demagógica e populista, pretende-nos convencer que com este ECD estarão reunidas as condições para o salto qualitativo que há muito se deseja no ensino em Portugal. Uma grande mentira como nós sabemos, e ele tão bem sabe, e que o tempo se encarregará de confirmar. Nada que lhe tire o sono. Só os ingénuos poderão pensar que o nosso “primeiro” está preocupado com a qualidade do nosso sistema de ensino. Antes tivesse. O homem tem apenas uma, e uma só, preocupação em mente: a redução do déficit. E como a classe de professores é a maior corporação dentro da função pública facilmente se previa qual seria o alvo a atingir. Logicamente que os professores. Se a isto juntarmos a péssima imagem que temos na opinião pública não foi difícil construir um ECD que respondesse às suas exigências e que fosse facilmente “vendável” junto dos portugueses. Mesmo que à custa de um chorrilho de mentiras o objectivo estava alcançado. A contestação dos professores é apenas um detalhe que, de momento, não o parece incomodar minimamente. Como disse a ministra há dias atrás o que para ela era verdadeiramente importante é que os portugueses percebessem a necessidade deste novo ECD. E como a maioria deles o subscreve, não faz sentido, na sua opinião, que os professores o ponham em causa.
No meio disto tudo há um pormenor que me dói sobremaneira: no futuro, sabem quem vai ser responsabilizado, quando se chegar à conclusão que afinal este ECD em nada contribuiu para a melhoria da qualidade de ensino nas nossas escolas? Esta ministra? Os anteriores ministros que passaram pela pasta nas últimas décadas e que delinearam a política educativa nestes últimos 30 anos? Nem pensar! Não se pense, porém, que a culpa morrerá solteira. Nada disso. Arranjar-se-ão as desculpas mais esfarrapadas, mas os culpados serão identificados, como, aliás, tem acontecido em todas as outras ocasiões. E quem são eles? Os mesmos de sempre: os professores. Têm dúvidas? Aguardem e verão!

7 comentários:

henrique santos disse...

Qualquer dia ainda vomitamos quando os virmos.

Anónimo disse...

Concordo plenamente.

Anónimo disse...

:) As minhas crias desligam a TV qd aparece a nossa senhora. Já perceberam em que estado fica a mãe. Sei que não é muito saudável, mas a reacção é visceral. A mentira manipuladora enoja-me.

Não tenho dúvidas: seremos nós os responsabilizados dos dislates dste ME...

Anónimo disse...

Eu penitencio-me dos meus pecados, passados, presentes e futuros, vendo tudo o que posso, à laia de purga, mas também para memória futura.
E vão-se fazendo uns recortes, guardando umas notícias, uns documentos, umas declarações, uns links.
Tudo o que sobe acaba por descer.
E eu não sou católico, pelo que alguém há-de acabar por pagar pela minha face dorida.
;-)

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

A verdadeira tragédia está em que muitas pessoas acreditam mais facilmente na propaganda do que nos seus prórios olhos.
Sócrates serve-se da televisão contra os professores e os funcionários públicos como Hitler se serviu da rádio contra os judeus, e com a mesma finalidade: fabricar um «inimigo interno» de modo a unificar a população atrás do Governo e em torno duma psicologia de guerra.

Miguel Quintão disse...

Durante estes 30 anos nunca vi os sindicatos proporem nada de relevante relativamente à educação.
Tenho assistido nestes últimos meses os sindicatos bastante activos no que concerne ás alterações dos ECD, mas não os vi proveram nenhuma luta organizada em prol da autonomia da Escolas.
Onde estavam os Sindicatos aquando da luta pela autonomia da Escola da Ponte?
É obvio que as preocupações dos sindicatos, não têm nada a ver com os problemas inerentes à educação, mas sim, só e exclusivamente com problemas materias da classe!
Por isso, se algo correr mal, os culpados serão efectivamente os Professores que estão e mais preocupados com a perca das suas mordomias, do que a melhoria do sistema educativo

Anónimo disse...

O seu raciocínio é correcto. Aliás basta ver já o sacodir da água do capote em relação às aulas de substituição.
O seu texto só tem um erro... quando refere que o primeiro ministro sabe que estas medidas não irão qualificar o ensino em Portugal. Infelizmente, meu amigo, isso não é verdade. O homem não tem a noção disso. Nem ele nem a Ministra. Eles percebem tão pouco do assunto que nem sabem, nem querem saber nada disso. Mas tem razão quanto à identificação dos culpados... não faltará a máquina de propaganda governamental para crucifar-nos na praça pública, acabando o servicinho tão bem iniciado pela Milú.